Mantemos nossa recomendação em COMPRAR. A Sabesp reportou os seus números recorrentes no 4T24 em linha com as nossas estimativas e do consenso. Entendemos que a grande expectativa dos investidores de mercado diz respeito a materialização dos ganhos de eficiência ou aceleração de investimento oriundos da privatização/turnaround. Entretanto, é importante mencionar uma vez mais que os novos executivos da empresa assumiram seus cargos apenas no dia 27/09 e, por se tratar da maior empresa de saneamento da américa latina, não esperávamos grandes anunciou ou impactos nesse resultado. Sendo assim, estamos mais ansiosos em relação a 2025 como um todo do que necessariamente ao trimestre atual. Em nossa interpretação, os principais pontos a serem acompanhados daqui por diante diz respeito a racionalização de custos e despesas judiciais, somadas a evolução dos investimentos – vale mencionar que o plano de Investir R$15 bilhões/ano é bem desafiador tendo em vista o patamar de investimentos atual (c. R$6,9 bilhões no 2024) e deve cobrar penalidades em termos de tarifa caso não venha a ser executado. De uma maneira ou de outra, seguimos confiantes no futuro da empresa tendo em vista o grande sucesso e histórico de execução do acionista de referência e, principalmente, o nível ainda atrativo de avaliação da empresa. Aos atuais níveis de preço, vemos a empresa negociando a EV/BRR de apenas 1,1x e com TIR implícita de 11,2% em termos reais – ou seja, não precifica a expansão da base de ativos (que deve dobrar até 2030) ou qualquer evolução na redução de custos para além da linha mínima de eficiência operativa. Sendo assim, mantemos a nossa recomendação em SBSP3. Essencialmente, acreditamos que o atual múltiplo não precifica uma eventual reprecificação de múltiplos oriundo dos ganhos de eficiência esperadas e tão pouco o crescimento das conexões e base de ativos considerando os quase R$70 bilhões de investimentos esperados até 2030, quando a empresa deve alcançar a universalização dos serviços.
Demonstrativo do Resultado
EBITDA em linha com o consenso e nossas estimativas. A receita líquida da empresa foi de R$5,4 bilhões (+5,8% a/a) derivado do maior número de conexões (+35 mil novas ligações) ocasionando maiores volumes faturados +3% a/a). Tal resultado foi possível mesmo com maior número de economias em regiões vulneráveis sendo contemplados no cadastro único com tarifa média mais baixa.
O EBITDA recorrente da companhia totalizou R$3.0 bilhões (+4,1% a/a) e margem de 54% (vs 53% no 3T23). Os custos, despesas ADMs ficaram em R$3.0 bilhões (-6,7% a/a), com destaque para a linha de custos com pessoal, já refletindo os recentes esforços da cia com programas de demissão voluntária. O número de funcionários no 4T24 foi de 10,485 vs 11,802 no 4T23.
Por fim, o resultado financeiro atingiu R$543 milhões negativos, mesmo com o maior custo de juros da dívida e desvalorização do real frente ao dólar e o iene. O lucro líquido obtido foi de R$ 1.4 bilhão (+21% a/a) derivado de uma reversão na linha de IR no 4T24 (+R$204 milhões). Os investimentos no trimestre alcançaram R$2,7 bilhão no trimestre – linha que deve ser acompanhada com muita atenção tendo em vista o expressivo pipeline de investimentos da empresa nos próximos anos. É importante mencionar que o guidance de investimentos para 2025 é de R$15 bilhões e frustrações nessa linha devem impactar negativamente