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    Publicado em 12 de Novembro às 11:00:58

    Magazine Luiza (MGLU3) | 3T21: Cenário macro e forte base comparativa vencem a luta!

    A Magalu também sofre!

    A Magalu reportou seus resultados do 3T21, se tornando a mais nova vítima do cenário macroeconômico adverso. Importante reiterarmos que o macro não era seu único adversário, uma vez que os fortes resultados divulgados do 3T20 se tornaram extremamente desafiadores. O maior destaque ficou para o e-commerce, com as vendas digitais representando 72,3% do GMV total do grupo. O maior crescimento foi para o marketplace (+67% a/a), superando R$ 3,5 bilhões de vendas e atingindo 35% de participação no e-commerce total. Impulsionado pela constante evolução do SuperApp, com adição de novas categorias e melhorias no serviço logístico, observamos um contínuo ganho de market share, resultando em 37,9 milhões de usuários ativos mensais. Quando olhamos para o 1P, observa-se o crescimento mais moderado de 7% a/a, o que era de se esperar após o crescimento expressivo do 3T20 (+150%). Mesmo em cima da forte base comparativa do 3T20 (+148,5% a/a) , a companhia ainda assim divulgou um crescimento no e-commerce considerável de 22,5% a/a. Com isso, pela primeira vez, as vendas trimestrais digitais do Magalu atingiram R$10 bilhões. Apenas nos últimos dois anos, o e-commerce da Magalu triplicou de tamanho.

    Adicionalmente, o destaque negativo ficou para a operação das lojas físicas. Assim como a Via, a Magalu depende mais da venda de produtos de ticket médio mais elevados (eletrodomésticos), estando assim mais exposta ao cenário macro adverso, onde a inflação e juros estão em patamares bastante elevados. Com isso, observamos uma redução de -8% na receita e de -14,6% a/a no critério de ‘venda mesmas lojas’. Representando menos de 1/3 das vendas totais consolidadas, essa queda não foi suficiente para apagar o aumento de 12% do GMV total da companhia. Entretanto, com a maior participação do e-commerce e o aumento dos custos advindos da piora do cenário macro, observamos margens pressionadas e uma queda de rentabilidade em seus indicadores operacionais.

    Consolidando as operações, observamos a receita líquida de R$ 8,6 bilhões (+3,7% a/a), abaixo das nossas estimativas e às do mercado. O EBITDA ajustado sofreu um impacto mais significativo, totalizando R$ 351 milhões (-37,5%). Essa queda pode ser explicada por uma série de fatores, como a queda da margem bruta (-1,5 p.p), reflexo da maior participação do e-commerce e do aumento da inflação de custos, bem como um aumento nas despesas para sustentar o crescimento no cenário adverso. Assim, observa-se a primeira grande vítima, com uma queda na margem EBITDA ajustada de -2,7 p.p, atingindo 4,1% no tri. Por último, observa-se o aumento de 71% nas despesas financeiras devido ao aumento acelerado da Selic, possuindo uma relação direta com o lucro. Com isso, chegamos no lucro ajustado de R$ 22,6 milhões, implicando na forte queda de -89,5% a/a, com perdas de -1,4 p.p de margem líquida.

    De uma maneira geral, a Magalu reportou resultados mistos neste trimestre. Enxergamos melhoras operacionais que deverão entregar uma melhor rentabilidade futura, entretanto ela se tornou mais uma vítima do cenário macroeconômico, com margens pressionadas e queda de rentabilidade. Atualizando nossos números para refletir esse cenário ainda bastante adverso, resultando em um aumento significativo da taxa de desconto, além de adotarmos uma postura mais conservadora no crescimento da companhia devido a alta competitividade no setor, estamos reduzindo nosso preço alvo para R$ 18/ação e reiteramos nossa recomendação de MANTER.

    Pontos Positivos 

    • Ganho consistente de participação de mercado: O GMV total cresceu 12% a/a, atingindo R$ 13,8 bilhões, reflexo do aumento de 22% no e-commerce total, ofuscando a queda de -8% nas lojas físicas.
    • Marketplace. Grande destaque do trimestre, atingindo 120k sellers e atingindo 35% de participação no e-commerce total. O GMV 3P superou a marca dos R$ 3,5 bilhões, implicando no crescimento de 67,3% a/a.
    • Fintech. O volume total de transações (TPV) superou R$ 18,5 bilhões (+ 98,5%) no 3T21. A base de cartões de crédito atingiu a marca de 6,6 milhões de cartões (+33,3%), com o faturamento do cartão de crédito atingindo R$ 10,9 bilhões (+47,3%) no período.
    • Malha logística. Serviço de logística segue melhorando. A malha própria já faz mais de 80% das entregas do 1P e coleta 65% dos pedidos do 3P. A entrega ultra-rápida (até 1h) está implantada em 80 cidades, cobrindo 100% das capitais onde possuem lojas.

    Pontos Negativos  

    • Lojas físicas.  Sofrendo o impacto econômico, o segmento registrou queda de receita de 8% a/a e de 14,6% de ‘vendas mesmas lojas’.
    • Margens. Margens pressionadas no trimestre, vítimas do macro adverso: Margem Bruta (-1,5 p.p); Margem EBITDA (-2,7 p.p); Margem Líquida (-1,4 p.p).
    • Macro. Cenário macroeconômico adverso, com juros e inflação em patamares bem elevados, impactando crescimento e rentabilidade futura.
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