Publicado em 01 de Setembro às 13:03:11
Depois de mais um mês positivo para as ações brasileiras, entendemos que ainda não é hora de comemorar. Os desafios e as incertezas sobre a macroeconomia global ainda persistem, além de estarmos próximos das eleições no Brasil. Continuamos com maior exposição a ações ligadas à economia doméstica, mas ainda sem deixar de lado a qualidade e o conservadorismo das nossas carteiras recomendadas. Seguimos vigilantes!
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Inflação: continua a ser um problema global, principalmente na Zona Euro, que ainda é impactada pelo alto custo de energia elétrica. Nos EUA, enxergamos alguns sinais de que o pior já teria ficado para trás; porém, quando olhamos para o desafio do Fed, de levar a inflação para a sua meta, acreditamos que exista um longo caminho a ser percorrido.
Estados Unidos: recebemos sinais mistos sobre a economia americana neste mês, em que acredito que o principal insight acabou surgindo da força-tarefa dos dirigentes do Fed em sua tentativa de trazer o sentimento do mercado para algo mais realista sobre a necessidade de uma política monetária mais restritiva por mais tempo. Acreditamos que a mensagem passada na última reunião, em julho deste ano, foi mal interpretada pelo mercado e que, somente no final do mês de agosto, depois de um esforço do Fed, é que os investidores realmente entenderão o desafio. Ainda temos muitas perguntas para serem respondidas nos próximos meses: (i) qual será a taxa de juros de final de ciclo; (ii) por quanto tempo a taxa de juros permanecerá em patamar elevado; (iii) quais serão os efeitos na economia americana. Quanto maior a dificuldade em levar a inflação para meta, maior tende a ser o efeito negativo sobre a economia americana e, por consequência, pior tende a ser o desempenho das ações e dos criptoativos. Estamos monitorando e buscando ser reativos a sinais mais claros.
China: a cada dia que passa, recebemos mais notícias negativas sobre a China, que passa por uma fase difícil, devido às práticas de lockdown, dentro da estratégia da política de zero caso de Covid-19. O setor imobiliário também está numa situação crítica, com especulações sobre uma bolha imobiliária, aumentando, assim, os desafios para que o país consiga entregar sua meta de crescimento para este ano, já revisada várias vezes. Seguimos céticos.
A economia brasileira tem apresentado bons sinais, com nível de atividade ainda resiliente, inflação cedendo, situação fiscal melhor do que o previsto e uma sinalização por parte do Banco Central de que o ciclo de aperto monetário está muito próximo do fim. Esses fatores somados a uma temporada positiva de balanços e a um técnico favorável nos mostram que estávamos certos em concentrar nossas apostas no mercado doméstico. Também ficamos com a impressão de que os grandes investidores voltaram, depois de muito tempo, a montar posições em ações de menor capitalização; e esperamos que esse movimento continue, caso o cenário permita. Seguimos confiantes, mas ainda conservadores nas escolhas.
O cenário internacional continua desafiador. As taxas de inflação nos países desenvolvidos continuam em elevação e as políticas monetárias dos bancos centrais continuam atrasadas. A desaceleração da economia chinesa e das economias desenvolvidas, combinado a uma certa “estabilização” da guerra no leste europeu, tem gerado pressão de queda nos preços das commodities, principalmente energéticas e metálicas. Apesar deste cenário internacional desafiador, a economia brasileira tem se mostrado bastante resiliente.
E finalmente, após um período de aceleração da taxa de inflação, que forçou o Banco Central do Brasil a iniciar o processo de ajuste da taxa de juros, levando-a de 2,0% para 13,75% ao ano entre março de 2021 e agosto de 2022, os sinais de arrefecimento da taxa de inflação começam a aparecer. Sinais estes reforçados pela queda dos preços das commodities e pela redução das alíquotas de ICMS de energia elétrica, telecomunicações, transporte coletivo e combustíveis, aprovadas pelo Congresso.
(1) Empresas ligadas a commodities: seguimos com posições reduzidas em commodities e no setor agrícola, devido à recessão e à situação econômica na China. Essas empresas ainda são opções interessantes para investidores que gostam de ações boas pagadoras de dividendos. Contudo, como buscamos um posicionamento tático, optamos por ser conservadores, até entendermos se existe espaço ou não para uma alocação com menor volatilidade.
(2) Empresas ligadas à economia local: a sinalização do final do ciclo de alta de juros e os resultados resilientes na última temporada de balanços nos fazem acreditar que esse grupo de empresas pode apresentar boas oportunidades. Não fosse o cenário global desafiador e as eleições no Brasil, estaríamos mais confiantes em aumentar nossa exposição a esta classe. Porém, ainda preferimos adotar uma postura conservadora, ao focar empresas que apresentaram bons resultados, seguem com preços atrativos e apresentam menor volatilidade.
(3) Dolarização da carteira: com um cenário difícil à frente, temos um contexto de baixa previsibilidade para a divisa. Assim, estamos mantendo nosso nível de exposição ao dólar, aguardando sinais mais claros para uma mudança mais significativa em nossa atual estratégia.
(4) ETFs e BDRs: para a carteira de ETFs, seguimos com a alocação próxima da atual, com maior exposição a ações brasileiras e fundos com mais diversificação setorial. Os sinais ainda não estão muito claros, e a baixa assimetria nos força a buscar uma postura de maior diversificação e conservadorismo.
Metade das nossas carteiras estão com betas maiores do que 1, assim procuramos tentar suavisar esse efeito através da escolha de portfólios com volatilidade abaixo da média do mercado. Algumas de nossas carteiras passaram por trocas significativas diante do movimento de alta em agosto e temporada de balanços.
Permanecemos com alocações concentradas em empresas de maior capitalização (Large e Midcaps), para as estratégias que permitem esse tipo de diversificação. Seguimos com baixa exposição a ações ligadas a commodities, e aumentamos em empresas ligadas ao consumo discricionário e setor financeiro.
Enxergamos espaço para uma continuidade na melhora dos preços dos ativos ligados à economia doméstica, porém, a limitação do cenário à frente não nos permite ser mais agressivos em nossas escolhas. Seguimos atentos e abertos a mudanças drásticas em nossa estratégia.
Graficamente, nossas carteiras estão com Índices de Força Relativa (IFRs) em torno dos 50 pontos, com espaço para uma continuidade do movimento de alta, se o mesmo persistir no mercado. Apesar da forte alta em agosto, entendemos que ainda não existe uma assimetria negativa, que ocorreria no caso desse indicador estar acima dos 70 pontos.
A carteira Ibovespa 10+ apresentou uma alta de 3,92% no mês de julho. No mesmo período, o Ibovespa A carteira Ibovespa 10+ apresentou uma alta de 9,56% no mês de agosto. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho positivo de 6,16%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 6,50% contra uma alta de 4,48% do Ibovespa. Em relação ao mês de agosto, saíram as ações da Alupar (ALUP11), Minerva (BEEF3), Braskem (BRKM5), Lojas Renner (LREN3) e Vivara (VIVA3). Com Inclusão das ações da Americanas (AMER3), BB Seguridade (BBSE3), CCR (CCRO3), Intebras (INTB3) e Totvs (TOTS3).
A Carteira Ibovespa 10+ tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 25 milhões e pertencentes ao IBRA (Ìndice Brasil Amplo) fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Ibovespa 5+ apresentou uma alta de 4,62% no mês de agosto. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho positivo de 6,16%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -16,47% contra uma alta de 4,48% do Ibovespa. Em relação ao mês de agosto, saíram as ações da Alupar (ALUP11), BR Foods (BRFS3) e Multiplan (MULT3). Com Inclusão das ações da BB Seguridade (BBSE3), Itaú Unibanco (ITUB4) e Pão de Açúcar (PCAR3).
A Carteira Ibovespa 5+ é divulgada mensamente no jornal Valor Econômico, e tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 5 milhões e pertencentes ao Ibovespa fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Small Caps 8+ apresentou uma alta de 6,17% no mês de agosto. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho positivo de 10,90%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -2,19% contra uma baixa de -6,34%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de agosto, saíram as ações da Alupar (ALUP11), Minerva (BEEF3), Copel (CPLE6), Grendene (GRND3) e Multiplan (MULT3). Com Inclusão das ações da Arezzo (ARZZ3), Intebras (INTB3), Petz (PETZ3), Unipar (UNIP6) e Vivara (VIVA3).
A Carteira Small Caps 8+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações pertencentes ao Índice de Small Caps (SMAL) e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 3 milhões fazem parte do universo de escolha.
A carteira Micro Caps 5+ apresentou uma alta de 19,87% no mês de agosto. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho positivo de 10,90%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 5,88% contra uma baixa de -6,34%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de agosto, saíram as ações da Orizon (ORVR3) e Portobello (PTBL3). Com Inclusão das ações da Allied (ALLD3) e CSU (CARD3).
A Carteira Micro Caps 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas cujo valor de mercado é de até R$ 2 bilhões e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão fazem parte do universo de escolha.
A carteira Dividendos 5+ apresentou uma alta de 10,27% no mês de agosto. No mesmo período, o Índice Dividendos (IDIV) obteve um desempenho positivo de 4,27%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 17,43% contra uma alta de 11,21%, no mesmo período, do Índice Dividendos (IDIV). Em relação ao mês de agosto, saíram as ações da CPFL Energia (CPFE3), Copasa (CSMG3) e Porto Seguro (PSSA3). Com Inclusão das ações da Cyrela (CYRE3), Taesa (TAEE11) e Vibra (VBBR3).
A Carteira Dividendos 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Dividendos (IDIV) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Dividendos (IDIV) fazem parte do universo de seleção.
A carteira ESG 5+ apresentou uma alta de 10,90% no mês de agosto. No mesmo período, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISEE) obteve um desempenho positivo de 5,97%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -18,47% contra uma baixa de -4,20%, no mesmo período, do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISEE). Em relação ao mês de agosto, saíram as ações da Klabin (KLBN11). Com Inclusão das ações da Fleury (FLRY3).
A Carteira ESG 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice de Sustentabilidade (ISEE) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Sustentabilidade (ISEE) fazem parte do universo de seleção.
A carteira BDR 5+ apresentou uma baixa de -4,95% no mês de agosto. No mesmo período, o Índice de BDRs (BDRX) obteve um desempenho negativo de -3,05%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade baixa de -43,57% contra uma baixa de -24,45%, no mesmo período, do Índice de BDRs (BDRx). Em relação ao mês de agosto não houve alterações.
Para o mês de setembro de 2022, seguimos com a recomendação de iShares Ibovespa (BOVA11), IT Now IDIV (DIVO11), It Now IFNC (FIND11), Ishares MSCI ACWI (BACW39) e Ouro (GOLD11), com alocação de 20% para cada ativo. No mês de agosto de 2022, a Carteira de ETF MACRO avançou +2,92% contra o Ibovespa que apresentou alta de +6,16% no mesmo período.
A Carteira ETF MACRO tem por objetivo superar o desempenho do Ibovespa no longo prazo. Mensalmente, recomendaremos até 5 ETFs, todos com o mesmo peso na carteira. Essa estratégia permite ao investidor se expor em diversos ativos globais, permitindo uma diversificação geográfica em dólar.
Exchange Traded Fund (ETF), é um fundo negociado em Bolsa que representa uma comunhão de recursos destinados à aplicação em uma carteira de ações que busca retornos que correspondam, de forma geral, à performance, antes de taxas e despesas, de um índice de referência. (Fonte: B3)