3R PETROLEUM

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    Publicado em 17 de Março às 15:41:50

    3R Petroleum (RRRP3) | Dados de Produção Fev/23 + Nota sobre o Polo Potiguar!

    Conclusão

    Em linhas gerais, achamos que as informações divulgadas no dia de hoje devem trazer algum alívio para as ações da empresa. Como mais importante, citamos a confirmação por parte da Petrobrás e da 3R sobre a continuidade do processo de desinvestimentos de ativos que já foram assinados (como no caso da 3R Petroleum e Petrobrás). Entretanto, seguimos céticos quanto a evolução da negociação do Polo Bahia Terra entre a Petrobras e a Petrorecôncavo devido o fato dos mesmos estarem apenas no aspecto das intenções.

    Sobre a Produção da 3R de Fevereiro/2022. Achamos os dados divulgados como neutros para a nossa tese. Apesar da empresa ainda estar produzindo muito abaixo do seu potencial, a queda de produção em fevereiro não trás uma surpresa à medida que a paralização do Polo de Papa Tera já tinha sido anunciada recentemente. O destaque positivo fica por parte do Polo Macau que apresentou dados de produção demonstrando um aumento na produção em relação ao mês passado. Como amplamente divulgado, o Polo Macau vem apresentando queda na sua produção desde o 1T22 devido a questões relacionadas a adaptação nas plantas de separação óleo-água, fechamento temporária de poços para substituição de dutos de escoamento. A empresa reafirmou mais uma vez que a expectiva de conclusão desses temas é 1T23. Ou seja, esperamos que para o mês de Abril, o Polo já comece a recuperar os níveis de produção de outrora. Como grande ponto de atenção para o case da 3R no curto prazo, citamos a recertificação das suas reservas, que devem ser publicadas em breve. Como grande ponto de atenção a ser observados, citamos não apenas os volumes recuperáveis a serem divulgados (e principalmente sob qual premissa de preços do brent eles se baseiam), mas principalmente o investimento esperado daqui para frente. A Petrorecôncavo e a 3R possuem operações razoavelmente próximas do ponto de vista geográfico e o recente incremento nos investimentos esperados por parte da primeira causa alguma apreensão na tese da 3R. Eventuais frustrações nos dados da recertificação da 3R não devem causar o mesmo derretimento que observamos na Petrorecôncavo, tendo em vista o nível de avaliação que a 3R possui vs RECV: atualmente, RRRP3 negocia a US$3,5 EV/P2 vs US$11 RECV3 antes do anuncio da recertificação. Ou seja, mesmo em caso de números decepcionantes, achamos que o atual nível de avaliação da 3R é por demais depreciado esperar por novas quedas expressivas.

    Fato 01: Dados de Produção Fevereiro/23

    Produção: Ainda devagar!  Nossa leitura dos dados de produção é neutra. A produção equivalente da 3R Petroleum foi de 21,4k bpde (vs. 23,1k bpde em Jan/22). Em linhas gerais, seguimos razoavelmente construtivos para produção nos próximos meses à medida que os motivos que vem levando a empresa a apresentar números decepcionantes podem ser considerados como pontuais, em nossa leitura. Os principais nomes a serem observados nos próximos meses, permanecem sendo os polos de Para Terra e Macau, de onde devem vir a performance mais expressiva por parte da empresa (ainda que os ativos menores venham performando razoavelmente bem).

    Nos próximos tópicos, detalhamos o que ocorreu nos principais polos da empresa e sua situação atual.

    Papa-Terra. Conforme mencionado em fatos relevantes recentes, o Polo Papa Terra teve a sua produção paralizada a partir do dia 25 de Fevereiro por limitação nos sistema de geração e abastecimento de energia. Sendo assim, a queda da produção mês/mês não trás nenhuma surpresa ao case nesse trimestre. A empresa mencionou que essa questão deve ser revista em curto prazo de tempo e, sendo assim, temos a esperança de ver a produção retornando em breve. A produção do Polo Papa terra ficou em 6,4k bpde vs 7,8k bpde em Janeiro/23.

    Polo Macau. A produção alcançou 4,3k bpde vs (3,8k bpde em Jan/23), uma pequena reversão após um mês de janeiro razoavelmente decepcionante. O ligeiro incremento diz respeito a uma reabertura gradativa de poços à despeito do ativo ainda operar com limitações a sua capacidade. Em sua nota, a empresa reafirma a resolução dos entraves a produção ainda no 1T23 – cronograma importante que devem ser acompanhado daqui por diante.

    Polo Recôncavo. Apesar da boa evolução na produção desde a sua incorporação (2T22), o ativo apresentou uma pequena queda na produção em relação ao mês de Fev/23 em comparação com o mês anterior: 3,9k bpde vs 4,4k bpde. Tal queda foi explicada pela manutenção da rede de abastecimento elétrico por 4 dias ao longo de fevereiro e limitações de uma unidade de processamento de gás durante determinados dias do mês. Em linhas gerais, vemos os motivos para tal queda marginal como pontuais. Sendo assim, imaginamos que tal ativo deva voltar a produção histórica em breve.

    Polo Peroá. O volume de gás produzido atingiu 2.452 bpde, (vs. 2.963 bpde em jan/22) devido a queda na demanda dos clientes pelo produto. A empresa segue buscando melhores alternativas para melhor monetização da capacidade integral de produção de gás do polo.

    Fato 02: Petrobrás + Polo Potiguar

    Via fato relevante, a Petrobrás publicou seu posicionamento sobre o seu processo de desinvestimento. De acordo com a nota, em resposta ao ofício 166/2023/GM-MME do Ministério de Minas e Energia, a empresa diz que “procedemos o estudo preliminar sobre os processos de desinvestimentos em curso e, até o momento, não verificamos fundamentos pelos quais os projetos em que houve contratos assinados (signing) devam ser suspensos. Os processos em que não houve contratos assinados seguirão em análise”.

    Em nossa leitura, o anuncio ratifica o que escrevemos recentemente (para maiores detalhes, clique aqui – “Novo Imposto + Suspensão de Venda de Ativos – O que fazer?”) em relação aos ruídos relacionados ao processo de desinvestimentos da Petrobrás. Essencialmente, o anúncio da Petrobrás vai na direção do cenário-base desenho em nossa última nota: acreditamos que a aquisição do Polo Potiguar vá ser concluída tão logo a transação obtenha o aval de todos os orgãos necessários tendo em vista o compromisso já assinado pela Petrobrás – em nossa leitura, o impacto institucional da reversão desse processo seria muito maior do que qualquer eventual benefício para Petrobrás. Entretanto, a nota deixou claro que os processos que ainda não foram assinados “seguirão em análise”. Para bom entendedor, meia palavra basta: em nossa leitura, achamos que a aquisição do Polo Bahia Terra pela Petrorecôncavo não deve seguir em frente.

    Como mencionamos em nossa nota, Polo Potiguar representa aproximadamente 42% das reservas prováveis (2P) da 3R e o impacto da sua não concretização seria de R$70/ação do nosso preço-alvo para a empresa (R$119/ação). Tal notícia alivia o fluxo de noticias negativas que circundaram as ações da 3R Petroleum ainda que o “martelo” não tenha sido batido de fato (closing). Sendo assim, achamos que as recentes quedas mais do que precificam a não-conclusão da aquisição do ativo. Ou seja, mantemos a nossa recomendação inalterada.

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