WEG

    Ações > Indústria > WEG > Relatório > Indústria | Prévia de Resultados 3T22: WEGE3 e AERI3

    Publicado em 20 de Outubro às 22:38:34

    Indústria | Prévia de Resultados 3T22: WEGE3 e AERI3

    De modo geral, acreditamos que o 3T22 será misto para as empresas voltadas para indústria. O cenário global, principalmente no continente europeu e norte-americano, está consideravelmente frágil, enquanto no Brasil o cenário permanece mais favorável.

    Os problemas relacionados à subida da taxa de juros fizeram com que a inflação de regiões como EUA e Europa disparasse, deixando seus bancos centrais encurralados. Com isso, nossa perspectiva futura é de um possível enfraquecimento da demanda em um futuro próximo, principalmente no continente europeu, o que inevitavelmente resultaria em perdas de volume e receita para as empresas. Os PMIs no Brasil e nos EUA ainda permanecem acima de 50, por outro lado, China e Zona do Euro já se encontram em níveis de retração. Segundo estimativas da Bloomberg, a probabilidade de recessão nos próximos 12 meses nos EUA já alcançou os 100%.

    O cobre, proxy de crescimento global, já acumula queda de 60% desde o seu pico no 3T21. Dada a existência de defasagem no repasse de preços das matérias-primas, esperamos uma nova recomposição de margens das empresas do setor após 2 trimestres seguidos de queda nos custos.

    As perspectivas obscuras sobre o cenário fiscal do Brasil seguem estressando o dólar, que chegou a subir 5,4% e 3,7% na média de fechamento dos meses em relação ao 2T22 e 1T22, respectivamente. Com isso, o top line das empresas majoritariamente exportadoras ainda pode ser beneficiado pelo fator do câmbio.

    Apesar do fiscal, o cenário nacional se encontra mais estável. Durante os últimos meses tivemos contínuas revisões de crescimento do PIB brasileiro, onde atualmente o consenso já é um crescimento de pelo menos 3% em 2022. Durante o trimestre, também observamos uma evolução considerável nos níveis de exportação por parte do setor de máquinas e equipamentos.

    Os dados reportados pela ABIMAQ nos mostram que o volume financeiro exportado pela indústria brasileira em julho e agosto voltou a crescer. Na comparação mensal, agosto apresentou aumento de 25,5% em relação a julho. No mesmo documento disponibilizado pela associação também é possível visualizar melhoras expressivas em máquinas de bens de consumo e indústria de transformação, que subiram, respectivamente, 17,2% e 20,1% na comparação mensal. No acumulado do ano, nos chama atenção o forte crescimento das exportações de motores no grupo de componentes (+69%).

    Do lado de energias renováveis, destacamos principalmente o mercado de energia solar, que segue com uma demanda consistente e ainda acima da média dos anos de 2020 e 2021. Segundo a ABSOLAR, a potência instalada até o mês de outubro já é 46% superior que a do ano de 2021 completo, representando um acréscimo de 6.402 MW. Já com a energia eólica, destacamos o recém-aprovado marco offshore. Em termos de adição de capacidade, estima-se que o potencial de geração da costa brasileira se aproxime de 700 GW. Atualmente, segundo a Abeólica já existem 69 projetos em análise e processo de licenciamento ambiental no IBAMA.

    WEG (WEGE3)

    Os bons volumes de exportação e o cenário interno positivo para solar trazem um viés positivo para o resultado de WEG (WEGE3). Além disso, o câmbio médio no período mais elevado também deve beneficiar a empresa. Estimamos uma receita líquida de R$ 7,48 bilhões (+20,6% a/a e +4,0% t/t) e um EBITDA de R$ 1,35 bilhões (+18,1% a/a e +7,5% t/t), com um lucro líquido de R$ 913 milhões.

    Mesmo com um cenário turbulento na Europa e nos EUA, não acreditamos em quedas no volumes. Esperamos acréscimo marginal em relação ao trimestres passado. Reforçamos a nossa tese de que a WEG passou a acessar novos clientes nos cenários turbulentos dos 2 últimos anos. A recente escalada do dólar também deve contribuir para o aumento das receitas. Os preços de materiais passam a incorporar as quedas dos preços das commodities, portanto, a expectativa é de aumento das margens operacionais.

    Já no mercado interno, destacamos os segmentos de energia solar, que deverá puxar o segmento de GTD. Voltamos a observar aceleração na demanda do solar, devido à melhora na oferta de componente oriundos da China. Se observarmos o volume de painéis solares importados pelo Brasil, vemos que os números seguiram subindo desde o pior momento em abril.

    Vale destacar que um movimento importante no setor ao longo do trimestre: a recente saída da Siemens do segmento de motores de baixa tensão na América do Norte. Na ocasião, a ABB ficou com o negócio da NEMA – Siemens. Esse movimento beneficia a WEG, focada no crescimento contínuo e sustentável do negócio de motores. Weg e ABB permanecem como players globais no setor.

    Aeris (AERI3)

    Esperamos um resultado negativo para Aeris (AERI3). De modo geral, esse deve ser mais um trimestre difícil e sem muitas novidades. Projetamos para o 3T22 uma receita líquida de R$ 619 milhões (-1,6% a/a e -5% t/t) e um EBITDA de R$ 67 milhões (+10,3% a/a e -2,5% t/t), além de um prejuízo de R$ 30 mihões.

    Do ponto de vista de volumes, não esperamos incrementos de entregas para o 3T22. O elevado número de linhas não maduras e manutenção das pausas nas linhas de Simens Gamesa, mais uma vez, devem colaborar para um volume de entregas abaixo do esperado. Vale destacar, que a Aeris possuí uma boa parte de seu modelo de precificação de contratos, que consideram a média do dólar do trimestre anterior no faturamento. Como o dólar médio no 2T22 foi 6% inferior às cotações do 3T22, devemos observar uma queda na receita/mw fornecido.

    Cabe destacar que acreditamos que o turning point de Aeris será a partir do 4º trimestre, visto que, se a empresa mantiver suas projeções de amadurecimento de linhas, alcançará no final do ano quase 95% de suas linhas já maduras. Isso aliado aos bons volumes previstos para 2023, e a volta a normalidade do nos faz acreditar que 2022 será um ano ruim, mas com boa perspectiva de melhora para 23/24. O marco regulatório das offshore permitirá os leilões já em 2023, o que deve começar a gerar mais pedidos para a empresa.

    Acesse o disclaimer.

    Leitura Dinâmica

    Recomendações

      Vale a pena conferir