O setor público consolidado (governo central, governos regionais e empresas estatais) apresentou déficit de R$ 48,7 bilhões em fevereiro, em linha com o consenso do mercado. Tal resultado reflete a combinação entre o déficit de R$ 57,8 bilhões do Governo Central e dos superávits de R$ 8,6 bilhões e R$ 483,0 milhões dos Governos regionais e das Empresas Estatais, respectivamente.
No acumulado em 12 meses, o setor público registrou déficit de 2,44% do PIB, evidenciando que, apesar da aprovação das medidas de aumento de receita no último ano, o atingimento da meta de déficit zero em 2024 será desafiador. Assim, o forte aumento das despesas primárias, decorrente da aprovação do novo arcabouço fiscal, segue demandando um esforço significativo pelo lado das receitas, cujo desempenho tende a ser limitado devido à queda dos preços das commodities e à menor perspectiva de receitas advindas de Dividendos das empresas de capital misto.
Por fim, a dívida bruta do governo geral, que engloba o Governo Federal, os Governos Regionais e o INSS, avançou para 75,5% do PIB. Dessa forma, embora o resultado primário tenha vindo em linha com o consenso de mercado, refletindo uma melhora da arrecadação neste início de ano, o risco fiscal permanece elevado e deve continuar como um dos principais protagonistas na determinação da trajetória das principais variáveis macroeconômicas brasileiras nos próximos anos.