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    Publicado em 07 de Novembro às 00:59:51

    TAESA (TAEE11) | Resultado 3T24: Nada de Novo no Front!

    Reiteramos nossa recomendação de MANTER para as ações da TAESA. A empresa reportou números razoavelmente em linha com o consenso e nossas estimativas. Entretanto, chamou nossa atenção a performance (já esperada e amplamente divulgada) da receita da empresa com os seus reajustes anuais impactados negativamente pelo IGPM que ficou negativo em -0,3% a/a (vs estimativa de c. +4% nos nossos modelos), fazendo com que a Receita Anual Permitida da empresa evoluísse abaixo da inflação do período tendo em vista o fato de que pelo menos 60% das suas linhas serem ajustadas pelo IGPM. Ainda assim, bom controle de custos/PMSO fez que a empresa entregasse um EBITDA com ligeira queda no período – ou seja, em meio a uma “adversidade”, a empresa conseguiu performar bem do ponto de vista operacional (mais detalhes no próximo tópico).

    Como falamos em relatórios passados, para além de dados financeiros e operacionais, o fator que julgamos mais importante no momento é a alavancagem da companhia. Nesse trimestre, a alavancagem atingiu 4,0x Dívida Líquida/EBITDA (em linha com o 2T24), maior nível do setor. Apesar de o management, em reuniões passadas, ter avisado que o nível aumentaria nesse trimestre e que começaria a cair a partir do segundo semestre de 2024, não deixa de ser uma informação a ser acompanhada de perto. A Taesa além de possuir o maior nível de alavancagem, o que a limita em termos de adquirir novos projetos, também possui o menor número novos de projetos em andamento e o menor prazo médio de concessão remanescente. Adicionalmente, 60% das receitas da empresa estão vinculadas ao IGPM, que registrou deflação no ciclo RAP 2024/2025. Como forma de combater esse cenário, a empresa diminuiu o monante de divdendos distribuídos a partir do trimestre passado, passado de 100% do lucro líquido regulatório para 75%, anunciando pagamento de R$0,67/unit referente ao resultado do 3T24, rendimento de 1,7%.

    Acreditamos que a Taesa tenha expertise para navegar por esse cenário desafiador, se desalavancar ao mesmo tempo em que continua a recompor sua receita, sem afetar muito o pagamento dedividendos, que é um dos principais atrativos para os investidores da empresa, mas apesar disso, com a empresa negociando com uma Taxa Interna de Retorno Implícita de 9% em termos reais, contra 6,7% das NTN-Bs 2045, aos atuais níveis de preço não vemos razões para uma recomendação mais agressiva ao papel, reiterando nossa recomendação de MANTER, esperando por um momento mais oportuno para entrar no papel.

    Detalhamento dos resultados

    A empresa reportou uma receita líquida regulatória de R$592 milhões no trimestre, redução anual de 1,2%. A queda é função do reajuste inflacionário do ciclo RAP 2023-2024, balanceado pela entrada entrada operacional de Saíra e Sant’Ana. Para o ciclo 2024-2025 que começa a afetar a companhia a partir deste trimestre, o reajuste foi de -0,34% para as linhas reajustadas pelo IGPM e 3,93% para o IPCA.

    Com relação aos custos e despesas, houve um ligeiro incremento de 0,2% a/a – razoavelmente impressionante tendo em vista o IPCA do período e entrada de novos projetos. Dentro da linha de PMSO, chamou a atenção a redução no custo de terceiros no período. Os custos totais (PMSO + Depreciação), foi de R$191 milhões (vs R$200 milhões no 3T23). O EBITDA do trimestre foi de R$487,6 milhões, queda -1,2% a/a.

    resultado financeiro totalizou menos R$ 210 milhões, 16% acima da comparação anual, explicado por uma expressiva variação cambial/monetária. O impacto foi de R$ 24 milhões devido: (I) o aumento do índice IPCA registrado entre os trimestres (+0,8% no 3T24 contra +0,61% no 3T23), acentuado pela reconciliação mensal entre o IPCA estimado e o IPCA realizado para essa linha e desvalorização cambial no período para compra de insumos dolarizados.

    dívida Líquida da companhia totalizou R$9 bilhões, -0,9% menor que o trimestre anterior. Assim, a Taesa fecha o trimestre com uma relação dívida líquida/EBITDA de 4.0x, 0,2x acima do trimestre anterior e a maior dentre os pares. Por fim, o lucro líquido registrado foi de R$307 milhões, queda de -5,9% com relação ao 3T23.

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