Atualize seus conhecimentos com o tudo sobre renda fixa (19/06 a 23/06) do Analisa. Principais informações sobre o que aconteceu no mercado de renda fixa na semana, com análise do mercado externo, local e o que mais será relevante nos próximos dias.
Renda Fixa: Cenário local e externo
A semana foi marcada pela manutenção da Selic no patamar atual de 13,75%. A decisão, de forma unânime, veio de acordo com as expectativas do mercado e demonstra postura “hawkish” do Banco Central (BCB). As falas do presidente do BCB, Roberto Campos Neto, não sinalizaram cortes da taxa básica no início do segundo semestre, o que abalou as curvas de juros de vencimento curto na 5ª feira pós decisão. No exterior, o presidente do FED, Jerome Powell, defendeu a manutenção da taxa de juros americana em discurso na Câmara dos Representantes. O BoE, Banco Central da Inglaterra, elevou juros em 50 bps, acima das expectativas do mercado, para conter a inflação que está muito acima da meta.
O Banco Central manteve a Selic em 13,75% ao ano com o comunicado mostrando alguma flexibilização no tom, ainda que insuficiente para ser entendida como uma sinalização clara de um corte na taxa Selic na reunião do início de agosto. Para um mercado que já precificava isso como certo, o cenário pós-Copom deveria ser mais desafiador.
Contudo, as taxas observadas nesta sexta-feira sugerem que os investidores estão dobrando a aposta, mantendo a visão de corte no próximo encontro e reduzindo a taxa terminal do ciclo a ser iniciado.
Outro evento relevante foi a apresentação do texto da Reforma Tributária, que visa a criação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual. Estes substituiriam os cincos tributos sobre consumo: IPI, PIS, COFINS, ICMS E ISS. Além disso, o Arcabouço Fiscal foi aprovado pelo Senado após mudanças no teto de gastos e no reajuste das despesas. Com isso, o projeto terá que ser novamente aprovado pela Câmara antes de seguir para sanção presidencial.
Nos EUA, o presidente do Fed, Jerome Powell, defendeu a manutenção da taxa de juros americana em discurso na Câmara dos Representantes. Um corte de juros este ano provavelmente não ocorrerá nos Estados Unidos, cenário que acompanha os países europeus, que seguem no ciclo de aperto monetário.
O BoE, Banco Central da Inglaterra, elevou juros em 50 bps, acima das expectativas do mercado. A Inflação segue em alta, com o CPI inglês apresentando alta de 0,7%m/m, também acima do esperado. Na China, por outro lado, vimos uma redução das taxas de juros de empréstimos curtos, realizada pelo Banco Central Chinês para estimular a economia que segue com atividade e inflação baixas.
E os juros locais, após os dados de inflação do Focus em queda, e da mudança da perspectiva do S&P com relação ao rating brasileiro, encerraram a semana com leve alta nas taxas, com os DIs futuros subindo 5bps em média nos vencimentos intermediários e 3bps nos vencimentos mais longos. O movimento de queda na inflação implícita segue firme, com a inflação para 1 ano operando abaixo dos 3,90%a.a.
Boletim Focus
A projeção para o IPCA deste ano foi revisada para baixo, passando de 5,12% para 5,06%. Além disso, a expectativa para 2024 também teve uma leve redução, de 4,00% para 3,98%. Essa revisão é resultado de dados econômicos resilientes, indicando um arrefecimento da inflação. Consequentemente, a inflação implícita começou a diminuir de forma consistente, levando os economistas a ajustarem suas projeções.
A projeção para o crescimento do PIB deste ano subiu de 2,14% para 2,18%, acompanhando os últimos dados de atividade que veem surpreendendo positivamente. Vale destacar a projeção para 2024 que estava sofrendo revisões para baixo durante junho por causa da incerteza em relação ao déficit público de 2024. Contudo, a aprovação do arcabouço fiscal no Senado na última quarta-feira tranquilizou os investidores e a projeção do PIB para 2024 subiu de 1,20% para 1,22%.
A estimativa para a Selic de 2023 e 2024 permaneceu estável em 12,25% e 9,50%, respectivamente. Na última quarta-feira, o COPOM manteve a taxa Selic em 13,75% e defendeu que a manutenção nesse patamar tem sido efetiva. O comunicado num tom mais hawkish do que o mercado esperava estimulou a abertura dos vértices mais curtos dos juros futuros de encontro ao recente movimento de fechamento da curva.
As estimativas para o dólar para 2023 e 2024 permaneceram estáveis em R$/US$ 5,00 e R$/US$ 5,10, respectivamente. A estabilidade na taxa de câmbio é consequência da retomada do ciclo de aperto monetário dos bancos centrais ao redor do mundo.
Top pick da semana – Plural Tesouro Selic FIRF Simples
O Top Pick da semana é o fundo Plural Tesouro Selic Simples.
Este fundo tem por objetivo investir em ativos financeiros e/ou modalidades operacionais de renda fixa que busquem acompanhar as variações das taxas de juros praticadas no mercado de Letra Financeira do Tesouro (“LFT”) ou (“Tesouro Selic”).
O foco da alocação neste ativo é para composição da parcela de “caixa”, por ser um investimento de baixissimo risco, com resgate em D+0.
Ele tem como características:
- valor inicial de R$100,00;
- taxa de administração e de performance 0%;
- Cotização em D+0 úteis e liquidação em D+0 úteis após a data de cotização.
Renda fixa: o que esperar para a próxima semana?
Os grandes destaques da semana no mercado serão a ata do Copom, que será divulgada na terça feira (27), juntamente ao IPCA-15 do mês de junho. Outra divulgação relevante será o relatório trimestral de inflação, que será divulgado pelo Banco Central na quinta feira (29). Já o evento mais importante será a reunião do Conselho Monetário Nacional, onde será decidida a nova meta de inflação para os próximos anos.
No exterior, destaque para o PCE nos EUA e também nos EUA, o PIB do primeiro trimestre.