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    Publicado em 10 de Maio às 23:53:05

    Valid (VLID3) | 1T22: Pode pedir música! Terceiro trimestre de EBITDA recorde 

    Depois do terceiro gol, pode pedir música🎵

    O EBITDA da Valid foi de R$ 102,9m, crescendo 69% a/a e 3% t/t. O resultado superou a nossa expectativa de R$ 90,6. O trimestre foi impulsionado pela continuidade da boa dinâmica de receitas e melhora na estrutura de custos. A nova gestão vem obtendo resultados sólidos desde o ano passado. O endividamento caiu de 3,8x no 1T21 para 1,7x dívida líquida/EBITDA, fruto da melhora da estrutura de capital com o reperfilamento da dívida e follow-on. A margem EBITDA atingiu 17,8% (+5,3 pp a/a e +0,7 pp t/t). 

    Para não dizer que o resultado não poderia ser melhor, a marcação a mercado do mútuo com a filial na Espanha, pressionou a despesa financeira (+229% a/a e +82% t/t) e fez com que a Valid apresentasse um prejuízo de R$ 16,5m. Mesmo com o impacto, gostamos do resultado, tendo em vista que marcação do mútuo não gera efeito caixa e a Valid manteve o forte desempenho operacional da companhia. 

    Estamos positivos com relação a Valid, em função: (i) da normalização da emissão de documentos, que deve impulsionar receitas; (ii) continuidade da demanda por cartões bancários; (iii) melhora na estrutura de capital, com queda da alavancagem financeira; (iv) concretização de novos contratos para emissões de identidades em novos estados, e; (v) implementação de nova carteira de identidade. Ao valuation de 3,5x EV/EBITDA 22 e cenário favorável reiteramos a recomendação de COMPRAR. 

    Novidades: Novos Estados e RG nacional 

    A Valid passou a emitir documentos para os Estados do Piauí e Espírito Santo e a produção para Minas Gerais se iniciará no 2T. Em esses todos os Estados, a Valid emitirá apenas identidades, cuja margem é inferior à da CNH. A empresa espera que alguns dos Estados onde atua passem a atuar com a emissão do novo RG. O novo formato poderá ser de papel ou policarbonato a depender da escolha do indivíduo. Entretanto, todas os RGs precisarão estar em policarbonato até 2030.  

    As secretarias de segurança pública de cada Estado têm até mar/23 para se adequarem e passarem a emitir o documento no novo formato. Por ter uma validade definida de 10 anos, a nova carteira deve contribuir para elevar as emissões anuais. A identidade do material de ticket mais alto deve ter uma margem mais alta. Cada pessoa poderá escolher se quer emitir a identidade em papel ou em policarbonato, mas todas precisarão ser de policarbonato em 2030.  

    Receitas: tendência positiva 

    A receita líquida foi de R$ 579,7m, alta de 19% a/a e estável t/t. A alta anual é reflexo principalmente da fraca base de comparação, dada a paralisação de atividades econômicas em função da pandemia. A emissão de documentos foi paralisada durante a pandemia. O segmento é o mais representativo em termos de receita e EBITDA para a companhia. O desempenho mais fraco t/t se deve a efeitos do calendário, dada menor quantidade de dias úteis no 1T.  

    VGS. No segmento de emissão de documentos (VGS), as receitas cresceram 39% a/a e caíram 3% t/t. A emissão de documentos cresceu 57% a/a, impulsionada pelas emissões represadas durante a pandemia. Esperamos que o volume de emissões represadas continue contribuindo para o crescimento de receitas no VGS ao longo de 2022. 

    VBS. O segmento de emissões de cartões (VBS) teve crescimento de receita de 19% a/a e retração de 5% t/t. O avanço anual é resultado do aumento da emissão de cartões bancários, decorrente da maior competição no setor bancário e esforços para aumentar a produção de cartões. A operação na Argentina também vem apresentando recuperação de volumes e preço após ano fraco em 2021. 

    VDS. O segmento de soluções digitais (VDS) teve crescimento de receita de 24% a/a e retração de 1% t/t. O crescimento anual vem desacelerando, dependendo da continuidade de obtenção de novos contratos para manter o ritmo de avanço. Acreditamos que a Valid segue com espaço para crescer no segmento. 

    Em Telco, as receitas cresceram 20% a/a e 16% t/t. O resultado não teve muitas surpresas, mantendo continuidade das boas tendências. Na operação americana (EUA), as receitas cresceram 5% a/a e caíram 10% t/t. A queda t/t foi impactada pela valorização cambial do real. A operação americana, a Valid vem tendo dificuldade de entregar bons resultados e mantém margens pressionadas. Na nossa avaliação pode haver racional para a companhia procurar vender a operação.   

    Margem: Segue expandindo 

    A Valid apresentou uma margem EBITDA sólida de 17,8%, melhora de 5,3 pp a/a e 0,7 pp t/t. A melhora de margem está relacionada principalmente a boa dinâmica de receitas que dilui custos fixos. Além disso, a companhia otimizou a sua estrutura de custos ao longo de 2021. 

    A Valid manteve boas margens em seus principais segmentos. Em VGS, a margem EBITDA foi de 37% (+11,9 pp a/a e – 5,9 pp t/t). A queda no tri está relacionada a queda das receitas que foram reflexo de menos dias úteis no calendário. No VBS, a margem foi de 12,8% (+2,8 pp a/a e +0,1 pp t/t). Em Telco, a margem se manteve próxima a 25%, marcando o 3º trimestre com margens entre 20-25%.   

    Estrutura de capital: menor endividamento 

    Após o reperfilamento de sua dívida e otimização da estrutura de capital, a Valid atingiu o endividamento de 1,7x dívida líquida/EBITDA e sólida posição de caixa de R$ 537m. No 1T21, a Valid tinha um endividamento de 3,8x dívida líquida/EBITDA. 

    O alongamento das dívidas permitiu à Valid eliminar a concentração de pagamento que possuía no 2T22. Em abr/22 o conselho da Valid aprovou a 9ª emissão de debêntures no montante de R$ 250m e taxa teto de CDI + 3,2%. O objetivo será resgatar antecipadamente a 8ª emissão.  

    Lucro: impactado por mútuo 

    O mútuo da Valid com a Valid Espanha fez com que a companhia apresentasse um prejuízo de R$ 16,5m no trimestre. A desvalorização do Euro frente ao real, gerou um impacto negativo de marcação a mercado nas operações. As despesas financeiras foram de R$ 118,2m negativos (vs. R$ 35,9m no 1T21). Apesar do prejuízo, avaliamos o resultado do trimestre como positivo, considerando que efeito cambial sobre o mútuo é não caixa e principalmente pela continuidade do forte resultado operacional da companhia. 

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