Ao observarmos os últimos ciclos do Bitcoin, podemos perceber que os grandes aumentos no valor da criptomoeda não ocorrem imediatamente após um evento de halving. Pelo contrário, essas valorizações costumam ser observadas em um horizonte de tempo mais estendido, aproximadamente 25 semanas após o halving. Embora muitos investidores busquem lucros rápidos, a história tem mostrado que aqueles que mantêm uma perspectiva de longo prazo e resistem à tentação de vender durante períodos de baixa tendem a experienciar retornos mais expressivos.
No entanto, é crucial reconhecer que o halving não é o único fator que impulsiona a valorização do Bitcoin. O cenário macroeconômico global, especialmente as políticas monetárias dos grandes bancos centrais como o Federal Reserve dos EUA, desempenha um papel cada vez mais significativo nos rumos do mercado cripto. A expectativa de mudança nas taxas de juros, ao nosso ver, tem um impacto direto muito mais expressivo na precificação do Bitcoin do que o halving propriamente dito.
Atualmente, espera-se que o ciclo de aperto monetário nos EUA esteja próximo ao fim, com um possível início de redução das taxas de juros prevista para começar em setembro. Curiosamente, essa data coincide com aproximadamente 25 semanas pós-halving, oferecendo um viés de confirmação para uma conjunção de fatores que poderiam preceder uma nova alta nos preços do Bitcoin.
Embora a história não se repita exatamente da mesma forma, muitas vezes ela rima. Nós, devemos usar os padrões passados para auxiliar nossas decisões, mas também permanecer vigilantes às novas variáveis que podem alterar os resultados esperados. A expectativa de término do ciclo de aperto monetário pode ser o catalisador que o mercado precisa para iniciar um novo período de valorização do Bitcoin, e ao entender que essa virada de ciclo acontecerá em algum momento, resta nos posicionarmos de acordo e aguardar.
O Que Mais Aconteceu na Semana?
Em seu último discurso, Jerome Powell, adotou uma postura menos agressiva do que o esperado, negando as possibilidades de aumentos adicionais na taxa de juros. De acordo com o presidente do Fed, não existem dados que justifiquem novos aumentos. Tal posicionamento foi reforçado na sexta-feira, após a divulgação dos dados de Payroll, que ficaram abaixo das expectativas, fortalecendo a visão de que o atual patamar de juros possa ser suficiente para o controle da inflação. O cenário resultou em um aumento do apetite por risco, com ações subindo e criptomoedas recuperando terreno após a correção das últimas semanas.
Análise de Mercado
O Grayscale Bitcoin Trust (GBTC) quebrou sua sequência recorde de fluxo negativo de capital, registrando US$ 63m de fluxo positivo na sexta-feira, marcando a primeira entrada de capital desde que se tornou um ETF à vista no início do ano. Até então, o GBTC presenciou saídas de cerca de US$ 17,5b. O GBTC agora administra US$ 18,8b, de acordo com dados da Arkham Intelligence.
O IBIT, ETF de Bitcoin à vista da BlackRock, tem US$ 17,2b sob gestão, fica atrás do GBTC. O ETF da BlackRock tem atraído investimentos de instituições tradicionais renomadas. Podemos destacar que a Yong Rong Asset Management, em Hong Kong, adquiriu quase US$ 38m em ações do IBIT, representando 12% de suas participações.