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    Publicado em 06 de Junho às 17:29:55

    Prio (PRIO3) | Dados de Produção: Maio/24

    Conlusão

    Como mencionado ao longo do documento, achamos os dados de produção divulgados referentes o mês de maio/24 como negativos. Em suma, a queda na produção interrompe uma série de meses onde a produção estava evoluindo gradativamente desde o seu pico de produção em dez/23. Entretanto, os dados trazem outra questão ainda mais importante que a queda da produção deste mês: a greve do orgão de licenciamento ambiental brasileiro, o IBAMA, que começa a atrapalhar não apenas a entrada de novos empreendimentos (Wahoo, com produção esperada de 40k boe/dia vs 100k boe/dia produção atual) mas também o processo de redesenvolvimento dos campos atuais, a medida que as intervenções estão travadas dentro do processo de licenciamento ambiental do Ibama. E infelizmente, a greve parece ficar ainda mais intensa e não possui um cronograma claro para acabar.

    Apesar do evento como um todo ser negativo, não observamos tal evento como destruidor de valor permanente para a empresa (para recordar, clique aqui – “Novo Impostos + Suspensão de Venda de Ativos”). Tal evento nos lembra inclusive a controvérsia da taxação de exportação de petróleo no ano passado, momento naquele em que o mercado precificava as cotações das empresas como um impacto permanente de taxação. Como bem sabemos, a taxação foi um evento pontual. O evento que impacta o preço da Prio hoje é decorrente de uma greve em um orgão público e não por causa de sua capacidade de execução. Sendo assim, mesmo com a ausência de um cronograma claro para o final da greve, não achamos que faça sentido “mudar a mão” no case.

    Considerando o resultado da empresa no 1T24, a geração de caixa recorrente no trimestre (EBITDA – CAPEX – Resultado Financeiro – Impostos) foi de US$254 milhões. Em termos anualizados, a empresa deve gerar mais de US$1 bilhão, implicando em um rendimento de geração de caixa de c. 14%. Aos atuais níveis de preços, achamos que o preço das ações da Prio já precificam um cenário em que a empresa simplesmente não deve ter mais nenhum crescimento, o que julgamos inapropriado, até por achar que os desafios impostos a tese da empresa não dizem respeito a sua capacidade de execução e sim por um fator exógeno a sua vontade.

    Os fatos

    Sobre a Produção da PRIO de Abr/2024. Julgamos os dados como negativos para tese. A empresa reportou uma produção de 88,7k boed, queda em relação a Abril/24. Tal dado é especialmente negativo por se tratar de uma queda após meses de recuperação desde Dezembro/23, onde a produção alcançou o patamar de 101k boed. Em geral, essas quedas acontecem devido a paradas técnicas ou falhas de funcionamento em suas bombas de produção – indesejável, mas razoavelmente comum, principalmente nos cases de empresas juniors que não possuem diversificação de sua produção tão expressiva quanto uma major, como a Petrobras.

    Entretanto, a queda de produção neste mês traz uma natureza distinta dos motivos das quedas de produção anteriores. De acordo com a própria Prio, o campo de Frade apresentou queda em sua produção devido a uma parada em um dos seus poços e o mesmo precisa da anuência do Ibama para iniciar o seu workover (nome dado as técnicas de intervenção com foco em melhorar a produção do poço). Já o Cluster Polvo + Tubarão Martelo teve a sua produção negativamente impactada devido a falha em uma das bombas centrífugas e, assim como Frade, também está aguardando anuência do IBAMA para início do seu workover. Ou seja: as aprovações do IBAMA estão começam a afetar a produção dos ativos da Prio como um todo e não apena a entrada comercial de Wahoo (anteriormente esperada para Agosto/24). E para piorar, a greve de funcionários do IBAMA deve deixar de ser parcial e ser total a partir de agora. Ou seja: não existe um momento claro para o retorno das aprovações do Ibama, o que acaba por tirar muita visibilidade de normalização do case da Prio.

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    Recomendações

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