Esperamos um forte crescimento de lucro no trimestre, continuando o desempenho operacional que vimos no 2T22. A empresa já teve grande parte de seus dados divulgados pela SUSEP, assim, já temos uma visão mais sólida de boa parte de suas unidades (BB Seg, Brasil Prev e Brasil Cap). Os dados da indústria indicam um lucro de R$ 882m sem a BB Corretora, holding e a Brasil Dental. Adicionando essas unidades, estimamos um lucro R$ 1,59b, um crescimento de 13% t/t e 63% a/a, um pouco acima do consenso de R$ 1,51b.
Como fatores do resultado temos: (i) forte crescimento na linha de prêmios emitidos pela BB Seg (30% t/t e 45% a/a); (ii) resultado financeiro robusto, exceto pela Brasil Prev, ainda impactada pela defasagem de IPCA e IGP-M; e, (iii) normalização da sinistralidade da unidade de seguros.
Com a retomada operacional, estamos otimistas com a tese. Acreditamos que a alta da Selic e sinistralidade controlada somada a um forte crescimento de prêmios levarão a um lucro de R$ 5,75b para 2022, um crescimento de 46% a/a. Os prêmios emitidos devem dar um bom momento de crescimento para o ano que vem quando se tornam receita (prêmios ganhos), ajudando a garantir mais um bom ano de crescimento de lucro.
Estimamos um valuation de 10,29x P/L 22e e 8,94x P/L 23e, desse modo reiteramos nossa recomendação de COMPRAR, revisando nosso preço alvo (PA) de R$ 34,5 (2022) para R$ 39,50 (2023). Nosso cálculo do valor justo de BBSE3 usa o modelo de dividendos descontados (DDM), baseado com premissas de crescimento nominal na perpetuidade de 6,5% e custo de capital (Ke) de 15%. O nosso PA implica em um P/L 24e de 10,68x.
Brasil Seg (unidade de seguros): prêmios crescendo e sinistralidade menor, combo perfeito
O desempenho da Brasil Seg (unidade de seguros) se mostrou positivo pelos dados divulgados, com crescimento de prêmios emitidos em 30% t/t e 45% a/a. Acreditamos que essa forte evolução tenha sido puxada pelo segmento rural, além de esperarmos um retorno de crescimento do seguro prestamista e de vida.
Na linha de sinistralidade, vemos um índice normalizando para um patamar parecido com o 2T22 de 37%, uma melhora de 9,4 pp a/a. A volta para o nível de sinistralidade histórico nos deixa mais otimistas com os próximos trimestres, com a normalização da pandemia e sem efeitos climáticos que impactem o rural depois do raro episódio de ver 2 quebras de safras consecutivas.
O resultado financeiro em R$ 219,5m com crescimento de 37,7% t/t e 157,7% a/a, divulgado pela SUSEP também é favorável, consequência de uma Selic média mais alta no período (13,5% vs 12,5% no 2T22). Seguindo a dinâmica mais forte para o trimestre, temos um lucro em R$ 853m com crescimento expressivo de 16% t/t e 160% a/a.
Brasil Prev (unidade de previdência): resultado financeiro melhorando aos poucos
Os resultados da Brasil Prev também foram divulgados pela SUSEP. No top line (contribuição) observamos uma evolução na linha de contribuição de prêmios, chegando em R$15b, crescimento de 28% t/t e 27% a/a. Entretanto, esse avanço foi consumido pela evolução dos resgates dos planos em mesma medida.
O resultado financeiro segue negativo, ainda devido ao descasamento entre o IGP-M e o IPCA. Entretanto, com as pressões deflacionárias que vimos no trimestre, esse descasamento deve diminuir. No trimestre, a linha apresentou um resultado de R$ -34,9m, melhorando na comparação trimestral e anual. Consequentemente, temos uma linha de lucro forte, em R$ 290m, com crescimento de 26% t/t e 83% a/a.
Brasil Cap (unidade de capitalização): boas vendas
Na Brasil Cap, a arrecadação continua com seu bom desempenho, crescendo 21,6% t/t e 30,0% a/a no 3T22, fruto de uma política mais agressiva de vendas dado o cenário positivo de juros altos. Lembrando que o custo de corretagem da Brasil Cap, vira receita da corretora. Por mais que tenhamos uma Selic média mais alta no trimestre a empresa reportou um resultado financeiro mais fraco, em R$ 62,5m, possivelmente por mais despesas financeiras somada a um yield sobre o CDI mais pressionado. Dado essa dinâmica, temos um lucro em R$ 37,4m, com queda de 41,9% t/t e 37,1% a/a.
BB Corretora: de carona nas vendas
A SUSEP não possui visão sobre o operacional de corretoras. Em nossa visão, teremos uma melhora em relação ao 2T22, dado o forte desempenho de vendas. Esperamos que haja uma evolução no comissionamento, devido ao melhor desempenho comercial na Brasil Prev e na Brasil Cap, com a receita de comissão chegando em R$ 1,18b, crescimento de 10% t/t e 14,5% a/a.
Além disso, esperamos um resultado crescente também na linha de resultado financeiro, evoluindo 11% t/t e 206% a/a, chegando em R$ 102m, consequência de uma Selic média mais alta. Com essa dinâmica, achamos um lucro de R$ 694m, crescendo 10% t/t e 20% a/a.