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Publicado em 29 de Agosto às 11:37:44

Contra a maré

O cenário internacional continua desafiador. Taxa de inflação em elevação, políticas monetárias atrasadas, invasão da Ucrânia pela Rússia. A expectativa é de aumentos das taxas de juros e desaceleração da economia global nos próximos meses.

A economia chinesa dá fortes sinais de desaceleração. Dois fatores são importantes: a política de zero-Covid adotada pelo governo e a crise no mercado imobiliário. O PIB da China caiu – 2,6% no segundo em relação ao primeiro trimestre de 2022, a taxa de desemprego está em trajetória de elevação e o desemprego de jovens atingiu 19,9% da força de trabalho. Nossas projeções indicam crescimento da economia chinesa entre 3,0% e 3,5% em 2022.

A desaceleração da economia chinesa e das economias desenvolvidas tem gerado pressão de queda nos preços das commodities. Os primeiros reflexos sobre a taxa de inflação global começam a aparecer, com queda nos preços dos combustíveis, mas incapazes de mudar o cenário de aperto da política monetária.

Apesar deste cenário internacional a economia brasileira tem se mostrado bastante resiliente. A nosso ver, esta resiliência está relacionada a dois fatores: a volta do setor de serviços, com forte queda na taxa de desemprego, e o conjunto de reformas implementadas nos últimos seis anos.

Estas reformas (trabalhista, teto dos gastos, previdência, marcos regulatórios de ferrovias, saneamento, mercados de câmbio, de crédito e de capitais, fim da TJLP, concessões de serviços ao setor privado, privatização da Eletrobras, entre muitas outras) gerou forte crescimento dos investimentos, que, segundo o Monitor do PIB da FVG, passaram de 14,6% para 19,2% do PIB entre 2017 e 2021. Além de contratar cerca de R$ 900 bilhões de investimentos nos próximos 10 anos.

A aceleração da taxa de inflação levou o Banco Central a aumentar a taxa de juros de 2,0% para 13,75% ao ano e os sinais de arrefecimento da taxa de inflação começam a aparecer, reforçados pela queda dos preços das commodities e pela redução das alíquotas de ICMS de energia elétrica, telecomunicações e combustíveis. Nossas projeções indicam aceleração do crescimento do PIB de 2,1% para 2,5%, redução da taxa de desemprego de 9,3% para 8,8% da força de trabalho e queda da projeção de inflação de 9,4% para 6,7% em 2022. Remando contra a maré.

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