Newsletter Genial Bom Dia

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Publicado em 22 de Setembro às 09:05:00

🏦 IRB amarga mais um prejuízo

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Fed em: “procurando convergir inflação à meta”. Banco Central eleva os juros em 75 bps.

Confira as principais notícias que irão movimentar o mercado de ações: IRB (IRBR3), Movida (MOVI3), JBS (JBSS3), Minerva (BEEF3) e CSN (CSNA3).

Expresso Bolsa

A bolsa encerrou a quarta-feira em queda de -0,52% alcançando os 111,9k. Após a decisão do FOMC de elevar a taxa de juros americana em 0,75% as bolsas dos EUA também fecharam em queda. O presidente do Fed fez um discurso duro de intolerância à inflação, deixando claro a continuação do aperto monetário, mesmo que isso afete o crescimento da atividade econômica. As maiores altas do dia no índice refletiram o fechamento da curva futura de juros brasileira: Magalu (MGLU3) +6,5%, Via (VIIA3) +5,01% e Grupo Soma (SOMA3) +3,47%. Enquanto as maiores baixas do índice foram BTG Pactual (BPAC11) -5,17%, CSN (CSNA3) -4,43% e Cielo (CIEL3) -3,23%.

O que aconteceu no Mercado?

IRB (IRBR3): Mais prejuízo no mês de julho

Resultado fraco em julho. O resultado de julho não foi nada animador com mais um prejuízo de R$58,9m. Importante, o resultado ainda não considera o recente aumento de capital do IRB. Do lado positivo, os prêmios emitidos cresceram 15,6% a/a, com um aumento de 13,9% a/a do prêmio no Brasil e 22,1% a/a do prêmio no exterior. A linha de despesas mostrou um crescimento de 16,7% a/a, com um índice de sinistralidade de 91,4%, uma diminuição de 16,4 pp em relação ao ano passado de 107,8%.

Adversidades continuaram. Apesar das leves melhoras em alguns indicadores em relação ao ano passado (quando teve um prejuízo de R$98m), elas não foram suficientes para reverter o prejuízo no mês. Ao analisarmos os agregados anuais, o IRB ainda possui indicadores nada animadores, mostrando uma redução dos prêmios emitidos em 4,2% em relação aos sete meses de 2021. A sinistralidade do acumulado no ano de 101,8% também piorou, com um aumento de 14 pp em relação ao ano passado (87,7%). Nos primeiros 7 meses de 2022, o IRB continuou no vermelho com um prejuízo de -R$ 351,7m comparados a -R$ 253,7m no mesmo período de 2021.

Nossas expectativas. Acreditamos que a recente captação de R$ 1,2b no follow-on deva suprir a falta de liquidez e capital de curto prazo, ajudando a evitar maiores problemas. Entretanto, no longo prazo ainda há muitas incertezas, principalmente referente ao crescimento, sinistralidade e rentabilidade sustentáveis.

Movida (MOVI3): Nova aquisição, novos mercados!

O fato: A Movida anunciou aquisição de 100% da Drive on Holidays (DOH), empresa de locação de veículos leves localizada em Portugal. A transação saiu a um EV de € 66m, considerando a dívida da empresa português o Equity Value foi de € 55m (~6% mkt cap).

O Racional: Além da fidelização e conquista de novos clientes, a estratégia por trás da aquisição marca a entrada da Movida na Europa, possibilitando uma diversificação geográfica e financeira, em um país com elevado desenvolvimento socioeconômico e moeda forte.

Nossa opinião: Na nossa visão a aquisição é positiva. Como a operação é pequena não vemos grandes problemas de execução. O impacto no balanço é irrisório. Além disso, a marca e gestão serão mantidas, o que facilita a vida da Movida em termos de execução. Com perfil do ativo parecido, transação saiu a um EV/carro de ~R$ 103k/carro. A Drive on Holiday foi negociada a um EV/EBITDA 4,05x LTM vs. 4,4 Movida 2023E, positivo na nossa visão. O mercado de locação em Portugal é muito pulverizado, o que gera potencial de consolidação. Na Europa, o GTF é muitos mais penetrado, o que também abre novas avenidas de crescimento.

SAÚDE
Bolsonaro sanciona lei que derruba rol taxativo

O presidente aprovou ontem a PL 2033/2021 que torna o rol da ANS exemplificativo, ou seja, as operadoras agora devem acatar o cobrir procedimentos e tratamentos fora do rol desde exista comprovação de eficácia baseada em “evidências científicas”, ou seja, recomendado pela Conitec, ou caso exista recomendação de pelo menos um órgão internacional de renome. A preocupação do setor é quanto à definição do significado de “evidência científica”, que pode ter interpretações muito amplas. Para apaziguar a situação, é esperado que a ANS emita um decreto para esclarecer a definição do termo e evitar aumentos significativos das despesas das operadoras. (Estadão e Genial)

JBSS3
Novo diretor de sustentabilidade

Em comunicado, a JBS anunciou Jason Weller como seu novo Diretor Global de Sustentabilidade. Weller veio da Truterra, onde era Presidente de sustentabilidade e liderou a empresa em seus esforços para viabilizar práticas sustentáveis como créditos de carbono e redução de emissões de gases efeito-estufa a agricultores. Ele também atuou como chefe do Serviço de Conservação de Recursos Naturais do USDA. (JBS e Genial)

BEEF3
Vencedora de prêmio ESG

A vencedora do prêmio ESG Reporting Awards para a categoria de bens de consumo, organizado pela plataforma global “ESG Investing” foi a Minerva. Um importante reconhecimento da qualidade e transparência do relatório de sustentabilidade do frigorífico, exaltando o compromisso da companhia com práticas voltadas a sustentabilidade. (Minerva e Genial)

CSNA3
Cade mantém determinação

O órgão manteve a postura de que a CSN deve reduzir sua participação nas ações da Usiminas para até 5%, mas agora com prazo indeterminado para que a venda ocorra, ou seja, a empresa pode permanecer com sua participação atual. A autoridade continuou com a proibição de aquisição de novas ações da Usiminas pela CSN e do exercício de seus direitos políticos. (Valor, Folha e Genial)

De olho na economia

Juros, até quando?
Nesta quarta-feira, o Federal reserve optou por elevar a taxa de juros dos EUA em 75 bps, o terceiro aumento consecutivo desta magnitude, fazendo com que a taxa atingisse o nível entre 3,0% e 3,25% a.a, ficando em linha com o consenso de mercado. Os destaques vão para o gráfico de pontos e para a tabela de projeções, que sinalizaram um aperto significativamente mais forte do que o antecipado pelo mercado, com o pico da taxa de juros atingindo 4,6% em 2023. De acordo com Jerome Powell, o Comitê segue comprometido em garantir a estabilidade de preços e que a taxa de juros permanecerá em território contracionista até que claros sinais de desinflação, desaquecimento do mercado de trabalho e crescimento mais baixo sejam observados na economia. Na nossa avaliação, acreditamos que o Fed perseverará na tarefa de garantir a convergência da inflação, de modo que, aumentará a taxa de juros em 125 bps ainda neste ano. Desta forma, projetamos uma taxa de 4,5% a.a. ao final de 2022 e de um pico de 5,0% a.a. em 2023.

Por sua vez, o Copom optou por manter a taxa Selic em 13,75%, julgando esta a decisão mais adequada diante do grau de incerteza, acima do usual, ao redor de suas projeções, consistente com a convergência da inflação no horizonte relevante que engloba os anos de 2023 e 2024. Embora o headline de manutenção da taxa de juros em 13,75% a.a. tenha ficado em linha com o consenso do mercado, a sinalização de que o Comitê segue atento e pronto para retomar o ciclo de aperto monetário caso a desinflação não ocorra como o esperado aponta para um viés mais hawkish do tom do comunicado. Além disso, a decisão ter ocorrido com votos dissidentes reforça este argumento de que o ciclo de alta de juros não está necessariamente encerrado.
Nesse contexto, embora os anúncios de taxa de juros tenham ficado em linha com o consenso de mercado tanto para o Brasil quanto para os EUA, uma grande incógnita ainda persiste: até quando a taxa permanecerá em território contracionista?

Acreditamos que o aperto se manterá até que claros sinais de convergência inflacionária estejam claros em ambas as economias. Porém, a persistência inflacionária, em um patamar significativamente, com medidas subjacentes acima do intervalo compatível com a estabilidade de preços em ambas as economias fará com que os juros elevados nos acompanhem por bastante tempo.

Renda Fixa

A super quarta-feira começou com apreensão em relação às decisões de política monetária. Localmente, o Real e a bolsa estavam no negativo, enquanto as taxas locais estavam em leve queda. Com a decisão do FOMC seguindo o consenso, os juros começaram um grande rali de fechamento, especialmente na parte longa da curva.

Já a decisão “levemente hawkish” do BCB, por sua vez, pode jogar alguns dos cortes embutidos na curva (aproximadamente 240bps para 2023) para 2024, fechando ainda mais o trecho intermediário da curva.

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