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Publicado em 16 de Setembro às 15:25:40

Expresso Bolsa Semanal: Dados macroeconômicos pesam sobre o mercado

Em semana com agenda macroeconômica intensa ativos de risco reagiram negativamente após mudanças nas percepções dos investidores sobre inflação, situação econômica global e trajetória da política monetária no mundo desenvolvido. Ações, cryptoativos, moedas e algumas commodities apresentaram queda, enquanto VIX (índice de volatilidade) e dólar foram os destaques positivos. Aqui no Brasil, nosso mercado refletiu a situação global mais negativa além do noticiário político. Semana que vem teremos decisões importantes sobre política monetária nos EUA e Brasil.

Inflação nos EUA assusta. Mercado precifica mais juros e menor crescimento

Inflação americana em agosto (CPI), na comparação anual, avançou 8,3%, enquanto mercado projetava alta de 8,0% no ano contra ano (de 8,5% em julho). Núcleos subiram 6,3%, de 6,1% estimados; em julho avanço foi de 5,9%.

Até o momento, mercado estima 86% de chance de uma alta de 75 bps, enquanto 14% estimam uma alta de 100 bps. Durante essa semana apostas de um aumento de 100 bps alcançou percentuais maiores.

Sobre a trajetória dos juros nos EUA, mercados estão precificando uma taxa alvo terminal em 4,38% ao ano, após os números de inflação, 63 pontos base acima do último ‘Dot Plot’.

Veja o relatório completo sobre a inflação nos EUA: CPI (ago/22): Inflação surpreende negativamente sustentando nova alta de 75 bps nos EUA

Reação do mercado de ações

Apple perdeu US$ 154 bilhões em valor de mercado – queda ficou entre as 10 maiores perdas de valor de mercado em um único dia na história do mercado de ações dos EUA. Isso é mais do que o valor de mercado de ~ 90% das ações pertencentes ao S&P 500.

Juros mais altos impactando no setor imobiliário

A taxa de hipoteca de 30 anos nos EUA subiu acima de 6% pela primeira vez desde novembro de 2008, dobrando seu valor em relação ao ano passado.

Levando em consideração que há dois anos, a taxa de hipotecas de 30 anos era de 2,87% e o preço médio de uma casa nova nos EUA era de US$ 405 mil e hoje essa taxa é de 6,02% e o preço médio da casa nova é de US$ 547 mil. Na prática houve um aumento de US$ 28.000 no pagamento inicial exigido (assumindo uma entrada de 20%) e um aumento de 96% no pagamento mensal (de $ 1.343 para $ 2.628).

Guerra cambial

O Yuan chinês (CNH) enfraqueceu além do limiar de 7 contra o dólar americano (USD). Um Yuan mais fraco geralmente sinaliza um mercados de ações mais fraco. Esse movimento também atinge outras moedas como o Euro, Libra Esterlina e Iene Japonês em decorrência do seguintes fatores: (i) expectativa de um aumento de juros mais intenso nos EUA (ii) enfraquecimento da economia global (iii) maior busca por ativos conservadores (porto-seguro).

Economia Brasil

Ativos no Brasil reagiram ao contexto macro global, dados sobre atividade econômica locais e pesquisas eleitorais.

Em relação aos dados macro locais, nosso entendimento é que o nível mais alto da Selic está impactando a economia, sendo necessário monitoramento nos próximos meses, porém, como indicado pelos dados de serviços (PMS) ainda há uma resiliência nas atividades relacionadas a população com maior poder aquisitivo.

Essa dinâmica deve contribuir para uma inflação (núcleos) ainda resilientes, dificultando o trabalho no Bacen em sua atuação mais restritiva sobre a política monetária.

PMS (julho/22): Serviços avançam 1,1% m/m em julho

Em julho, o setor de serviços avançou pelo terceiro mês consecutivo, crescendo 1,1% na comparação com junho, melhor que a expectativa mediana do mercado que aguardava um aumento de 0,7% (Broadcast). Na comparação interanual, houve crescimento de 6,3% a/a.

Vendas no Varejo (julho/22): Setor varejista recua 0,8% m/m em julho

Pelo terceiro mês consecutivo houve queda no volume de vendas no setor varejista. O comércio varejista vem sendo impactado pelo cenário macroeconômico adverso para o setor, diante da política monetária contracionista, encarecimento do crédito, além da mudança do padrão de consumo de bens para serviços. Em julho, as vendas recuaram 0,8% m/m frente junho, resultado pior que a projeção mediana do mercado (0,2% m/m, Broadcast). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior o volume de vendas apresentou recuo de -5,2% a/a.

IBC-Br (julho/22): Índice de atividade do Banco Central avança 1,2% m/m

A atividade econômica brasileira iniciou o 3º trimestre do ano em significativa expansão. O índice de atividade econômica do Banco Central avançou 1,2% em relação ao mês anterior, melhor que o esperado pelo mercado (projeção de 0,5% m/m, Broadcast). Na comparação interanual houve crescimento de 3,9%. Além do forte resultado, houve revisão positiva no mês anterior (junho), passando de 0,7% para 0,9% de crescimento.

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