Conclusão
Uma vitória! Em nossa leitura, o evento se materializou da melhor maneira possível: incremento do período de concessão e RAP reequilibrada. De acordo com os termos atuais: I) a concessão da TNE (Transnorte Energia) será estendida até 2051 (vs 2042) e II) reequilíbrio da RAP de R$395 milhões com data-base de 2019 – ajustada pelo IPCA, estimamos uma RAP de R$553 milhões para 2025. Achamos esse evento trás um upside relevante em relação ao que considerávamos em nossas estimativas (cenário-base, de acordo com os press-releases da empresa com RAP de R$395 milhões e concessão terminando em 2041).
Estamos introduzindo o nosso novo preço-alvo de R$37/unit. Em nossas estimativas, o evento tem um impacto positivo de +R$2/unit. Aos atuais níveis de preço, vemos a ALUP11 negociando a uma TIR implícita de 11,4% – valor bem interessante. Como amplamente divulgado pela a empresa, Alupar deve vender a sua fatia de 51% no ativo para Eletrobras (ELET3). Tais recursos podem ser utilizados no processo de desalavancagem da empresa e/ou como distribuição extraordinária de dividendos. Vale lembrar que essa fatia muito possivelmente vai ser alvo de desinvestimento por parte da empresa. Estimamos que o ativo pode valer até R$3,2 bilhões em sua integralidade (sem considerar dívida) vs investimentos de R$3,1 bilhões realizados ao longo do tempo.
Os fatos & Contexto
Os fatos. O Despacho nº 1.991/2025 da ANEEL representa o encerramento formal de uma disputa de longa data entre a agência reguladora e a Transnorte Energia (TNE), controlada pela Alupar. A controvérsia dizia respeito a FUNAI/licenciamento ambiental do empreendimento devido a questões relacionadas ao tema indígena ao longo da linha – o projeto tem 1,700 kms e conecta Manaus (AM) e Boa Vista (RR). Com a publicação do despacho, a ANEEL aprovou um acordo que prevê: (i) a responsabilidade integral da TNE pelos custos do processo arbitral, isentando a agência de qualquer despesa; e (ii) a assinatura de um termo aditivo ao contrato de concessão, reequilibrando economicamente o projeto (nos termos descritos acima). A Alupar detém uma fatia de 51% no ativo enquanto os 49% da operação é detido pela
TNE é um possível alvo de desinvestimento!
ALUPAR deve vender sua fatia no ativo! Como amplamente divulgado, a empresa pretende vender a sua fatia de 51% no ativo para Eletrobras. Considerando nossa RAP estimada R$553 milhões em 2025, concessão até 2051, margem EBITDA de 90%, benefício SUDAM/Sudene sendo aplicado no IR, estimamos o ativo podendo ser avaliado em até R$3,4 bilhões – não consideramos dívida nesse caso específico. É importante mencionar que de acordo com o press-release do 1T25 da empresa, o total de investimentos no ativo foi de R$3,1 bilhões até aquele momento.