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    Publicado em 14 de Novembro às 23:31:00

    Localiza (RENT3) | 3T22: deixando o remédio para trás e capturando sinergias

    A Localiza divulgou resultados positivos em relação ao 3T22, superando nossas expectativas e as do mercado se desconsiderarmos os efeitos não recorrentes relacionados à fusão. Os grandes destaques do resultado foram: i) o forte volume de carros comprados (a adição líquida de frota foi superior ao número de carros desinvestidos no carve-out), ii) o desempenho acima da média do mercado na divisão de seminovos e ii) a forte redução nos custos com vendas e despesas gerais e administrativas (mais de 20% inferior às nossas estimativas) devido à captura instantânea de sinergias na combinação das empresas.

    Esses foram os primeiros dados divulgados consolidando as operações que antes eram da Unidas, portanto, faremos a comparação dos nossos números com os dados proforma divulgados pela da Companhia.

    Ressaltamos que, devido à consolidação da fusão com a Unidas, o resultado conta alguns efeitos não recorrentes:

    1. Custo com integração de carve-out: Gastos voltados a integração da aquisição, como, rebranding de agências e lojas, custos com advisors, integração de sistemas, etc.
    2. Mais-valia de relacionamento de clientes e veículos da frota: Contabilização do valor justo dos ativos mencionados. Vale destacar que as despesas de amortização de mais-valia não possuem efeito caixa.
    3. Marcação a valor justo de aplicação financeira atrelada ao financiamento concedido aos acionistas da Unidas.
    4. Baixa de prejuízo fiscal da Unidas, relacionado à combinação dos negócios.

    Perspectivas Futuras

    Esperamos que a combinação de negócios entre as empresas continue trazendo sinergias para a Localiza. O atual cenário, com enfraquecimento da demanda no varejo e maior disponibilidade de veículos devido a melhora na produção estão dando a Localiza maior poder de barganha perante as montadoras. A política de metas de volume de venda das fabricantes pode garantir maiores descontos na compra de veículos.

    A Companhia deve acelerar ainda mais a compra de veículos no próximo trimestre, dado que os recursos captados no acordo com a Brookfield irão integralmente para aquisição de veículos. Os recursos vêm em boa hora, casando com uma maior disponibilidade de carros de entrada nas montadoras. O mix será importante, pois impulsionará o efeito escala na compra de peças e nos custos com manutenção dos veículos, gerando mais retorno por ativo.

    RAC

    No segmento do RAC, tivemos um aumento substancial tanto no volume (+6,3 t/t e +7,4% a/a), quanto nas tarifas (+5,9% t/t e +22,1% a/a). Foram adicionados cerca de 23 mil veículos, número 4% menor quando comparado ao trimestre passado. A adição menor se deve principalmente pelo maior número de carros vendidos. Tivemos uma receita líquida de R$ 2 bilhões no RAC, um crescimento de 24,3% em relação ao trimestre anterior e 30,7% em relação ao mesmo período no ano passado

    A divisão apresentou quedas marginais em sua ocupação, ainda acima de 80%. Comparando o 3T22 com o trimestre anterior, essa taxa apresentou uma variação de +1pp, enquanto na comparação anual foi apresentada uma queda de 1,9pp. Assim como vimos nos resultados de Movida, porém com menor intensidade, a depreciação no RAC mantém tendência de alta com o processo de renovação de frota se acelerando.

    GTF

    A divisão de GTF também apresentou números maiores nas comparações trimestrais e anuais. O número de diárias cresceu 7,6% em relação ao 2T22, enquanto na comparação com o 3T21 esse crescimento foi de 25,1%. Assim como no RAC, as tarifas médias também cresceram. A variação comparada ao trimestre anterior foi de +6,2%, enquanto na comparação com o mesmo trimestre do ano passado foi de 17,9%.

    Seminovos

    Já o segmento de seminovos apresentou maior desativação dos carros de entrada mais antigos. Vimos no 3T22 a empresa acelerando seu processo de renovação de frota, o que naturalmente passa por um maior volume de carros vendidos. A divisão apresentou uma receita de R$ 3 bilhões no trimestre, um aumento de 30% t/t e 42,2% a/a. Ao todo, foram vendidos quase 44 mil carros a um preço médio de R$ 61,27 mil, ou seja, redução de preço de ~5%. Mesmo com uma maior necessidade de venda de carros, a empresa sentiu menos que a Movida as recentes quedas na FIPE e redução da demanda no varejo. A margem bruta consolidada da divisão de seminovos fechou o trimestre em 18,1% queda de 3,2pp na comparação com o 2T22.

    Análise Quantitativa

    No consolidado, a Localiza terminou o trimestre com 586 mil carros em sua frota, um aumento de 9,8% com relação ao 2T22. Considerando os ativos entregues em 01/10/2022 para a Ouro Verde em decorrência da transação de fusão com a Unidas, a frota seria de 537 mil carros, aumento de 10% na comparação anual. A diária média do RAC segue em patamares relativamente elevados, terminando o 3T22 em R$ 108 e com taxa de ocupação de mais de 80%, nos mostrando que ainda existe demanda para o serviço oferecido mesmo com tarifas mais altas.

    A receita líquida reportada no 3T22 foi de R$ 6,1 bilhões, um aumento de 20,6% em relação ao trimestre passado e 40% em relação ao mesmo período no ano passado, ficando 2,6% e 3,8% abaixo de nossas estimativas e do consenso de mercado, respectivamente. O EBITDA surpreendeu nossas expectativas (+15,8%) e as do mercado (+20,4%), totalizando R$ 2,4 bilhões e crescendo 21,7% t/t e 30,9% a/a. Por fim, o lucro líquido do trimestre ficou em linha em relação ao 2T22 e 27,6% menor quando comparado ao 3T21, somando R$ 682 milhões, superando nossas estimativas em 11,8% e frustrando as do mercado em 10,6%.

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