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Publicado em 02 de Agosto às 17:51:55

Afinal de contas, a Ethereum está na direção certa? 

O futuro da tecnologia blockchain está cada vez mais direcionado para a adoção de appchains, que fornecem ambientes especializados, de alto desempenho e personalizáveis, adaptados para aplicações específicas. Essa mudança aborda muitas das limitações inerentes às blockchains de propósito geral, como o Ethereum, particularmente à medida que os projetos amadurecem e encontram seu nicho no mercado. As appchains eliminam a competição por recursos computacionais e otimizam o desempenho e as taxas de transação, oferecendo uma solução atraente para aplicações que requerem infraestrutura dedicada. 

O Ethereum tem sido a base para inúmeras inovações, incluindo NFTs e protocolos DeFi como AAVE e Uniswap. No entanto, à medida que esses projetos crescem, enfrentam desafios significativos devido à pressão sobre os recursos da rede Ethereum. A competição por poder computacional no Ethereum leva ao aumento das taxas de transação e à redução da acessibilidade ao ecossistema. As appchains, ou blockchains específicas para aplicações, surgem como uma alternativa. Elas são projetadas para uma única aplicação, permitindo que ela use todos os recursos sem competição

A abordagem modular de blockchains como Ethereum se encaixa bem no ecossistema de appchains. A transição do Ethereum para passar a dar ênfase em rollups, facilita a criação de appchains que aproveitam a segurança do Ethereum enquanto alcançam alta escalabilidade e baixas taxas. As appchains podem usar camadas de disponibilidade de dados alternativas como Celestia, enquanto se aproveitam a Ethereum como camada de finalidade, reduzindo significativamente os custos e melhorando o desempenho.  

Apesar das vantagens, as appchains vêm com desafios e riscos significativos. Desenvolver e manter uma appchain requer um investimento substancial em capital intelectual e recursos financeiros. A segurança das appchains depende da adoção da aplicação e do valor do token nativo, que pode flutuar e impactar a estabilidade da rede. Garantir redes robustas de validadores e gerenciar necessidades de infraestrutura, como nodes e ferramentas de análise de dados, aumenta a complexidade e o custo. 

As appchains também carecem de “composabilidade atômica”, que compromete a interação delas com outros ecossistemas maiores, tornando as interações entre blockchains mais complexas e menos eficientes. Transferir ativos entre appchains e outras blockchains podem degradar a experiência do usuário e introduzir vulnerabilidades de segurança. Além disso, as appchains geralmente têm ecossistemas menores e menos recursos em comparação com blockchains de propósito geral estabelecidas, limitando o suporte e a inovação. Dessa forma, a criação de mais appchains colaboraria com a fragmentação de liquidez do ecossistema como um todo. 

No entanto, o futuro da tecnologia blockchain parece inclinado para as appchains devido à sua capacidade de fornecer soluções personalizadas para aplicações que requerem alto desempenho, personalização e controle econômico. As inovações contínuas em interoperabilidade e modularidade provavelmente abordarão muitas das limitações atuais, aumentando ainda mais o apelo e a viabilidade das appchains. À medida que o ecossistema evolui, o papel do Ethereum como camada de finalidade e seu suporte para redes de segunda camada se tornarão integrais para o sucesso e a proliferação das appchains, abrindo caminho para um cenário blockchain mais especializado e eficiente. 

Análise de Mercado 

Na última semana, o Bitcoin manteve ascensão e retomou os US$ 70k. O ganho de dominância do Bitcoin frente ao resto do mercado de criptoativos ocorreu em razão da correção generalizada do mercado de altcoins após a divulgação de fortes dados de emprego nos EUA. O aumento no número de empregos, juntamente com o crescimento mais rápido dos salários por hora, sugere que a economia está mais robusta do que se pensava inicialmente. 

Essa força econômica reduz a probabilidade de que o FED corte as taxas de juros no curto prazo, pois cortar as taxas em uma economia forte poderia reacender a inflação. Como resultado, os investidores estão preocupados que o FED mantenha as taxas de juros mais altas por um período prolongado, especialmente em sua próxima reunião. A reação do mercado a esses dados de emprego foi imediata, com o índice DXY e os rendimentos dos títulos de 10 anos dos EUA subindo, refletindo essas expectativas. 

Além disso, os futuros do FED aumentaram a probabilidade de que não haverá um pivô nas taxas de juros. Mesmo com a possibilidade de que o FED possa sinalizar um corte devido ao ano eleitoral, para evitar parecer politicamente influenciado, o impacto desses dados de emprego fortes sugere que o FED precisa ser cauteloso em suas próximas ações. Esta dinâmica pode levar a uma volatilidade significativa para os mercados, principalmente amanhã, quando serão divulgados os dados de inflação americana, seguidos pela reunião do FOMC no período da tarde. 

O Que Mais Aconteceu na Semana? 

Em outras notícias, a Robinhood, o aplicativo de negociação mais popular entre os investidores de varejo nos EUA, anunciou a compra da exchange de criptoativos Bitstamp, uma das exchanges de criptomoedas mais antigas do mercado. O acordo, no valor de US$200 milhões, visa fortalecer a presença da Robinhood no mercado de criptomoedas e atrair clientes institucionais com o desenvolvimento de novos produtos. A transação foi feita inteiramente em dinheiro e espera-se que seja finalizada no primeiro semestre de 2025. 

A semana também ficou marcada pelo crescimento do envolvimento de celebridades no setor de memecoins. O exemplo mais notável foi o da memecoin criada pela cantora pop Iggy Azalea, que alcançou mais de US$ 250m em valor de mercado no mesmo mês em que foi lançada. Muitos debates se iniciaram na comunidade cripto sobre se isso é positivo ou não, visto que o envolvimento de celebridades com criptoativos em 2021 foi marcado por grandes fiascos

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