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    Publicado em 09 de Março às 02:19:36

    3R Petroleum (RRRP3) | 4T22: Ainda ao lado do bom senso!

    Ainda do Lado do Bom Senso!

    Seguimos com a recomendação de COMPRA em RRRP3. A empresa apresentou números operacionais abaixo das nossas estimativas e do consenso do mercado. A discrepância em relação aos nossos números diz respeito a demora na consolidação dos ativos adquiridos, onde já considerávamos todos os ativos adquiridos ex-Potiguar (anteriormente esperado para 1T2023) em nossas estimativas, sem nenhuma parada na produção – e, naturalmente, não foi o que aconteceu. Em nossa leitura, os grandes impactos negativos do trimestre não foram muito distantes dos trimestres anteriores: I) produção do Polo Macau ainda aquém do seu nível esperado devido a questões pontuais em suas operações, II) A consolidação dos ativos cujo as aquisições foram concluídas nesse trimestre também impõe uma dor de curto prazo à empresa a medida que os ativos vem com uma estrutura de custos ainda não otimizada e sem o impacto correspondente em receita derivada do aumento de produção e, por último, III) aumento da estrutura corporativa/pessoal da empresa para receber a consolidação de todas as operações. De acordo com a empresa, os custos extraordinários no trimestre somaram R$49 milhões. Ou seja, o EBITDA reportado teria sido acima do consenso (R$162 milhões) caso os eventos do trimestre tivessem acontecido nos trimestres anteriores ou simplesmente não tivessem se materializado (como as questões relativas ao Polo Macau).

    Em nossa leitura, independente da interpretação que o mercado vá ter dos resultados operacionais desse trimestre, as cotações da empresa devem ficar sujeitas ao fluxo de notícias político. Conforme explanado em nossos últimos documentos e podcasts, o Ministério de Minas e Energia emitiu um ofício suspendendo a alienação de ativos da Petrobrás. Tal decisão acertou em cheio a tese da 3R Petroleum devido a iminência da aprovação de transferência do seu ativo mais relevante: Polo Potiguar, que representa 42% das reservas 2P da empresa. Nosso cenário-base em relação ao ativo está relacionada a manutenção do bom senso: achamos que o processo deve ser concluído, ainda que em meio a fortes emoções. É importante mencionar que a assinatura para aquisição do ativo já foi realizada entre as partes (Janeiro/22) e, inclusive, a Petrobrás já recebeu US$100 milhões pelo ativo, faltando ainda US$1,04 bilhão no ato da conclusão. E aqui reside o nosso ponto: uma “puxada de tapete” na aquisição do ativo soaria como quebra de contrato, uma decisão que acabaria por respingar em outras esferas do governo, competitividade em leilões diversos, licitações públicas, etc. Ou seja, uma decisão muito dura tendo em vista a inexpressividade do ativo em relação ao tamanho das reservas e produção da Petrobrás. Como mencionamos em documento recente, a 3R já negocia a um nível de preços que já não considera a incorporação do Polo Potiguar (para maiores detalhes, clique aqui). Sendo assim, como ainda consideramos a não conclusão da aquisição como pouco provável, preferimos no manter do lado dos otimistas e manter a recomendação para empresa inalterada.

    Detalhamento 4T22

    EBITDA abaixo do consenso. A receita alcançou R$445 milhões (78% a/a), abaixo do pico histórico alcançado no trimestre anterior. O volume produzido alcançou 15,5k bpd médios (vs. 14,8k bpd no 3T22). Ainda sob o ponto de vista da produção, salientamos uma vez mais a produção do Polo Macau que por questões técnicas vem produzindo razoavelmente abaixo do seu pico de produção (7,2k bpd no 1T22) e atualmente vem produzindo e fechou o mês de janeiro/23 produzindo apenas 3,8k bpd – empresa mantém o cronograma de fim dos reparos no Polo para o final desse trimestre, quando o ativo deve, em teoria, voltar a performar melhor. O preço médio de venda ficou em US$77,8/barril (vs US$88,4/barril no 3T22). Os custos operacionais aumentaram mais que proporcionalmente à receita (R$287 milhões no 4T22, +132% a/a e praticamente estáveis t/t) devido a integração dos ativos adquiridos e R$12 milhões de impacto pontual no trimestre devido a amortização da mais-valia apurada nos negócios do Polo Areia Branca. As despesas gerais e ADM expandiram devido a contração da profissionais para os seus quadros. O EBITDA regular foi negativo em -R$42 milhões devido, principalmente, ao teste de imparidade do ativo de Camarão em R$123,3 milhões (impacto não-caixa) e R$58 milhões da provisão do earn-out (pagamento acordado pós-aquisição) para aquisição do grupo Ouro Preto Energia (com objetivo de se apropriar de futuros benefícios fiscais do prejuízo acumulado do ativo em questão). Excluindo ambos os efeitos, o EBITDA ajustado foi de R$112 milhões. Neste trimestre, o resultado financeiro foi negativo em R$105 milhões. Neste trimestre, a empresa apresentou prejuízo de R$38 milhões devido aos impactos no EBITDA da empresa descritos acima.

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