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    Publicado em 09 de Novembro às 05:14:20

    Banco do Brasil (BBAS3) | 3T21: Lucro recorde de R$ 5,2b e melhora no guidance

    Barato, mas 2022 é ano de eleição…

    O lucro de Banco do Brasil de R$ 5,24b no 3T21 veio ligeiramente superior a nossas expectativas de R$ 5b, mas bem melhor em 15% acima do consenso de mercado em R$ 4,55b. O lucro cresceu 2% t/t e 47,6% a/a postando um ROE de 14,0%, mas ainda aquém dos rivais privados. O lucro foi o maior da história do banco, impulsionado pela aceleração da margem financeira bruta (receita com juros) que cresceu 11,9% a/a e 9% t/t. Os destaques da margem foram o forte resultado de tesouraria, que avançou 88,2% a/a e 65% t/t, e também a receita de empréstimos que acelerou para 11,9% a/a. Outro destaque positivo foi a despesa com pessoal que veio sob controle apesar do dissídio de 11% no salário dos bancários. A despeito do bom resultado em geral, o custo de financiamento (custo de funding que entra na receita de juros), subiu 105% a/a. Custo esse que deverá acompanhar a alta da Selic e que pode pressionar as receitas do BB nos próximos trimestres.

    Além do resultado tesouraria forte de impressionantes R$ 5.2b (maior resultado da série histórica, possivelmente insustentável no curto-médio prazo), o banco contou com uma ajuda substancial relacionando ao superavit de seu plano de previdência dos funcionários (Previ) que saiu de um crédito de R$ 116m no 2T21 para R$ 698m nesse 3T. Isso foi mais que o bastante para o banco também conseguir aumentar suas provisões de crédito de forma substancial em 37% t/t e manter o elevado índice de cobertura (90d) em 323%, praticamente inalterado t/t. A inadimplência (NPL 90d) de 1,82% continua baixa, caindo 0,04 p.p. t/t. Na nossa visão, o resultado foi do trimestre foi positivo, com destaque para o crescimento da margem bruta mesmo com a elevação da taxa Selic que pressiona o custo de funding, o maior índice de cobertura dentre os bancões, inadimplência sob controle e índice de capital (tier 1) também superior a demais bancos. Apesar do valuation atraente 4,2x P/L 2022 e 0,56x P/PL 2021, o custo de funding deve continuar pressionando as receitas de juros e em 2022 temos eleições presidenciais que podem tirar o brilho de uma potencial recuperação da ação, por isso reiteramos a nossa recomendação de MANTER nesse momento apesar do ótimo resultado trimestral.

    Assim como temos observado nos resultados dos demais grandes bancos, a carteira de crédito do BB também apresentou um crescimento relevante de 11,6% a/a e 6,2% t/t. No caso do BB, o crescimento foi puxado pelas carteiras PF, empresas (MPME) e do agronegócio, cujas variações foram de 14,2%, 24,6% e 18,5% a/a, respectivamente. Além disso, o rotativo de cartão de crédito cresceu 19,4% t/t dada a retomada econômica, e por consequência, do consumo. Tais produtos, tem spreads mais elevados, contribuindo para melhora margem financeira.

    Mesmo com menos destaque, as receitas de serviços cresceram 3,2% t/t e 2,2% a/a, resultado positivo se considerarmos a maior pressão com a competição do Pix, que diminui utilidade de pacotes bancários. O crescimento foi efeito da contribuição da administração de fundos (9,9% t/t), seguros (6,0% t/t) e consórcios (11,7% t/t).

    Como consequência dos resultados acima das expectativas nas diversas linhas, o guidance teve de ser revisado para cima. A estimativa de lucro ajustado do banco para 2021 passou do range entre R$ 17b à R$ 20b para R$ 19b à R$ 21b. Já a expectativa para crescimento da margem financeira bruta foi revisada de 1% à 4% para 4% à 6%. Por fim, para a carteira de crédito o crescimento esperado foi revisto de 8% à 12% para 14% à 16%.

    Pontos Positivos

    • Margem financeira. Mesmo com pressão do custo de funding por conta da alta da Selic, o BB cresceu sua margem financeira impulsionada por tesouraria e receita com empréstimos.
    • Provisões. Provisões caindo a/a dado elevado índice de cobertura e controle da inadimplência.
    • Índice de cobertura. Índice de cobertura mais alto entre bancões e mantendo-se constante t/t.
    • Inadimplência. Mesmo abaixo de valores pré-pandêmicos, inadimplência seguiu caindo t/t.
    • Índice de capital. Maior entre grandes bancos.
    • Carteira de crédito. Finalmente acelerando em dois dígitos de crescimento a/a com destaque para carteira PF, retomada de linhas rotativas e agro
    • Guidance. Dado resultados melhores do que o esperado, guidance foi revisado para cima.

    Pontos Negativos

    • Margem de tesouraria. Apesar do avanço da margem financeira, grande parte do resultado advém da margem com a tesouraria, que não deve se sustentar.
    • Dissídio. Reajuste de salário de bancários, apesar de ainda não impactar a totalidade do 3T21, deve ter um efeito superior no 4T21.
    • Eleição 2022. Incertezas relacionadas ao ano eleitoral devem justificar continuidade do desconto do BB.
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    Recomendações

      Vale a pena conferir