Tese de recessão global ganhou força nessa semana derrubando os preços das commodities globais, que em conjunto com a baixa do VIX, proporcionou ânimo para recuperação das bolsas pelo mundo, principalmente para aquelas com grande participação de ações do tipo crescimento (growth). A queda parte longa da curva de juros no mundo desenvolvido favoreceu esse início de rotação entre valor (value) e crescimento (growth), mas entendemos que movimento pode ser pontual diante dos desafios econômicos esperados para este ano. Brasil foi fortemente impactado pelo noticiário fiscal que trouxe mais pacotes de bondade por parte do governo e pressionou a curva de juros por aqui. Dólar subiu e o Ibovespa voltou para baixo dos 100.000 pontos.
Expectativa de recessão pressiona commodities
Número de ocorrência da palavra recessão em artigos da Bloomberg no mais nível desde o início da pandemia da COVID-19.
No curto prazo, com sentimento em níveis extremamente negativos, abre-se espaço para recuperações pontuais dos preços dos ativos. Contudo, como a posição do mercado ainda é historicamente elevada em ações, isso indica que se o cenário de inflação / recessão persistir poderemos continuar a ver uma tendência negativa para as bolsas globais.
PMIs da Zona do Euro mostraram atividade industrial caindo para 52 (ante os 53,8 esperados e abaixo de 54,6 divulgado em maio) atividades de serviços caindo para 52,8 (ante 55,5 esperado e abaixo de 56,1 em maio).
O índice de confiança empresarial Alemã (Ifo) caiu mais do que o esperado em junho para 92,3 ante expectativa de 92,8 e número anterior em 93 referente ao mês de maio, enquanto o componente de expectativas do IFO caiu para 85,8 de 86,9 ante expectativa de um aumento para 87,4.
Diante do cenário de recessão começando a ser precificado no mercado, a semana foi de queda para a maioria das commodities globais. Petróleo foi uma das que mais sofreu.
Nosso time fez uma publicação sobre o impacto da queda do petróleo nos preços das petroleiras aqui no Brasil, como a 3R, Prio e PetroRecôncavo.
📺 Também fizemos uma live exclusiva falando sobre o tema:
Além de uma queda nas commodities, ocorreu uma baixa forte na precificação dos juros de longo prazo no mundo desenvolvido, proporcionado assim espaço para uma recuperação das ações de tecnologia. No gráfico abaixo temos em amarelo o rendimento do título de 10 anos nos EUA e em branco a cotação das ações da Tesla.
Com o final do semestre se aproximando, temos que o S&P 500 está indo para o pior primeiro semestre desde 1970.
Situação fiscal preocupa o mercado
Ibovespa para baixo, dólar e juros para cima. Essa foi a dinâmica da semana diante das últimas notícias relacionadas à Brasília. A percepção que temos é que a baixa intensão de votos do governo nas últimas pesquisas eleitorais estão trazendo para o mercado um sentimento de que maiores gastos (pacote de bondades) virão numa tentativa de aumentar a popularidade e em busca de uma reeleição.
O problema é que maiores gastos, sem o corte de outros pressionará ainda mais as contas públicas e isso por sua vez fará com que o mercado precifique a necessidade de termos uma taxa de juros (Selic) elevada por mais tempo.
Nosso time também fez publicações relacionadas a uma mudança na Lei das estatais e sobre o ICMS.
