Ibovespa (+6,98%)
Ibovespa teve valorização de 6,98%, sendo esse o melhor desempenho para o índice em um mês desde novembro de 2020, quando subiu 9,30%. O movimento foi justificado pela forte entrada de investidores estrangeiros, R$ 32,49 bilhões somente no mês de janeiro, na busca por empresas baratas e ligadas à commodities diante do cenário global de inflação esperado para este ano. B3, Hapvida, Itaú, Azul e Bradesco foram as maiores altas e do lado negativo, Locaweb, Alpargatas, IRB Brasil, Embraer e Braskem foram os destaques de queda.
A grande pergunta que fica é a seguinte: Esse movimento vai continuar? E a resposta é a mesma de sempre. Depende.
A reação dos mercado em janeiro mostra que, enquanto o tema inflação e ações de valor (value) estiverem no radar do investidor estrangeiro o fluxo deve persistir pelo nosso grande desconto. Assim, podemos acreditar que Brasil e bolsas de países emergentes poderão absorver o fluxo vindo das realizações/saídas de posições no mundo desenvolvido. Portanto, seguimos com visão positiva para ações brasileiras de grande liquidez e ligadas à commodities como “porto seguro” e alocação estratégica diante do cenário proposto acima.
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Ouro (-0,2%)
O ano de 2022 começou exatamente como esperávamos, com muita volatilidade. Nas primeiras semanas do ano, os preços se mantiveram estáveis, e só começaram a reagir com as quedas mais acentuadas no mercado americano. Vimos uma leve reação positiva do metal, que chegou a subir mais de 2,5% em relação ao fechamento de dezembro. Como já dissemos outras vezes, a correlação entre indicadores econômicos ruins nos EUA e a alta na cotação do outro é forte. Nos momentos em que as perspectivas de crescimento são reduzidas, o apetite dos investidores por proteção aumenta e o ouro se valoriza.
Na segunda quinzena do mês, com dados econômicos importantes em mãos e antecipando as altas de juros do banco central americano, o dólar mais forte começou a pressionar o ouro. O discurso mais Hawkish do FED e a eminente subida de juros nos EUA implicam em valorização do dólar e consequentemente desvalorização do ouro. Taxas de juros mais altas geram um movimento de migração dos investidores para os títulos de dívida americana, o que fortalece a moeda local. Embora o ouro seja considerado um mecanismo de proteção contra a inflação, os aumentos das taxas de juros aumentam o custo de oportunidade do investimento em ouro.
O FED planeja aumentar as taxas de juros em março, supondo que a economia continue crescendo em um ritmo saudável e que os impactos da variante Ômicron sejam menores que os esperados. Se os dados de emprego vierem melhores que o projetado pelo mercado, abre espaço para uma normalização mais rápida da política monetária, o que colocará ainda mais pressão sobre o metal.
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Ifix (-1%)
O Ifix fechou o mês de janeiro em leve queda de -1%, atingindo os 2.776 pontos, impactado pela abertura da curva de juros e pela discussão a respeito da decisão colegiada da CVM no caso do fundo imobiliário Maxi Renda.
Olhando o desempenho por segmentos, novamente os fundos de recebíveis mostraram sua resiliência ao passo que os fundos de fundos e os fundos de tijolo mostraram queda no mês.
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Dólar (-5%)
O comportamento da taxa de câmbio no mês de janeiro foi bastante positivo, com valorização próxima a 5% frente ao Dólar, o que surpreendeu muitos analistas. Alguns fatores foram importantes para determinar este comportamento.
Em primeiro lugar, os últimos dois anos foram particularmente negativos para o Real, sendo a moeda que mais desvalorizou frente ao Dólar neste período (com exceção da Lira turca e do Peso argentino). No final de 2021, a moeda brasileira encontrava-se em um nível bastante baixo, se comparado a outras moedas emergentes. A troca de ações dos países desenvolvidos, que tiveram forte valorização nos últimos anos, por ações de países emergentes, principalmente de empresas de produtoras de commodities, gerou fluxo de dólares para os emergentes valorizando suas respectivas moedas, inclusive o Real.
Um segundo fator importante foi a mudança na política monetária do Banco Central do Brasil. O Banco Central brasileiro foi o primeiro banco central a reagir à aceleração da taxa de inflação no início de 2021, com forte aumento da taxa de juros. Com isso, o diferencial de juros entre o Brasil e seus pares emergentes aumentou de forma significativa, tornando o país mais atraente ao capital internacional de curto prazo. Em conjunto, estes fatores tornaram os ativos brasileiros “relativamente baratos”, atraindo fluxo de recursos para o país.
O fato de o resultado fiscal de 2021 ter sido particularmente positivo, com geração de superávit primário do setor público de R$ 64,7 bilhões, 0,75% do PIB, após sete anos de déficit primário, gerando uma queda da relação dívida/PIB de 88,7% em 2020 para 80,4% em 2021, reduziu o risco fiscal, em um momento em que existem grandes dúvidas entre os investidores quanto ao comprometimento do governo que a consolidação fiscal em um ano eleitoral.
S&P 500 (-5,3%)
No último mês, o S&P 500 apresentou queda de 5,3% – a pior performance mensal desde março de 2020 (auge da pandemia) e o pior janeiro desde 2009. Em relação a performance setorial, os únicos setores que reportaram alta foram os de energia (+15,7%) e financeiro (+0,6%).
O setor de energia continuou sustentando a alta de 2021 devido ao aumento do preço do petróleo, que atingiu o maior nível desde outubro de 2014 (US$ 87/barril) após o ataque realizado por rebeldes iemenitas Houthis contra os Emirados Árabes Unidos e o aumento da tensão geopolítica entre a Rússia e a Ucrânia. Neste sentido, a Halliburton (+34,4%), Schlumberger (+30,5%), e Exxon Mobil (24,1%) foram as empresas que mais valorizaram no mês.
Outra ação que contribuiu positivamente para a performance do índice foi a Activision Blizzard (+18,8%), após a Microsoft anunciar a sua aquisição por US$ 68,7 bilhões (ou US$ 95 por ação). A transação ainda precisa ser aprovada por órgãos reguladores e pelo conselho da Activision Blizzard, que vem enfrentando uma série de denúncias de assédio sexual e má conduta nos últimos meses.
Em contrapartida, o setor de tecnologia apresentou a pior performance (-8,9%), liderada pela Netflix. A companhia sofreu queda de -29,1% após divulgar o seu resultado trimestral. Apesar de superar a expectativa do mercado em termos de lucro por ação (US$ 1,33 divulgado vs. US$ 0,82 esperado), a empresa anunciou a desaceleração do crescimento de assinantes pagos. Em termos de receita, a companhia reportou US$ 7,71 bilhões, em linha com o esperado, e adicionou 8,28 milhões de assinantes líquidos globais pagos (vs. 8,19 milhões esperados).
A ação da Moderna foi a principal contribuição negativa do mês, com queda de 33,3%, após notícias de que o nível de anticorpos contra a variante ômicron é reduzido seis meses após a dose de reforço de sua vacina.
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Bitcoin (-21,5%)
O bitcoin fechou o mês de janeiro caindo 21,5% em real. As principais razões para a performance ruim do ativo foram: (i) a expectativa de retirada mais rápida de estímulos econômicos pelo Fed e (ii) receio de maior regulação das criptos. Por aumentar a rentabilidade de ativos de menor risco, a elevação das taxas de juros tende a diminuir a atratividade de ativos mais arriscados, como ações ou criptomoedas. O Fed vem sinalizando que deve acentuar a alta das taxas de juros ao longo de 2022.
Do lado regulatório, o presidente da SEC, Gary Gensler, disse que corretoras de criptomoedas serão regulamentadas. Uma eventual regulamentação poderia colocar barreiras de entrada à investidores no mercado de cripto. O temor de maior regulação e ambiente macroeconômico desfavorável criou uma tempestade perfeita que afetou todo o mercado de cripto. A ethereum também caiu 30,93% em real em janeiro.