Faremos aqui uma breve analise sobre o RendA+, um novo título emitido pelo Tesouro Nacional com o propósito de ser mais uma possibilidade do investidor alocar em ativos para gerar uma renda extra no momento de sua aposentadoria.
O novo título lançado pelo Tesouro Nacional começará a ser vendido a partir de 30 de janeiro de 2023, portanto, as características de emissão, que ainda não foram divulgadas, serão apresentadas próximo à esta data.
Características do RendA+
Segundo informações do Tesouro, 46% dos aposentados dizem que a renda obtida na aposentadoria não é suficiente para cobrir todas as despesas do mês, e, 89% dos brasileiros concordam que é importante investir para ter uma segurança na aposentadoria.
Então o objetivo desse investimento é garantir um complemento na renda por um período de 20 anos, sendo o valor + aportes sendo rentabilizados pelo IPCA mais uma taxa real de juros definida no momento da aplicação, assim como é feito ao se investir em um Tesouro IPCA+, por exemplo.
O investidor escolherá uma entre oito datas disponíveis para começar a receber sua renda extra. Exemplo: Se o investidor escolher investir em um titulo do Renda+ que vence em 2045, ele irá receber as 240 parcelas mensais até 2065, corrigidos pelo IPCA + taxa real de juros.
Ao deixar o título até o vencimento, não haverá incidência de custo de custódia, caso os pagamentos das parcelas mensais não ultrapassem 6 salários mínimos.
A tributação irá seguir a tabela regressiva aplicada aos investimentos em renda fixa, que no caso de um investimento acima de 720 dias, que é o recomendado para o RendA+, será de 15% sobre os ganhos.
É um titulo de liquidez diária, porém, é altamente não recomendado vender esse ativo antes do vencimento, até porque o objetivo final dele é ser carregado até o vencimento, para receber os pagamentos durante o período dos 20 anos a frente.
Cuidados ao se investir no RendA+
Não é um produto para reserva de emergência, já que mesmo tendo liquidez é um produto de duration elevado (vai ter bastante volatilidade) e terá marcações a mercado no decorrer do tempo, e o cliente pode vender com prejuízo, caso saia antecipadamente.
Também tem toda a questão de penalização na taxa de custódia para quem resgatar antes do vencimento, sendo que abaixo de 10 anos é bem punitivo, de 10 até 20 anos é similar aos outros papéis do Tesouro Direto e acima de 20 anos é menor, sendo que zera no vencimento.
Conclusão
A grande vantagem do RendA+, é que o investidor não corre risco de reinvestimento na data de conversão, ele está aplicado ganhando IPCA + X% até 20 anos após o vencimento do título, por exemplo, investiu no RendA+ que vence em 2035, até 2055 ele garante esse IPCA + X%, diferentemente do detentor da B35, que tem sim o risco de reinvestimento pois não se sabe a taxa de mercado que teremos em 2035.
Logo, o produto é bem interessante para fins previdenciários, pois te dá um juro real mais inflação durante toda a vida do produto e trabalha com o conceito de previsibilidade de renda real na aposentadoria, o que traz um grande conforto.
E é importante lembrar que o investidor não está obrigado a comprar unidades inteiras do título, podendo comprar qualquer fração múltipla de 0,01 (um porcento do título), desde que este valor não seja inferior a R$ 30,00, ou seja, o valor inicial para alocação é baixo, o que é importante para popularizar esse ativo.
Porém, o RendA+ tende a perder para fundos de previdência privada no quesito tributação e sucessão, porém, tem custo mais baixo, pois não tem taxa de custódia se levado até o final e é de simples entendimento.