Para o 3T24, estimamos que o Inter apresente um lucro líquido de R$249 milhões (+12,1% t/t e +139,7% a/a), com um ROE (rentabilidade) de 11,4% (+1,0pp t/t e +5,8pp a/a). Acreditamos que o resultado do trimestre continua refletindo o avanço em direção ao ambicioso plano 60-30-30 (60 milhões de clientes, 30% de eficiência e 30% de ROE), evidenciado pelo crescimento robusto e melhoria de rentabilidade.
Embora projetemos um forte crescimento da carteira de crédito de 32,8% a/a e uma receita de juros (NII) crescendo mais rápida que o crédito devido às reprecificações, esperamos que os custos pressionem o trimestre, devido ao dissídio trabalhista, provisões de crédito, incorporação da Granito e investimentos necessários para suportar o crescimento. Compensando esse aumento de custos e impulsionando o lucro, projetamos uma queda na alíquota efetiva de impostos de 25% no 2T24 para 18% no 3T24, em razão de melhorias na estrutura tributária do banco.
No trimestre, esperamos uma continuidade na evolução das receitas de NII (receita líquida de juros), com crescimento de +36,3% a/a, impulsionado principalmente pela expansão do crédito Home Equity (8% da carteira total) dentro do mix e pela continua reprecificação da carteira, o que deve compensar os baixos patamares do IPCA, indexador do crédito imobiliário (19% da carteira total), no trimestre. O resultado com fees (serviços e comissões) também deve apresentar um forte crescimento de +29,0% a/a, impulsionadas pelos segmentos de Cartões, Inter Shop e Seguros.
Por outro lado, esperamos um aumento mais acentuado nas despesas administrativas (+18,4% a/a), devido ao crescimento das despesas com pessoal, decorrente do dissídio bancário e de um maior volume de contratações, além da incorporação completa da Inter Pag (ex-Granito), aquisição feita recentemente, que atualmente se aproxima do breakeven. As despesas com PDD devem crescer +19,6% a/a, acompanhada da manutenção da inadimplência (90+) em 4,7%.
Esses fatores combinados devem levar o EBT do 3T24 para um patamar muito próximo do 2T24, apresentando uma pequena elevação de +2,3% t/t. Por outro lado, esperamos uma gestão tributária do banco mais eficiente nesse trimestre, que deve levar a alíquota efetiva para a casa dos 18% (+7,2pp t/t e +10,3pp a/a), contribuindo para a expansão de lucro t/t.
Estimamos também que a carteira de crédito siga o ritmo de crescimento dos últimos trimestres, próximo à casa dos 30%, guiado pelos produtos Home Equity, consignado FGTS e Pix Finance (dentro da estrutura do cartão de crédito).
Para 2025, esperamos que o banco continue crescendo receita no ritmo de crescimento de crédito com qualidade, controle de despesas de PDD e administrativas. Projetamos um lucro de R$ 1,45 bilhões (+49% a/a) e um ROE de 15% (+3,3pp a/a)
Dessa forma, reiteramos nossa recomendação de COMPRAR, com um preço-alvo de R$ 45,10, refletindo um upside de +19,4%. Vemos as ações em níveis atrativos, negociando a 10,5x P/L 25e e 1,7x P/VP 24e.
Inter (INBR32) | 3T24: Forte expansão de +12,1% t/t e +139,7% a/a no lucro
Carteira: Forte avanço t/t e a/a
Projetamos que a carteira de crédito deva continuar apresentando uma forte expansão no trimestre, atingindo R$ 35,9b, avanço de +8,9% t/t e +32,8% a/a. Acreditamos que o banco deva continuar originando nos segmentos menos arriscados, como crédito consignado, FGTS e Home Equity.
Margem financeira (NII): Crescimento acima da carteira
Estimamos que a margem financeira (NII) registre um crescimento ligeiramente superior ao da carteira de crédito no 3T24, com uma expansão de +8,4% t/t e +36,3% a/a, atingindo R$ 1,1 bilhão. Esse desempenho positivo deve ser impulsionado pelo processo de reprecificação da carteira e pela liberação do crédito compulsório rural, fatores que devem compensar o impacto negativo de um IPCA baixo no trimestre sobre o Crédito Imobiliário, que é indexado ao IPCA.
Resultado de Serviços e Comissões: Avanço acelerado
Estimamos que no trimestre o banco apresente uma forte expansão do resultado de serviços e comissões, com um aumento de +11,7% t/t e +29,0% a/a, atingindo R$ 406,9m. Projetamos que a linha seja beneficiada por um bom desempenho do Intershop, taxa de interchange (intercâmbio) das transações de cartão e investimentos com as operações de Asset, Renda Fixa e Mesa de Operações.
Provisão e Inadimplência: Sob controle
Para o 3T24, esperamos que as provisões para devedores duvidosos se mantenham controladas, ficando em R$ 487,9m, (+15,8% t/t e +19,6% a/a), refletindo uma piora no cost of risk no trimestre em -0,4pp t/t e melhora de +0,6pp a/a, totalizando 5,4%. Para a inadimplência, projetamos que fique estável t/t e a/a em 4,7%.
Despesas: Crescimento abaixo das receitas
Estimamos que as despesas operacionais apresentem um crescimento nesse trimestre de +10,4% t/t e +18,4% a/a, abaixo do crescimento das receitas. O avanço trimestral deve ser dado pelo avanço nas despesas com pessoal e pela incorporação completa da Inter Pag (ex-Granito).
Impostos: Menor alíquota t/t
Esperamos que a alíquota de imposto reduza frente aos trimestres anteriores devido à melhoria da gestão tributária do banco, atingindo 18,0%.