Confira as principais notícias que irão movimentar o mercado de ações: Credit Suisse (C1SU34), Cemig (CMIG4), Alliar (AALR3), America (AMER3) e M. Dias Branco (MDIA3).
Expresso Bolsa
O Ibovespa fechou a sexta-feira em baixa de -1,40%, alcançando os 101,9k. O principal índice da bolsa brasileira teve mais uma semana de baixa, perdendo –1,58% no período. Nos últimos dias, os temores relacionados a uma crise bancária mundial impactaram o Ibovespa, com reflexos da quebra do SVB e dos problemas financeiros do Credit Suisse (CS).
No fim de semana, as autoridades reguladoras da Suíça intermediaram a compra do CS pelo banco suíço UBS. A operação tem o objetivo evitar uma crise no sistema bancário global e resguardar o sistema bancário do país.
Novos relatórios
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O que aconteceu no mercado?
CREDIT SUISSE
Acordo histórico de compra!
O UBS aceitou comprar o Credit Suisse por US$ 3,25b, sendo intermediado pelas autoridades reguladoras da suíça visando resguardar o sistema bancário suíço e evitar uma crise financeira global. A combinação do UBS com o CS irá criar um dos maiores bancos europeus com mais de US$ 5tri de ativos totais. As ações do CS estão com queda de quase 60% no pré mercado de hoje, refletindo o preço de aquisição por parte do UBS. (CNBC, Valor e Genial)
CMIG4
Desinvestimentos, finalmente
A empresa anunciou o seu interesse na venda de 15 de suas Pequenas Centrais Hidroelétricas (PCHs) no valor total de R$ 48,2m. Tal notícia vem depois de um longo tempo sem grandes novidades relacionada ao seu processo de desinvestimentos. Achamos esse evento positivo por destravar valor em ativos que possuem difícil avaliação e por desalavancar a holding da empresa (Cemig e Genial).
AALR3
Novo edital de OPA
A Alliar comunicou ao mercado que publicou um novo edital da oferta pública de ações, após a CVM rejeitar o último edital. A companhia informou que o novo edital reproduz em grande parte os termos do edital antigo, mas apresenta uma redução no prazo de realização do leilão e liquidação da oferta. A operação é necessária pois um fundo ligado ao empresário Nelson Tanure se tornou acionista majoritário da companhia no início de 2022. A oferta pública de ações foi inicialmente protocolada em mai/22 e se estende até hoje. (Alliar e Genial)
AMER3
Plano de RJ
A Americanas irá apresentar hoje o seu plano de Recuperação Judicial, contendo informações como valor de aporte dos acionistas de referência e conversão de dívidas. (O Globo e Genial)
MDIA3
Resultados reportados 4T22
A M. Dias Branco divulgou os resultados do 4T22. A companhia atingiu uma receita líquida de R$ 2,8b, crescimento de 27,7% a/a, um EBITDA de R$ 121m, recuo de 33,6% a/a, e um lucro líquido de R$ 15m, queda de 89,7% a/a. Assim, a companhia encerrou o ano tendo entregado uma receita líquida recorde de R$ 10,1b (+29,6% a/a), um EBITDA de R$ 900m (+31,7% a/a), uma margem EBITDA de 8,9% (-0,1 p.p. a/a), e um lucro líquido de R$ 482m (-4,6% a/a). (M. Dias Branco e Genial)
AUTO
Montadoras param fabricação por falta de demanda
Com as taxas de juros e inflação elevadas, as montadoras se depararam com outro problema além dos semicondutores, a própria demanda por veículos. Com isso, montadoras como a GM, Stellantis e Hyundai anunciaram que irão suspender suas produções, além de darem férias coletivas aos seus funcionários. Segundo estimativas, esse quadro de desaceleração na busca por automóveis deve se manter até 2024. (Estadão e Genial)
De olho na economia
Inflação e/ou estabilização das condições financeiras
Após os eventos da última semana, a falência de três bancos regionais nos Estados Unidos e a “corrida” contra o Credit Suisse, um dos dois maiores bancos da Suíça, a questão desta semana é se as medidas já adotadas pelos bancos centrais dos Estados Unidos (prover uma linha de crédito tendo como colateral títulos públicos a valor de face e não a preços de mercado), pelo FDIC (estender a garantia a todos os depósitos do Silicon Valley Bank e não apenas aqueles com valor menor que US$ 250 mil), e pelo banco central da Suíça (uma linha de crédito de US$ 50 bilhões para ser utilizada pelo Credit Suisse e, na noite de ontem, o UBS comprou o Credit Suisse por US$ 3,25 bilhões, operação anunciada pelo presidente do país, e o banco central da Suíça abriu uma linha de crédito irrestrita para os dois bancos como única solução viável para a crise do segundo maior banco do país), serão suficientes para acalmar a situação e resolver a grave crise bancária que se desenhou no horizonte.
Os sinais não são muito promissores. Nos Estados Unidos, persiste a desconfiança nos bancos regionais e, nos últimos dias da semana passada, o First Republic Bank, um banco médio de São Francisco, estava sob intenso processo de perda de depósitos. Na Europa, a expectativa é que algum tipo de acomodação à junção dos dois bancos venha a ocorrer por razões de segurança e diversificação de portfólio por parte dos investidores.
Para complicar a situação, o Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc), que decide as taxas de juros nos Estados Unidos, decide na quarta feira se mantém a estratégia de privilegiar o combate à inflação, que continua muito acima da meta, com aumento da taxa de juros, ou se dá prioridade à crise bancária e mantém a taxa constante. Não será uma decisão fácil. Se mantém a trajetória de aumento dos juros, poderá gerar um aperto ainda maior no mercado de crédito, agravando a crise. Por outro lado, se decide não aumentar a taxa básica de juros, passará a mensagem para os investidores e para a sociedade que a estabilidade de preços não é uma prioridade do banco central, o que poderá afetar negativamente as expectativas para a inflação.
Nossa expectativa é que o Fed aumente a taxa de juros em 0,25 pontos de porcentagem, chame a atenção no comunicado pós reunião para a necessidade de estabilizar o mercado de crédito e, ao mesmo tempo, continue a implementar medidas macroprudenciais, como as que já foram adotadas na semana passada (linhas de crédito, liberalização do limite de garantia de depósitos para todo o sistema bancário, consolidação do mercado, etc.) para amenizar a crise.
Renda Fixa
Com o FED pressionado a prover mais liquidez no mercado para capitalizar bancos em dificuldade, o cenário de juros próximos a 6% nos EUA ficou pra trás, e localmente, os juros responderam da mesma maneira, operando em queda em todos os vencimentos do DI futuro, com destaque para o miolo da curva fechando 15bps em média.
Na quarta-feira será realizada a reunião do Copom, para definição da taxa Selic. Em nossa avaliação, ela será mantida em 13,75%. No mesmo dia, acontecerá a reunião do FOMC para definição da taxa básica americana. Neste caso, esperamos uma elevação de 0,25 p.p.
Cripto
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