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Publicado em 20 de Janeiro às 15:04:27

Expresso Bolsa Semanal: Reabertura da China, narrativas sobre EUA; Brasil entre a cruz e espada.

A semana foi de alta para as principais commodities globais por conta das expectativas em torno da reabertura da economia chinesa. Com o início da temporada de balanços nos EUA investidores começaram a se questionar sobre o atual momento da economia norte-americana. Aqui no Brasil, Ibovespa tem segunda alta semanal influenciado por empresas exportadoras mesmo com o mercado de câmbio e juros bastante volátil por conta dos discursos do governo.

2023 será o ano para renda variável?

Apesar da queda semanal das principais bolsas globais (Europa e EUA), o começo do ano está sendo de otimismo para o mercado financeiro global que está sendo influenciado principalmente pela reabertura da China. Além disso, uma mudança de narrativa onde do tema “Inflação” perde forças para o tema “Recessão” abre espaço para que nessa transição também haja espaço para o investidor especular um “Pouso Suave” da economia norte-americana.

Dados reforçam processo de reabertura da China

Dados de alta frequência continuam sinalizando que o processo de reabertura da economia chinesa está ocorrendo, e assim, investidores estão buscando alocações em commodities metálicas, agrícolas e energéticas.

Dados mas recentes de atividade econômica referentes ao mês de dezembro ficaram acima das expectativas e mostraram uma recuperação mais acentuada da economia chinesa.

Nos chama atenção o minério de ferro que teve a sua quarta semana consecutiva de alta, além de acumular em dois meses e meio uma alta de 55%. Entendemos que a tese de reabertura da economia chinesa gera uma expectativa de maior demanda por commodities. Porém, acreditamos que esse processo influenciará o aumento da demanda de alimentos e combustíveis (aumento da mobilidade social). Em nosso entendimento o setor imobiliário ainda segue bastante fragilizado. Acreditamos ser importante monitorar os preços do minério e possíveis realizações de lucro que podem ocorrer nas próximas semanas. Semana que vem, inclusive, a China estará fechando por conta do Ano Novo Lunar Chinês.

EUA: economia entre a cruz e a espada

A agenda macroeconômica nos EUA tem sido “cruel” com o investidor ao sinalizar situações que dificultam a tomada de decisão por parte do investidor. De um lado, nós temos dados sobre inflação melhorando a cada mês. Nesta semana foram divulgados dados sobre preços ao produtor, que apresentou uma queda de 0,5% em dezembro (maior baixa desde abril de 2020) e alta de 6,2% na comparação anual (menor alta desde março de 2021).

Além de dados de inflação melhores do que o esperado, a atividade industrial também está cedendo. O índice de manufatura de Nova York teve a sua quinta pior contração de todos os tempos, caindo para -32,9 em janeiro, de -11,2.

Ao mesmo tempo em que o mercado de trabalho dos EUA parece estar tão forte como nunca, já que o número de americanos que entraram com pedidos de seguro-desemprego pela primeira vez caiu para 190 mil (bem abaixo da expectativa de 214 mil) – seu nível mais baixo desde abril de 2022”.

Essa indicação de uma economia se enfraquecendo, dados de inflação benignos fez com que o mercado precificasse uma menor necessidade de uma política monetária restritiva, o que é positivo para a precificação das ações. Menos juros no longo prazo, mais demanda por ações.

Porém, devemos estar atentos diante da postura ainda dura dos membros do Fed (Banco Central Americano) e da possibilidade de termos uma redução da atividade econômica mais intensa do que o esperado. Quando desenhamos esse cenário com um S&P500 operando na banda de 18x a 20x P/E, me parece que o mercado não esteja preparado para uma eventual desaceleração de maior magnitude do crescimento econômico americano.

Otimismo atrapalha o Fed

Com o movimento de alta nas primeiras semana de 2023, fez com que o Índice Nacional de Condições Financeiras (NFCI) caísse para -0,34 na semana encerrada em 13 de janeiro, sugerindo que as condições financeiras se afrouxaram novamente. Isso atrapalha o Fed no seu trabalho de conduzir a inflação para a meta.

Na sexta-feira passada também teve início a temporada de balaços do 4T22. Até o momento tem sido consenso sobre uma queda considerável nos ganhos.

Brasil

Ações brasileiras seguem se favorecendo de um fluxo relevante e de um otimismo evidente dos estrangeiros com os países e os ativos emergentes, principalmente exportadoras. Movimento é justificado por três fatores: (i) A reabertura da China, (ii) queda nas taxas de juros dos EUA (Recessão), (iii) valuations atrativos por conta de uma Selic Elevada.

Assim, o noticiário local foi bastante influenciando pelos pronunciamentos do governo. De um lado Lula adotando um discurso mais endereçado à esquerda e sua base, enquanto equipe econômico buscou um tom mais “liberal” de responsabilidade fiscal e que serviu de contraponto à Lula. Esse tipo de postura trouxe bastante volatilidade aos mercados de dólar e juros.

Macro Brasil

PNAD (nov/22) | Desemprego cai para 8,1% no trimestre encerrado em novembro – De acordo com o IBGE, no trimestre móvel encerrado em novembro, a taxa de desemprego ficou em 8,1% da força de trabalho. Desse modo, o resultado veio pior do que o consenso de mercado que projetava 8,0% (Broadcast+) para o mesmo período. Com este resultado, a taxa de desocupação recuou 0,9 p.p. em relação ao trimestre anterior (jun/22 a ago/22) e 3,5 p.p. ante o mesmo período do de 2021. Esta foi a menor taxa de desemprego desde o trimestre móvel encerrado em abril/15. Saiba mais

Noticiário corporativo

TOP AÇÕES | A nossa melhor carteira recomendada para 2023 – A bolsa brasileira começou 2023 com alta volatilidade e esperamos que o cenário para o resto do ano continue bastante desafiador, tanto no âmbito global como principalmente no campo doméstico. Estamos posicionando nossa carteira recomendada de investimentos TOP Ações de forma mais defensiva e aumentando o número de ativos para melhorar a diversificação da carteira. Saiba mais

Aéreas | Prévia de Resultados 4T22: Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) – Com os resultados operacionais do setor aéreo já divulgados ao longo dos meses de outubro, novembro e dezembro, observaremos um trimestre positivo do ponto de vista operacional para Azul e Gol. Estamos entrando no período sazonalmente mais forte do setor, o período de férias, e pela primeira vez em 2 anos sem restrições de circulação. Saiba mais

Qual o impacto do rombo da Americanas nos bancos? – Nesse relatório, tentamos mensurar o impacto da crise que o rombo bilionário da Americanas (AMER3) pode ter no sistema bancário. Entre os maiores bancos listados, concluímos que o Bradesco (BBDC4) e BTG Pactual (BPAC11) seriam os mais impactados. Confira a análise completa. Saiba mais

Elétricas/Geração | São Pedro Ajudou. E agora? – Após anos com uma hidrologia desafiadora, 2022 foi marcado por um bom período de chuvas, afastando assim o risco de racionamento. Entretanto, um baixo consumo aliado a uma oferta abundante acabaram por carregar os preços dos contratos de longo prazo para níveis inferiores aqueles praticado nos últimos anos (contratos de cinco anos negociam atualmente em cerca de R$124/MWh em vs R$150-165/MWh entre 2015-2021). Sendo assim, geradoras de energia descontratadas acabam por estar expostas a um processo de recontratação a preços inferiores aos anteriores. Em nossa cobertura, Auren é a empresa menos exposta a esse momento vs Eletrobrás, que precisa recontratar sua capacidade que antes estava no regime de cotas. Tal redução nos preços da energia a ser vendida impactam negativamente o fluxo de caixa e rentabilidade das empresas em relação as nossas estimativas anteriores. Saiba mais

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