Expresso Bolsa

O IBOV fechou a terça-feira com uma queda de –0,50% atingindo os 99,77k. A bolsa seguiu em grande parte os movimentos negativos de Nova York, na espera da decisão de política monetária do Fed que ocorrerá hoje, enquanto os investidores digerem a temporada de resultados corporativos. Na ponta negativa tivemos as mineradoras e siderúrgicas refletindo uma deterioração da perspectiva imobiliária chinesa. Já JBS e Petrobras ajudaram a segurar o índice.

Novos relatórios

📞 Vivo (VIVT3): Resultado 2T22, sólido como sempre
O resultado foi em linha com o que havíamos deliberado durante a prévia do 2T22 e, portanto, positivo. Os repasses de preços foram sentidos sobretudo na receita móvel, impulsionada também pelo crescimento da base e a entrada de parte dos antigos clientes da Oi. Já os custos foram afetados por maiores gastos com as burocracias envolvendo a migração da Oi Móvel, inflação, marketing e uso da rede.

🛒 Carrefour (2T22) | Atacadão segue como o “camisa 10”
A maior varejista do Brasil abriu a temporada de balanços do setor. Com uma receita líquida de R$ 24 b, o Carrefour apresentou um “top line” 5% acima do esperado, impactado positivamente pelo faturamento do Grupo BIG em relação ao mês de junho. A maior surpresa veio para a margem EBITDA ajustada do segmento de varejo, reflexo de uma diluição de SG&A acima do que estimávamos.

🚑 Qualicorp (QUAL3): Prévia – Agora é MANTER
O cenário de congelamento de reajustes em 2020, seguido de fortes reajustes em 2021 é preocupante para Qualicorp. Depois de muitos trimestres de adições líquidas orgânicas negativas, revisamos nossas expectativas e chegamos em receita líquida e lucro líquido menores para os próximos anos. Assim, com a perspectiva não muito otimista do mercado de adesão (o carro chefe da casa) e a dinâmica da companhia nos últimos resultados, trocamos nossa recomendação sobre o papel QUAL3 para MANTER.

🏦 Banco do Brasil (BBAS3): Prévia 2T22: De volta a liga dos rentáveis
Os resultados trimestrais de BB seguem em franca recuperação após anos rodando com rentabilidade bem abaixo de seus pares. Neste trimestre esperamos um lucro novamente robusto. Neste ritmo, o BB pode superar o topo do guidance no ano. Se não fosse pela eleição presidencial, as ações seriam uma barganha. Acesse o relatório para saber a nossa recomendação e expectativas para o trimestre!

O que aconteceu no Mercado?

Petrobras (PETR4): Conselho discute mudança na política de preços dos combustíveis

E dessa vez? De acordo com o fluxo de notícias, os reajustes aplicados pela Petrobrás deveriam passar pelo crivo do conselho de administração e não mais como uma decisão gerencial da própria empresa.

Negativo. Observamos essa notícia como negativa. Tal escolha pode aumentar a influência política do governo na política de preços da empresa via escolhas pontuais no conselho de adm.

E no 2T22? Independente do fluxo de notícias, o acionista da empresa deve se preparar para um bom anúncio de dividendos na divulgação do próximo resultado. Preços saudáveis do petróleo e endividamento sob controle devem ser as principais balizas para o novo anúncio.

EDUCAÇÃO
Saíram os dados dos inscritos no Enem
Ao todo foram 3,4 milhões de inscritos para o Exame Nacional do Ensino Médio. Os números mostraram expansão contra o ano passado em todos os 26 estados mais o Distrito Federal. Dos inscritos, 59,7% são isentos da taxa de inscrição enquanto 40,3% são pagantes. (INEP e Genial)

BBAS3
Assim como outras Estatais, o Banco do Brasil recebeu um ofício da União para que aumentasse seu payout. O BB negou o pedido, reiterando a necessidade de capital para sustentar o seu crescimento. O BB fez um excelente trabalho em recompor o seu capital desde 2015/16, hoje acima dos principais pares privados. (Valor e Genial)

SAÚDE
Prévia dos números da ANS de junho
A ANS divulgou prévia dos dados de saúde referentes a junho feita com 49 operadoras, na qual destacamos: crescimento forte da base de beneficiários (+0,5% m/m, para 49,8m). Observamos também queda na taxa de ocupação média dos leitos comum e de UTI em 1,5 pp para 78,9%. Já a sinistralidade caixa do 2T22 está elevada em relação aos anos de pandemia e seu patamar pré-pandemia, alcançando 87% (+5 pp vs. 2T19). O 2T carrega sazonalidade, o clima mais frio e as operações realizadas após o carnaval se traduzem em taxa de ocupação mais altas e maiores custos de sinistro. (ANS e Genial)

LOGG3
Venda de empreendimentos
A Log CP vendeu 100% do galpão Betim II e 40% de participação na sociedade Parque Torino. O total de ABL (área bruta locável) vendido foi de 150,8k m2 por um valor de R$ 424m, ou seja, R$ 2811/m2 para o fii HGLG11, que recentemente fez uma emissão de cotas que deve ser usada para pagar a compra. (LOG CP e Genial)

INDÚSTRIA
O senado americano vota hoje um pacote de US$ 280 bi para subsidiar a fabricação de chips e semicondutores no país. O plano prevê US$ 57 bi para encorajar as empresas a desenvolver e produzir semicondutores no país, além de criar um crédito fiscal de 25% para empresas que investirem na produção de semicondutores. Esses incentivos reduziriam a dependência chinesa na cadeia de suprimentos desses componentes, diminuindo os riscos inerentes ao desabastecimento de chips, como o que temos hoje. (Valor e Genial).

De olho na economia

Inflação em queda: transitório ou tendência?

No mês de julho a taxa de inflação atingiu 0,13%, desacelerando em relação ao mês de junho, quando a taxa atingiu 0,69% e abaixo da mediana das expectativas dos analistas (0,16%). Parte significativa da desaceleração foi concentrada em energia (- 4,6%) e gasolina (- 5,01%), um resultado da redução do ICMS sobre estes bens aprovada pelo Congresso. Com este resultado, a expectativa é de deflação no IPCA cheio do mês de julho, que deverá ainda incorporar a diminuição dos preços de telecomunicações.

Além destes itens, alguns outros indicadores positivos podem ser destacados, tais como a redução do índice de difusão pelo terceiro mês consecutivo, de 78,75% em abril para 67,85% no mês de julho, a redução da média dos núcleos pelo segundo mês consecutivo, de 1,10% em maio para 0,72% em julho e a desaceleração da inflação de bens industriais também pelo segundo mês consecutivo, de 1,62% em maio para 0,28% em julho.

Apesar deste comportamento benigno, a composição da inflação continua a preocupar. Em especial, a taxa de inflação de serviços, ainda que tenha mostrado uma pequena desaceleração em relação a junho, continua muito elevada e a taxa de inflação de serviços subjacentes continua acelerando.

A pergunta é se este comportamento da inflação de serviços já reflete um mercado de trabalho mais apertado ou se é recomposição de margens de lucro do setor como resultado da retomada da atividade dos serviços com o fim das medidas de lockdown e restrições à mobilidade urbana implementadas no auge da pandemia. Nossa avaliação é que é um processo de recomposição de margens que deverá arrefecer à medida em que os preços começarem a voltar à “normalidade” e a competição se intensificar. Mas somente os próximos números de inflação poderão dar a resposta correta a esta dúvida.

Cripto

Na terça-feira, o BTC caiu abaixo de US$ 21k, mas se recuperou rapidamente, marcando a maior baixa semanal. O BTC amanheceu sendo negociado a US$ 21,2k, uma pequena alta de 0.93% nas últimas 24h, acompanhada por grande parte dos criptoativos. O valor de mercado de todas as criptomoedas cresceu cerca de US$ 30 bi nas últimas 24h, mas ainda está abaixo da marca de US$ 1 tri.

Como abordado ao longo da semana, é provável que os criptoativos experimentem maior volatilidade hoje, já que o FED deve aumentar a taxa de juros novamente.

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Renda Fixa

Mais um dia com extrema volatilidade no mercado de renda fixa local. Após o número melhor dos dados de inflação advindos do IPCA-15, a curva de DI futuro começou a cair em todos os vértices, porém, perto do fechamento, a parte curta encerrou o dia subindo 4 bps em média, e a parte longa e intermediária ficou na estabilidade.

Com indicadores já apontando para uma economia mais fraca e projeções de recessão no radar, o FED volta a subir o juro hoje nos Estados Unidos. A expectativa é de uma alta de 75p.p. Embora exista uma minoria que ainda aposta em aumento maior (100 p.p), um resultado diferente do consenso seria uma grande surpresa. O anúncio será feito às 15h, mas o maior suspense é para a entrevista de Powell (15h30), que pode causar uma boa reviravolta dos mercados.