Sem muitas surpresas, os resultados operacionais do setor aéreo já haviam sido divulgados ao longo dos meses de outubro, novembro e dezembro. Mesmo sendo o setor mais prejudicado pela pandemia, a diminuição das restrições de circulação devido ao avanço da vacinação e o período de férias, possibilitaram a recuperação de praticamente toda a oferta de assentos (ASK). De tal maneira, esperamos bons números no 4T21.
Do lado dos preços, observamos um aumento relevante nas tarifas médias dos voos. Entretanto, vale ressaltar que o setor ainda não retomou os patamares de margens observados no período pré-pandemia. A desvalorização cambial e novas altas no preço do petróleo, prejudicaram a linha de custo variáveis das companhias aéreas.
Azul (AZUL4)
Com as prévias operacionais já reportadas, esperamos um bom desempenho da Azul, que atingiu os 9,5 bilhões em oferta de voos (ASK), com destaque para a recuperação da oferta doméstica, cerca de 17,5% superior ao mesmo período de 2019. Quando olhamos para as tarifas, a empresa também deve ter um bom trimestre. Assim como o setor, de modo geral, a empresa deve repassar aumento nas tarifa médias em decorrência da forte demanda da alta temporada. A taxa de ocupação de 82% reflete essa demanda aquecida, embora o RPK total de 7,8 bilhões ainda seja 3,8% inferior ao reportado no 4T19.
Com expansão do e-commerce, a Azul deve apresentar mais um trimestre de resultados sólidos em sua operação de cargas. Com custo marginal mais baixo, devido à demanda mais forte no trimestre, devemos observar margens crescendo.
GOL (GOLL4)
A Gol reportou em suas prévias operacionais dados muito fortes, atingindo uma oferta de assentos (ASK) de 8,7 bilhões, 66% inferior a 2019 e demanda (RPK) de 7,2 bilhões, 67% abaixo de 2019. Em comparação com o 3T21, o ASK subiu 19% e o RPK teve alta de 21%, destacando a forte recuperação da demanda comercial, impulsionada principalmente pelas viagens de fim de ano. A taxa de ocupação retomou a patamares satisfatórios atingindo os 83%.
Embora possua maior competição em suas rotas, devido à presença da LATAM, que dificulta o poder de repasse de custos e consequentemente aumento de tarifa, a Gol surfou aumentos de preços no setor de aviação no Brasil. Os números ainda amassados, são reflexos da maior exposição à demanda corporativa, que ainda não retomou por completo.
