Sem surpresas!
No resultado do 4T21 da TIM, os números foram bastante em linha com o esperado pela Genial e pelo consenso, sendo visto como positivo dada a situação macroeconômica com pressão inflacionária e aumento das taxas de juros, sem contar os reflexos da pandemia, destacando seu EBITDA que foi de R$ 2,45b obtendo uma margem de 51,0% no tri. Reiteramos nossa recomendação de COMPRA para a companhia, com atualização do preço-alvo para R$ 18,00/ação.
A empresa apresentou uma receita líquida total de R$ 4,80b (+2,6% a.a e +6,4% t.t) impulsionado sobretudo pelos serviços móveis, que obteve aumento de +3,8% a.a e de +5,6% t.t alcançando R$ 4,32b. Vale mencionar também a melhora na venda de aparelhos, que atingiu R$ 180m (-24,3% a.a e +38,5% t.t). Além disso, houve um aumento da base total de clientes móveis para 52,07 milhões (+1,2% a.a e +0,9% t.t), com um crescimento da receita média por usuário (ARPU) do móvel em +2,6% a.a e +4,8% t.t, atingindo R$ 27/usuário (mensal). Esses números são em grande parte explicados pelas ofertas de final de ano, marcados pela BlackFriday e pelo Natal, o que geralmente traz impactos positivos para os resultados do final do ano.
Ao mesmo tempo, com a transição da venda de 51% da FiberCo para IHS (agora I-Systems) e a fraca expansão de fibra óptica, houve o arrefecimento do crescimento dos serviços fixos, cuja base de cliente do FTTH cresceu apenas +3,4% t.t (ainda abaixo da nossa estimativa conservadora de +4,9%).
Na parte de custos, eles foram impactados pelo aumento com custo com pessoal (principalmente devido à inflação), com um aumento de +19,6% a.a e +2,8% t.t. Além disso, vale mencionar o aumento de custos relacionados ao aluguel dos serviços da I-Systems, o que vai ao encontro da estratégia de substituição de CAPEX para OPEX, gerando o aumento com gastos em Rede e Interconexão (+4,8 a.a). Vale mencionar o aumento do gasto com mercadorias vendidas, pelo aumento do número de venda de aparelhos. Mesmo assim, o crescimento da receita se sobressaiu frente à expansão dos custos, fazendo com que a margem EBITDA continue a melhorar atingindo o patamar de 51,0%.
Pontos Positivos
- Receita Líquida Total alcançando os R$ 4,80b representando um aumento de +2,6% a.a e +6,4% t.t, com um aumento da base de clientes que alcançou 52,07 milhões no 4T21;
- Adições líquidas positivas nos serviços pós-pago de 490k (+427,2% a.a e +123,5% t.t);
- ARPU móvel continua a expandir significando uma maior geração de valor por cliente, apresentando um crescimento de +4,8% t.t e +2,6% a.a, auxiliado principalmente pelo ARPU pós-pago que também aumentou (+0,1% a.a e +3,7% t.t), refletindo a estratégia da TIM de diferenciação de oferta e migração da base de clientes de planos mais simples para de mais alto valor;
- ARPU TIM Live continua a expandir, refletindo uma procura por planos de mais velocidade de dados de modo geral, um aumento de +0,5% a.a e +1,0% t.t, atigindo R$ 91/usuário (mensal)
- EBITDA atingindo R$ 2,45b representando uma alta de +2,9% a.a e +13,0% t.t, garantindo uma margem EBITDA de 51,0% no 4T21 (+3,0 p.p frente ao 3T21 e +0,14 p.p comparado ao 4T20);
- Lucro líquido acima do esperado de R$ 768m (+62,2% t.t e -26,0% a.a), englobando efeitos não recorrentes relacionados à transação da I-Systems e os benefícios fiscais (ex.: pagamento de JCP).
Pontos Negativos
- Adições líquidas negativas no serviços pré-pagos de -38k usuários, refletindo o fim do auxílio emergencial em outubro além da piora do cenário macroeconômico que pressionam famílias de mais baixa renda penalizadas pelo aumento da inflação;
- Com o processo de transição da FiberCo para IHS (I-Systems), a expansão de fibra óptica acabou se arrefecendo na parte fixa, que por sua vez cresceu seu número de acesso FTTH em apenas +3,4% t.t e +33,6% ao ano, atingindo 399k usuários.
- Plataforma de clientes não continuou sua trajetória de crescimento vista ao longo do ano, chegando aos R$37m, caindo -2,2% t.t.
Eventos relevantes
Com a venda da Oi Móvel e a aquisição de parte dos ativos pela TIM, há várias sinergias a serem levadas em conta: aumento de base de clientes, possibilidade de crescimento vertical (via aumento de espectro) em vez de horizontal (via CAPEX), redução de gastos em operações antigas da Oi com proximidade com as atividades da TIM, dentre muitas outras.
Além disso, com a participação da empresa no leilão do 5G, ela garantiu seu espaço na nova geração móvel, permitindo uma gama ainda maior de serviços para os próximos anos. Com a resolução desses eventos, aliados aos resultados obtidos e às nossas projeções, aumentamos nosso preço-alvo para a companhia para R$ 18,00/ação (frente aos R$ 15,00/ação anteriores).