Renda Fixa

Publicado em 31 de Julho às 13:54:06

Semana decisiva para o Banco Central!| Tudo Sobre Renda Fixa

Atualize seus conhecimentos com o tudo sobre renda fixa (24/07 a 28/07) do Analisa. Principais informações sobre o que aconteceu no mercado de renda fixa na semana, com análise do mercado externo, local e o que mais será relevante nos próximos dias.

Renda Fixa: Cenário local e externo

Durante a última semana no Brasil, vimos divulgações de inflação (IPCA-15 e IGP-M) corroborando com um cenário de desinflação. No entanto, o mercado de trabalho segue resiliente em meio a um cenário macroeconômico adverso, embora haja projeções de arrefecimento se intensificando. Ademais, a taxa de inadimplência continua mostrando piora do cenário de crédito no país e o Investimento Direto no Brasil veio abaixo das expectativas.

No mês de julho, o IPCA-15 surpreendeu o mercado, com queda de 0,07% m/m enquanto o consenso apostava em queda de 0,03% m/m. Tais dados equivalem a um acúmulo de +3,2% em 12 meses. Outro índice que vem fortalecendo o cenário desinflacionário brasileiro é o IGP-M, que mostrou deflação de -0,72% no mês de julho (ante expectativas de -0,74% m/m).

Contra expectativas de 162 mil vagas criadas para o mês de julho, o CAGED criou apenas 157,2 mil. Todavia, o número sugere resiliência do mercado de trabalho, fortalecida pela surpresa baixista na taxa de desemprego (8,0% ante expectativas de 8,2%). A criação de vagas foi liderada pelo setor de serviços, que se mostra aquecido em meio a uma situação macroeconômica conturbada tanto no Brasil quanto no mundo. Contudo, o mercado de trabalho deve arrefecer nos próximos meses.

O saldo de concessões de crédito no Brasil expandiu 0,1 m/m, com o comprometimento da renda das famílias em nível recorde. Por fim, o Investimento Direto no país veio abaixo do esperado pelo mercado, com um déficit de U$$843 milhões (a mediana do mercado era de U$$1,10 bilhão.

No exterior, vimos o Fed elevar a taxa de juros básica americana em 0,25 pontos-base. O ciclo de aperto monetário, de acordo com a autoridade monetária, não deve parar por aí, embora haja reconhecimento por parte do Fed de que a economia está desacelerando. Além disso, o PIB americano avançou 2,4% t/t (ante expectativas de 1,8%).

Na Zona do Euro, o Banco Central Europeu (BCE) também elevou a taxa de juros básica do país em 0,25% (que agora se encontra no patamar de 4,25% a/a). A autoridade monetária europeia disse que espera que haja uma queda na inflação, mas que ficará acima da meta de 2% por algum tempo.

Com isso, a semana na Renda Fixa foi de alívio de prêmios de risco ´principalmente no trecho mais longo curva, com queda da inclinação (vencimentos longos caindo mais que os curtos), refletindo basicamente o IPCA-15 vindo melhor que o esperado, com a inflação de serviços arrefecendo, elevação do rating soberano do Brasil (BB) pela Fitch e as decisões de politica monetária do FED e ECB.

Agora, observando as projeções através das taxas forwards, a Selic projetada para final do ano está mais próxima dos 9% a.a., e fazendo a comparação entre o quanto os juros nominais já fecharam versus o fechamento das taxas das NTN-Bs, além de algumas questões em relação a novos membros do BCB e estabilidade fiscal, temos preferência pelos ativos de Juro Real de vencimento intermediário.

Boletim Focus

As projeções para o IPCA de 2023 e 2024 foram revisadas para baixo, ficando em 4,84% e 3,89%, respectivamente. Com queda de 0,07% no IPCA de julho, que surpreendeu o mercado (expectativas eram de -0,03% no mês), tanto o arrefecimento da atividade quanto um cenário de desinflação estão ainda mais aparentes.

Já com relação as projeções para a Selic, houveram reduções para 2024, 2025 e 2026 caindo para 9,25%, 8,75%, e 8,50%, respectivamente. Dados de atividade e inflação do país vem ajudando a tendência de afrouxamento monetário e colaborando com o plano de redução da Selic. As projeções para 2023 permaneceram estáveis em 12%.

Em termos de PIB, o horizonte de 2026 foi revisado para baixo, ficando em 1,97%. Os demais horizontes permaneceram estáveis em 2,24% (2023), 1,30% (2024 e 1,90% (2025).

Já o câmbio foi revisado para baixo em todos os horizontes. O dólar americano vem perdendo força devido a continuação do ciclo de aperto monetário nos EUA, atrelado ao constante arrefecimento da atividade no exterior. Com isso, o USDBRL foi revisado para baixo em todos os horizontes, ficando em 4,91 para o final deste ano. 

Top pick da semana – Debênture Equatorial (EQTL3) – ETSP12

A Equatorial Energia atua no setor elétrico brasileiro e se consolidou através da aquisição e recuperação de concessões adquiridas de outros grupos. O segmento de distribuição de energia elétrica representa cerca de 98% do EBITDA ajustado do grupo.

A companhia também investiu no segmento de transmissão, tendo concluído no 2T21 todos os 8 lotes (conquistados no leilão de 2017) com RAP consolidada de R$1.220,2 milhões. A exposição ao segmento de transmissão é positiva, pois tratam-se de receitas por disponibilidade – reduzindo o risco de demanda por energia que é inerente ao segmento de distribuição.

Essa debênture é isenta de IR, paga cupons semestrais e tem vencimento em abril/2039. Está em um ponto da curva de juros reais que consideramos bastante interessante, (7,8 anos de duration), onde irá se beneficiar de um carrego ainda elevado, fechamento da curva de juros e fechamento de spread de crédito. A taxa é de IPCA + 5,80%.

Renda fixa: o que esperar para a próxima semana?

O grande destaque no âmbito local é a decisão do Copom sobre a taxa Selic, onde esperamos que o BC inicie o ciclo de afrouxamento monetário cortando 0,25 p.p., com indicação de novos cortes de igual ou maior magnitude nas próximas reuniões.
No exterior, o destaque vai para o payroll nos EUA, onde o mercado espera uma criação de 260 mil novos postos de trabalho, mas com queda nos salários.

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