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    Publicado em 25 de Outubro às 22:50:31

    Indústria | Prévia de Resultados 3T22: RAPT4 e TUPY3

    Esperamos um trimestre relativamente positivo para as empresas de indústria automotiva. No mercado interno, o segmento de pesados continua aquecido, com venda e produção ainda em patamares elevados, apesar de já não estarem em suas máximas históricas. Também houve recuperação no segmento de leves, com boa melhora nos níveis de produção. Olhando para o mercado externo, já observamos um certo nível de arrefecimento. O cenário nos EUA e na Europa, segue prejudicado pela inflação e início de um ciclo monetário contracionista.

    No Brasil, a venda de automóveis finalizou o 3T22 com uma alta de 13% t/t e 23% a/a, enquanto a produção subiu 7% em relação ao 2T22 e 34% quando comparada ao 3T21. A produção e venda de veículos comerciais leves também foram positivas na nossa visão. Ao todo, a fabricação de picapes e SUVs apresentou alta de 29% t/t e 33% a/a, enquanto os emplacamentos subiram 16% em relação ao trimestre anterior e se mantiveram estáveis em relação ao mesmo período do ano passado.

    No exterior, vemos o movimento contrário. As vendas nos EUA e Europa vem se mantendo estáveis, ou até mesmo queda em alguns segmentos, tanto na comparação trimestral quanto anual. Além disso, nos EUA os índices de preço vêm subindo consideravelmente, o que vem impactando diretamente a ponta da demando, nos mostrando que o cenário por lá tende a ser mais pessimista no curto prazo. Esse movimento, abriu espaço para uma recomposição dos níveis de estoque das empresas e por isso vemos um nível de produção estável.

    A diminuição nos gargalos das cadeias produtivas relacionado à falta de componentes e um possível fim de ciclo de alta de taxa de juros podem impactar positivamente o mercado automotivo local no médio prazo. Contudo, o cenário externo nos deixa um pouco mais cauteloso, dado a maior exposição de algumas empresas. A possível diminuição das vendas e consequentemente da produção faz com que o cenário geral das empresas do setor automotivo fique relativamente nebuloso.

    Randon (RAPT4)

    As empresas do grupo já divulgaram suas prévias de receitas relativa ao 3T22. A subsidiária Fras-le apresentou faturamento de R$ 823,9 milhões no trimestre (+25,3% a/a e +5,2 t/t). Já no consolidado, a receita da Randon foi de R$ 3,06 bilhões no 3T22 (+10,2% t/t e +22,8% a/a).

    No geral, acreditamos que o resultado será puxado principalmente pelas divisões de autopeças e controle de movimentos, dado que a Randon ainda está em processo de venda de um estoque relativamente defasado em relação à nova legislação de semirreboques.

    Nos segmentos ligados às autopeças (Montadoras e mercado de Reposição), os preços de materiais passam a incorporar as quedas dos preços das commodities, portanto, a expectativa é de aumento das margens operacionais. Aliado a isso, os volumes também se mantém positivos. Os dados divulgados pelo Sindipeças e a receita de Fras-le nos confirmam isso.

    No segmento de implementos, a dinâmica entre margens e market-share da companhia deve permanecer constante em relação ao movimento que vimos no 2T22. Mais uma vez, nossa expectativa é de que a empresa siga na liderança do mercado, porém mais uma vez renunciando repasse de preço frente ao volume de vendas. Diferentemente do 1T22, trimestre em que a empresa priorizou seus níveis de rentabilidade e viu a liderança do mercado ser conquistada pela concorrência.

    Estimamos uma receita líquida consolidada de R$ 3,06 bilhões (+23,1% a/a e +10,4% t/t) e um EBITDA de R$ 411 milhões (+3,8% a/a e +13,6% t/t), além de um lucro líquido recorrente de R$ 147 milhões (-5% a/a e +41% t/t).

    Tupy (TUPY3)

    Esperamos um resultado neutro de Tupy. Apesar de um cenário externo mais conturbado, os bons volumes vindos do mercado interno devem contrapor as quedas no 3T22. Além disso, os dados de produção de veículos divulgados nos EUA nos mostram que os volumes do 3T22 seguem relativamente estáveis em relação ao 2º trimestre, mas ainda com boa margem com relação aos 3 primeiros meses do ano de 2022.

    Durante o trimestre, também tivemos quedas relevantes no custo de matérias-primas como aço, refletida com menor intensidade no preço da sucata. Acreditamos que essa tendência de queda nos preços deverá continuar, porém, ainda os maiores impactos devem ocorrer no 4T22.

    Um ponto importante a se destacar, principalmente no que diz respeito a indústria nacional, é a perda de competitividade dos players europeus dado o cenário de inflação e custos elevados no continente. Acreditamos que a Tupy pode se beneficiar de alguns movimentos no curto prazo, visto que atualmente o cenário interno é mais favorável no que diz respeito aos custos de mão-de-obra e principalmente energia.

    Projetamos uma receita líquida de R$ 2,69 bilhões (+46,6% a/a e +6,3% t/t). O EBITDA projetado totaliza R$ 330 milhões (+19,5% a/a e -0,6% t/t) e nosso Lucro Líquido do trimestre somou R$ 183 milhões (+46,2% a/a e +1,9% t/t).

    Por fim, devido à captura de sinergias operacionais no processo de fusão com Teksid, revisão algumas premissas de ganhos de margem no médio longo prazo. Estamos mantendo a recomendação de COMPRAR para Tupy (TUPY3) subindo nosso preço-alvo de R$ 28,00 para R$ 32,00.

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