A Direcional reportou resultados sólidos neste trimestre, a companhia continua mostrando uma consistência no seu crescimento enquanto mantém uma das melhores margens brutas do setor. Neste terceiro trimestre ainda contou com uma leve ajuda dos projetos do Pode Entrar, em conjunto com a Tenda. A companhia alcançou um ROE de 31%, o que é saudável no preço de negociação atual de papel, a 2,5x P/BV. Mesmo com resultados bons, esperamos uma reação neutra do mercado, que imaginamos já precificar um resultado com tal qualidade. Seguimos com recomendação de Compra para o papel, dado o bom carrego do papel (10% DY 2025E) e P/E 2025E de 8x.
A receita líquida atingiu R$ 911m, mantendo o crescimento gradual e consistente todo trimestre. A margem bruta cresceu para o maior patamar histórico, a 38,5%, rivalizando com a Cury no patamar atual. Mesmo com o recente burburinho sobre um INCC mais elevado, vale lembrar que tanto Cury quanto Direcional já demonstraram que têm capacidade de manter a margem bruta relativamente alta mesmo em períodos de INCC mais elevado. Além disso, o maior problema de uma inflação mais elevada é quando ela “ataca de surpresa”. Na nossa visão, um INCC estruturalmente mais elevado pode ser mais facilmente absorvido, uma vez que passará a integrar a viabilidade dos projetos, o que diminuirá a quantidade de projetos viáveis, mas não necessariamente o seu retorno. No mais, a companhia segue vendo uma diluição das despesas administrativas com o aumento das receitas, além de ter contado com um ganho extraordinário de R$ 5m devido ao ganho com o equity swap (equivalente a um programa de recompra), levando a um lucro de R$ 160m e um ROE de 31%. Sem o efeito do swap, o lucro teria sido de R$ 156m, com um ROE de 29%.