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Publicado em 06 de Dezembro às 17:02:54

Fim de festa!

Os dados da economia brasileira mostram um cenário positivo em 2022. O PIB cresceu 3,6% no terceiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período de 2021, e atingiu o nível mais alto da série histórica. A Formação Bruta de Capital Fixo cresceu 2,8% no trimestre, o que levou a taxa de investimento a 19,6% do PIB, a maior desde 2014.

Foram gerados 2,2 milhões de empregos formais até outubro e a taxa de desemprego atingiu 8,3% da força de trabalho, queda de 6,6 pontos de porcentagem em relação ao máximo, no primeiro trimestre de 2021 (14,9%). O número de ocupados atingiu o recorde, 99,7 milhões de trabalhadores, a renda média real aumentou 4,7% e a massa salarial 11,5% no terceiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo trimestre de 2021.

Este desempenho é sustentado por três pilares. Primeiro, a forte retomada do setor serviços com o fim dos lockdowns e das restrições à mobilidade urbana.

Segundo, à política fiscal relativamente conservadora, geração de superávits primários e queda da dívida pública como proporção do PIB, de 89% em 2020 para 75% em 2022, apesar do desrespeito ao teto dos gastos devido à pandemia em 2020 e 2021 e às eleições em 2022, que aumentou o risco fiscal, desvalorizou cambio, pressionou a inflacionária e aumentou a taxa de juros, que reduziu o crescimento do PIB.

Terceiro, o conjunto de reformas implementado nos últimos seis anos, que gerou melhora do mercado de trabalho, redução do custo de contratação e de formalização, do mercado de crédito e de capitais, fim do crédito subsidiado dos bancos públicos, PIX, autonomia do Banco Central, previdência, privatizações, marcos regulatórios importantes, entre muitas outras. O resultado foi redução da taxa de desemprego, aumento da formalização e da taxa de investimento.

Os primeiros sinais do próximo governo são desanimadores. A proposta de retirar R$ 198 bilhões do teto do gasto, 2% do PIB, vai aumentar o déficit primário, a dívida e o risco fiscal, pressiona o câmbio e a taxa de inflação, podendo exigir novos aumentos da taxa de juros.

Declarações de membros da equipe de transição quanto às mudanças nas reformas trabalhista, do mercado de crédito e de capitais, do marco regulatório do saneamento, entre outras, são extremamente negativas e, se implementadas, vão levar a uma diminuição da taxa de investimento, do crescimento da economia e aumento da taxa de desemprego. É fim de festa!

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