Após uma semana conturbada, com agravamento da crise geopolítica no Oriente Médio, sinais dos dirigentes do Federal Reserve, o banco central americano, de que o início do processo de redução da taxa de juros no país deve ser adiado pelo menos para o mês de setembro e aumento da probabilidade de que somente seja iniciado em 2025, ao mesmo tempo, em que, no Brasil, o Projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias afrouxou as metas de superavit primário do setor público de 2025 até 2030, que gerou redução da credibilidade do Arcabouço Fiscal e aumento das taxas de juros longas dos títulos brasileiros, deslocamento da curva de juros para cima, desvalorização do Real frente ao Dólar e queda dos preços das ações, a semana começou com sinais relativamente mais positivos.
Mas os ruídos continuam, com a resistência cada vez maior do Legislativo de aprovar as medidas de aumento de impostos necessárias para aumentar os gastos públicos desejados pelo governo e as ameaças de “pautas-bombas” no Congresso que poderão aumentar os gastos públicos em R$ 70 bilhões ainda em 2024, dominando o cenário interno. Neste cenário, tanto externo quanto interno, os investidores começam a aumentar a expectativa de SELIC terminal no atual ciclo de queda da taxa de juros. Para uma parte destes investidores, a pergunta é se vamos voltar aos dois dígitos.