Escolha Genial
Continuamos com a JBS (JBSS3) como a nossa Escolha Genial para o setor de frigoríficos, com um preço-alvo de R$ 42,00. A gigante do setor segue reportando excelentes resultados e crescendo organica e inorganicamente.
As ações da Minerva (BEEF3) tiveram bastante volatilidade nas últimas semanas, porém o resultado veio em linha com a nossa tese. Nossas perspectivas seguem positivas e mantemos o nosso preço-alvo em R$ 13,10, com recomendação de COMPRA para a Minerva.
A Marfrig (MRFG3) reportou um resultado recorde, se aproveitando de um excelente cenário no mercado americano. Contudo, enxergamos que isso deve normalizar no médio/longo prazo, e portanto, temos uma recomendação de MANTER para o frigorífico, com preço-alvo de R$ 20,00.
Já a BRF (BRFS3) viu avanço em sua receita, porém um cenário desafiador para a empresa impactou seu lucro e margens. Nossa recomendação continua em MANTER, com preço-alvo de R$ 28,00.
Comparação dos resultados
Comparação de receita líquida: Nos ajuda a entender a diferença no tamanho de cada uma. A JBS, que é a maior empresa de proteínas do mundo, é claramente muito maior do que as demais. Isso acaba sendo uma vantagem por conta do ganho de escala (quanto maior a quantidade de matéria-prima que a empresa compra de seus fornecedores, melhor o preço que eles conseguem por unidade).
Comparação da variação do EBITDA e margem EBITDA: Para entendermos qual empresa foi mais lucrativa em função de suas operações.
- JBS teve uma redução de 2 p.p. de margem EBITDA em relação ao 2T20, porém, enxergamos a margem atual de 13,7% em um nível saudável, além de ter alto crescimento do EBITDA;
- Marfrig foi o destaque, o frigorífico é concentrado no mercado americano de carne bovina e vive o melhor momento de sua história;
- A margem da BRF está muito ruim diante de custos de matéria-prima, muito elevados. Além disso, o foco do business é em carne de frango e suínos, que deveria apresentar margens melhores do que o negócio de carne bovina (que é o foco dos concorrentes). Todavia, a empresa teve forte crescimento de EBITDA;
- A Minerva sofreu com a diminuição do volume e de suas margens, em função do gado brasileiro muito caro. Apesar do momento ruim para suas operações no Brasil, acreditamos em uma melhoria no cenário e maior foco em operações internacionais. Enxergamos aqui uma oportunidade de investimento.
Resumo do 2T21 por empresa
JBS (JBSS3): Resultado recorde. Com mais de R$ 85 bilhões de receita e R$ 11,7 bilhões de EBITDA (crescimento de 13,8% e 13,7% em relação ao mesmo período do ano passado, respectivamente), a maior empresa de proteínas do mundo segue usufruindo de sua diversificação global e de produtos para reportar números estratosféricos. Olhando para frente, esperamos continuar vendo bons resultados, além de mais aquisições relevantes e investimentos para gerar valor aos acionistas (como dividendos e recompra de ações). Sua forte posição de R$ 3,2 bilhões de fluxo de caixa livre e alavancagem de 1,6x dívida líquida/EBITDA (o que consideramos baixa) traz espaço para tais investimentos. Confira a nossa análise completa aqui.
Minerva (BEEF3): Vimos um forte avanço de receita líquida para R$ 6,3 bilhões, avanço de 43% em relação ao 2T20, o que indica que a demanda externa continua bastante aquecida. A maior exportadora de carne bovina da América Latina também viu uma redução de 7,7% de seu EBITDA, atingindo R$ 544,9 milhões. Todavia, isso não foi uma surpresa, pois já esperávamos uma redução na comparação a/a diante de um cenário desafiador no Brasil, com os preços do gado muito elevados (principal custo da empresa). As ações da Minerva caíram cerca de 7% no ano e como podemos observar no gráfico, foi o papel que teve pior performance entre seus peers. acreditamos que temos aqui uma ótima oportunidade de valorização. Confira a análise completa.
Marfrig (MRFG3): Conforme esperávamos, outro resultado de recordes. O frigorífico tem a maioria da sua operação nos EUA, que é de onde vem cerca de 65% de sua receita. O cenário no mercado americano está muito forte tanto em termos de oferta quanto em demanda em função da alta disponibilidade de gado e uma retomada mais robusta da economia americana. Contudo, esperamos ver uma normalização do ciclo no país, além de vermos uma performance ruim da sua divisão na América do Sul: redução de 70,5% a/a do EBITDA, chegando a R$ 181 milhões. Confira a análise completa.
BRF (BRFS3): Trimestre desafiador para a BRF, reportando prejuízo líquido de R$ 199 milhões no trimestre, uma reversão do lucro líquido de R$ 307 milhões do 2T20. Vimos melhorias no top-line (crescimento de 27,8% a/a de receita líquida, chegando a R$ 11,6 bilhões) e valuation interessante (6,8x EV/EBITDA, nível baixo em relação aos concorrentes, indicando que está possivelmente barata) o que chamam nossa atenção, porém os preços de grãos em altas históricas e a situação financeira desafiadora da empresa nos mantém cautelosos. Confira a análise completa.