BANCO DO BRASIL

    Ações > Bancos > BANCO DO BRASIL > Relatório > Banco do Brasil (BBAS3) | BB Day: Aos 215 anos, 21,5% de ROE 

    Publicado em 29 de Fevereiro às 23:15:48

    Banco do Brasil (BBAS3) | BB Day: Aos 215 anos, 21,5% de ROE 

    Tecnologia como Facilitador da Personalização de Ofertas e Ganho de Eficiência 

    O Banco do Brasil realizou hoje (29) a sua reunião pública anual, o BB Day, voltada para investidores e stakeholders. O evento teve como foco aprofundar e demonstrar ao público como o banco tem conseguido personalizar suas ofertas de crédito e serviços financeiros, aumentar o número de negócios, reduzir o risco de crédito e melhorar sua eficiência operacional. Isso tem sido possível, em boa parte, através do uso de dados, inteligência analítica e outras melhorias implementadas pela instituição.

    Assim, o banco conseguiu expandir a carteira de crédito de forma menos arriscada e com maior rentabilidade, levando a menores níveis de inadimplência e expansão da rentabilidade, alcançando em 2023 aos 215 anos de idade, seu maior lucro histórico com R$ 35,6b e uma rentabilidade acima de seus rivais em emblemáticos 21,5% de ROE, colocando definitivamente os números 215 como se fossem cabalísticos para o banco, principalmente após ficar muitos anos entregando rentabilidades bem abaixo de seus pares. Para colocar em perspectiva, em 2016, o banco teve seu pior resultado relativo, com lucro de apenas R$ 7.2b e míseros 8.5% de ROE, enquanto seus rivais privados rodavam com ROEs próximos a 20%. Nessa reviravolta de ranking, o evento BB Day desse ano, talvez tenha sido para endereçar aos mais céticos de que o banco passou por mudanças estruturais englobando tecnologia, subscrição de crédito, governança e foco no cliente. Tudo isso, talvez, para dizer que é possível sustentar uma rentabilidade de 20% no médio-longo prazo.

    Apesar das discussões terem sido mais qualitativas que quantitativas, destacando as iniciativas estruturais para alcançar resultados mais sustentáveis de longo prazo. O BB Day pontoou questões pertinentes que o banco está endereçando como: mudanças de hábito dos consumidores, como a maior adoção do digital; personalização das ofertas (produto, timing, quantidade); iniciativas para atrair o público mais jovem, dentre outros.  

    Acreditamos que o BB deve continuar entregando uma boa rentabilidade (ROE de 21%) em 2024, com condições de replicar patamares similares nos anos subsequentes.  

    A gestão do banco destacou que o risco político no BB hoje é muito menor que no passado, devido aos processos de mudanças de governança corporativas realizadas nos últimos anos. 

    Assim, reiteramos nossa recomendação de COMPRAR com preço alvo de R$ 64,90 para o final de 2024. Apesar da alta, enxergamos as ações negociando a múltiplos atraentes de apenas 4,3x P/L 24E e 0,8x P/VP 24E. No evento, a gestão destacou que a companhia negocia a um múltiplo de valor patrimonial praticamente igual aos anos de 2013 e 2016, quando entregou um ROE de apenas 10,3% e 8,5%, respectivamente. 

    ROE Ajustado de 21% e P/VP Menor que em Períodos de Piores Rentabilidades 

    CRÉDITO: Personalização, controle de qualidade, diversificação  

    Segundo o CFO, Geovanne, o mix da carteira de crédito, composto por 1/3 Agro, 1/3 Pessoa física (principalmente consignado) e 1/3 Pessoa jurídica, foi desenhado para apresentar a melhor relação de risco e retorno, o que tem levado o banco a entregar uma rentabilidade atrativa e inadimplência em níveis satisfatórios (geralmente ficando abaixo do mercado).  

    Carteira de Crédito Expandida (R$ bilhões): Diversificação ajuda a ter resultados mais sustentáveis ao longo do tempo 

    O banco tem trabalhado a oferta de crédito integrada com um CRM que possibilita entender a propensão de consumo e momento de vida do cliente, levando a melhores ofertas. Além disso, cada cliente tem uma meta personalizada de produtos e serviços com faixa de parâmetros de condições (como juros, prazo etc.), que leva a força de venda a ter maior flexibilidade de negociação com cada cliente.  

    Mix de Crédito. A gestão vê a composição do mix se mantendo em 1/3 Agro, 1/3 PJ e 1/3 PF ao longo do tempo, mas dentro de cada vertical, o mix muda com crescimento mais acelerado de certos produtos, como o consignado privado, INSS, capital de giro para pequenas e médias empresas (PME).  

    Spreads. O diretor de finanças enxerga um cenário de spread bruto constante em 2024 para o banco. No entanto, para ele, o importante é olhar o spread líquido de perdas (PDD) que pode até aumentar no médio prazo, com a inadimplência caindo.  

    Crédito Consignado. Com boa rentabilidade, baixa inadimplência e possibilidade de vendas cruzadas, a gestão do BB pontuou que o consignado é um produto atrativo para se trabalhar no segmento pessoa física. No 4T23, o produto representava 41% da carteira de crédito pessoa física, com um total de R$ 126,4b, apresentando um crescimento de +9,8% a/a acompanhado de melhora nos índices de NPS, fruto da otimização do atendimento por meio das plataformas digitais. A gestão também vê oportunidades de crescimento no consignado privado, o qual tem baixa atuação, e podem aproveitar as ferramentas tecnológicas e expertise que possuem dentro de casa. 

    Inadimplência e Ciclo de Crédito. O banco começa a ver sinais mais positivos de adimplência para a pessoa física, enquanto a pessoa jurídica enfrenta uma deterioração. No entanto, o BB está trabalhando fortemente na recuperação de crédito, com resultados que superam os concorrentes (conseguem recuperar 2x mais que os pares). O banco adota uma abordagem proativa, a qual visa evitar problemas antes que ocorram, contribuindo para uma perda líquida menor em comparação com os concorrentes. 

    Inadimplência 90+: índices melhores que a média da indústria  

    TECNOLOGIA: Facilitador de eficiência, controle de inadimplência e personalização de ofertas  

    Redução do índice de eficiência. A adoção da tecnologia possibilitou o banco a otimizar sua estrutura de custos, além de possibilitar uma melhor diversificação das receitas, levando a uma redução significativa no índice de eficiência, o qual saiu de 44% em 2010 para 27,5% em 2023. 

    Índice de Eficiência: Melhora consistente ao longo do tempo 

    Modelos de Crédito. A tecnologia adotada pelo BB possibilitou aprimorar os modelos de crédito, auxiliando na expansão da carteira e otimização da inadimplência. O modelo de crédito gera avaliações macro e micro, levando a uma hiper personalização para os clientes, com uma lista de prospecção para o time comercial. Dessa forma, o BB vai até ao cliente, ao invés de esperar o cliente vir até a instituição. Por fim, a tecnologia permitiu uma avaliação proativa do risco de crédito, smart pricing, fazendo com que o banco atue muitas vezes antes de ocorrer algum problema e melhore o retorno ajustado pelo risco. 

    Visão Cliente. A tecnologia permitiu uma forte personalização da jornada do cliente, fazendo com que os produtos certos fossem direcionados para as pessoas certas. Assim, o banco conseguiu elevar o engajamento dos clientes, levando a um aumento significativo na margem de contribuição do banco. 

    Integração Phygital. Um dos grandes focos do Banco está na integração do phygital (físico e digital), buscando otimizar a entrega de valor para o cliente. Um dos pontos interessantes abordado pelo management durante o evento foi que o phygital permitiu, por exemplo, com que a rotina básica de emissão de extrato passasse a ser digital, liberando espaço para que o time comercial atuasse diretamente na geração de negócios. Segundo a gestão, o digital ajuda muito no topo do funil, levando a uma maior conversão no físico. Assim, esperam que o digital ajudará o canal físico a ser cada vez mais eficiente. 

    • Varejo (Pessoa física e MPME). Segmento que mais deve aproveitar a integração do digital, aprimorando a jornada do cliente e a oferta de produtos. O banco já nota uma forte evolução nas transações via canais digitais, principalmente após o efeito da pandemia e do PIX. A gestão não planeja grandes movimentos de fechamento de pontos de atendimento físico, como agências, dentro do seu modelo de negócio, mas que essas tenham mais a função de relacionamento com o cliente do que fins transacionais.  
    • Agro. A gestão acredita que o agro requer um contato muito próximo com o produtor, já que é um jogo de estratégia de relacionamento. No entanto, o digital ajuda a levar ofertas mais personalizadas para cada cliente, como produtos de derivativos, seguros e outros. 

    Beyond Bank. O Banco do Brasil quer fazer com que a instituição seja um “beyond bank” (mais que um banco), desenvolvendo um Super App que integrará um market place de compras e produtos de assinatura, além da venda dos produtos e serviços de suas coligadas, o que possivelmente ajudará a elevar as receitas no futuro. 

    PARTICIPAÇÕES ESTRATÉGICAS: Relevância das subsidiárias aumentou  

    Atualmente, 50% do lucro do BB vem das subsidiárias como BB Seguridade, Cielo, Banco Patagônia, BB Elo Cartões Participações, BB UBS, BB Asset, BB Consórcios entre outras.   

    Além das questões tributárias e otimização de custos fora da estrutura bancária que é mais onerosa, as subsidiárias ajudam na diversificação das receitas e por ter menos amarras podem conseguir mais agilidade operacional.  

    Lucro Líquido Reportado (R$ bilhões): 2023 com maior lucro histórico. Subsidiárias compõem 50% do lucro.  

    CAPITAL: Fortaleza para dividendos, M&A e expansão orgânica  

    O management destacou a importância do capital como um recurso crucial para financiar a expansão dos negócios e movimentos estratégicos, como a recompra da Cielo. Além disso, com um capital robusto e uma forte geração de lucro, a empresa foi capaz de aumentar a distribuição de dividendos, elevando o payout de 40% para 45%. 

    Índice de Basileia: Solidez ajuda a aumentar dividendos, fazer movimentos orgânicos e inorgânicos  

    Acesse o disclaimer.

    Leitura Dinâmica

    Recomendações

      Vale a pena conferir