Confira as principais notícias que irão movimentar o mercado de ações: Americanas (AMER3), BR Properties (BRPR3), Renner (LREN3), Banrisul (BRSR6) e XP (XPBR31) .
Expresso Bolsa
O Ibovespa fechou a sexta-feira em queda de -0,84%, alcançando os 110,9k. O dia ainda trouxe reflexos dos problemas contábeis de Americanas, com aversão ao risco impactando outras companhias do índice. Mesmo assim, a curva futura de juros fechou a sessão em baixa, refletindo o noticiário político menos negativo ao longo da semana.
Novos relatórios
Renda Fixa | Carteira recomendada de janeiro 2023
CPI (dez/22) | Inflação cheia e núcleo vêm em linha com o esperado (-0,1% e 0,3% m/m)
IBC-Br (nov/22) | Indicador registra quarta queda consecutiva com -0,55% m/m
O que aconteceu no mercado?
Americanas (AMER3): Recuperação Judicial pode estar na mesa!
O que rolou? Na noite da sexta-feira (13), a 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro concedeu uma medida de tutela de urgência cautelar para Americanas. Essa decisão é uma forma de proteção de liquidez para a companhia, uma vez que suspende toda e qualquer possibilidade de bloqueio, sequestro ou penhora de bens.
Isso significa “Recuperação Judicial”? Ainda não, contudo, a companhia tem um prazo de 30 dias para avaliar e pedir uma RJ, se assim achar necessária. Esse movimento de “tutela de urgência” veio após o BTG Pactual executar o covenants de R$ 1,2b, na sexta-feira, e a possibilidade de credores exigirem um vencimento antecipado do montante de dívidas na ordem de R$ 40b.
Nossa visão. Todos os pontos de valor da Americanas estão indo “ralo abaixo”: piora na alavancagem financeira, encarecimento do custo de capital, compressão de margens e crescimento de “top line” em cheque. Essa será mais uma semana turbulenta para os acionistas de AMER3 e reiteramos nossa recomendação de “não pegar a faca caindo”. Para ganhar liquidez, além de uma capitalização de acionistas de referência, a varejista poderá botar a venda dois de seus ativos valiosos para a tese: sua parceria com a Vibra, Vem Conveniência, e o Hortifruti Natural da Terra. A ver.
BR Properties (BRPR3): GP Investimentos faz oferta pela BR Properties
O fato. A GP Investimentos está oferecendo R$ 1,60 pela compra da totalidade das ações (via OPA, oferta pública de aquisição) da BR Properties. A oferta está condicionada à aprovação pelos acionistas minoritários de (i) redução de capital proposta semana passada, (ii) exclusão do poison pill e (iii) saída do novo mercado. Caso apenas a saída do novo mercado não seja aprovada, a GP Investimentos ainda pode adquirar 75% das ações.
Por quê? Após a venda de todos os seus escritórios e duas reduções de capital, a BR Properties se tornaria uma empresa minúscula, contando apenas com ativos logísticos e fazendo com que toda estrutura de companhia listada seja desnecessária e cara, sendo a OPA e futura deslistagem o caminho mais natural para a companhia. A oferta marca o fim do ciclo de investimentos da ADIA (fundo de Abu Dhabi) na BR Properties, que se iniciou em 2016 a R$ 10/ação.
Ao todo, quanto receberia cada acionista? Considerando a redução de capital da semana passada, o acionista receberia R$ 4,35/ação em dinheiro e R$ 2,66/ação em cotas de um FII que conta com 2 escritórios da BR Properties. Tomamos três cenários, (i) pessimista: FII negociado a 0,6x P/VP, implicando em R$ 5,95/ação (deságio de 2%), (ii) provável: FII negociado a 0,7x P/VP, implicando em R$ 6,21/ação (prêmio de 2%) e (iii) otimista: FII negociado a 1,0x P/VP (prêmio de 16%).
LREN3
Conversas preliminares entre Renner e C&A
De acordo com o colunista Lauro Jardim, a Lojas Renner e a C&A estão com conversas preliminares para eventual compra da C&A por parte da Renner. Ambas as companhias ainda não se manifestaram formalmente a respeito. (O Globo e Genial)
BANCOS
Americanas e o impacto nos bancos
A justiça negou o pedido do BTG Pactual contra a suspensão de pagamento de dívidas da Americanas. Bradesco e BTG são os maiores bancos credores da companhia, possuindo cada um cerca de R$ 4 bilhões, entre empréstimos e debêntures encarteiradas com a varejista, segundo o Broadcast. Porém, segundo o Valor estima-se que o BTG possui R$1,9b e o Santander seria o segundo maior credor com R$ 3,7b depois de Bradesco com R$ 4,8b. Esperamos um impacto negativo nos resultados das instituições financeiras que possui títulos de dívida com a Americanas devido a marcação a mercado de debêntures e aumento de provisões em 30% do montante de empréstimos sem garantia após a Americanas entrar em recuperação judicial. (Broadcast, Valor e Genial)
BRSR6
Proteção contra varejistas
O Banrisul divulgou que que possui apenas R$ 1,2b em créditos relacionados ao comércio varejista, composta por aproximadamente 17 mil empresas e a maior exposição representa apenas 0,12% da carteira total. Ainda, a empresa relata que não tinha operações com o grupo Lojas Americanas. (Banrisul e Genial)
XPBR31
CEO demitido!
O CEO da operação dos Estados Unidos do grupo XP Inc foi demitido visando ajustes para ganhos de eficiência. Acreditamos que o desligamento do executivo é devido a mais uma rodada de layoff que ocorreu na empresa visando reduzir os custos e tentando otimizar o baixo crescimento esperado devido a maior concorrência e pior cenário macroeconômico. (Valor e Genial)
SANEAMENTO
Foco nos pequenos!
Apesar do recente fluxo de notícias negativo no tocante a possíveis alterações no Marco do Saneamento, o ritmo de pequenas concessões sendo oferecidas em leilões segue em ritmo interessante. Hoje, existem 101 leilões na fase de modelagem (vs 66 em maio 2022). (Valor e Genial).
SHOPPINGS
Ativos à venda
Existem rumores de que o Grupo JCPM, que detém 11 shoppings no Nordeste, estaria vendendo seus shoppings. O grupo negou os rumores. O Grupo JCPM é um dos maiores administradores de shoppings do Brasil, apresentando um lucro de R$ 107m em 2021. (O Globo e Genial)
De olho na economia
Economia em desaceleração, mas inflação preocupa.
Os dados da economia brasileira divulgados na semana passada mostram uma economia em transição. De um lado, sinalizam para um início de desaceleração da atividade econômica, com queda das vendas no varejo no mês de novembro em relação a outubro (- 0,6%), estabilidade do setor de serviços pelo segundo mês consecutivo e queda do Índice de Atividade do Banco Central, IBC-Br, (- 0,55%) pelo quinto mês consecutivo.
Ao mesmo tempo, a taxa de inflação do mês de dezembro surpreendeu os investidores, vindo acima das expectativas (0,62%). Com isto, a inflação em 2022 atingiu 5,79%, acima do teto do intervalo de metas para a inflação, o que forçou o Banco Central a enviar uma carta para o Ministro da Fazenda indicando as causas deste descumprimento da meta. Além disso, os núcleos da taxa de inflação, que excluem alimentos e material de construção, continuam em níveis bastante elevados, próximos a 10,0% ao ano.
A questão é que uma parte significativa da queda na taxa de inflação no segundo semestre de 2022 decorreu da redução dos preços do petróleo no mercado internacional e da diminuição das alíquotas de ICMS para combustíveis, telecomunicações e energia elétrica, que gerou forte deflação nos meses de junho, julho e agosto.
Com a aprovação da PEC da Transição, criou-se um espaço adicional para aumentar os gastos públicos ao longo de 2023 da ordem de R$ 205 bilhões, correspondente a 1,8% do PIB. A combinação de aumento de déficit fiscal e volta dos impostos federais sobre combustíveis, deverá pressionar a taxa de inflação, o que já começa a gerar aumento das expectativas para a inflação. Segundo a pesquisa Focus, as expectativas para a inflação em 2023, 2024 e 2025 já se encontram acima do teto do intervalo de metas e em crescimento
Caso o aumento do déficit público e da relação dívida/PIB gere saída de recursos do país e desvalorização cambial, a intensificação da pressão inflacionária poderá fazer com que o Banco Central seja forçado a voltar a aumentar a taxa de juros no segundo semestre de 2023, apesar da desaceleração da economia
Renda Fixa
Após uma grande sequência de quedas nos juros, na sexta feira, os DIs futuros fecharam em leve alta, com destaque para os vencimentos longos, com altas de 10bps.
Não vimos nenhum fator muito relevante para esse movimento, mas aparentemente o investidor estrangeiro vendeu um lote significante de títulos pré fixados mais longos, o que mexeu com as taxas dos DIs. O movimento de fortalecimento do real frente ao dólar segue firme, com a moeda fechando a semana em alta de 2,5%,aos 5,09.
Cripto
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