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    Publicado em 28 de Outubro às 23:42:37

    Ambev (ABEV3) | 3T21: A volta dos Happy Hours. ABEV3 já vale a pena?

    Diante de um cenário desafiador no Brasil em termos macroeconômicos (alta inflação), ainda algumas restrições de movimento e lotação em bares e restaurantes e câmbio desfavorável, a Ambev conseguiu reportar bons resultados nesse 3T21. A maior cervejaria do país atingiu uma receita líquida de R$ 18,5 bilhões, um aumento de 18,5% comparado ao 3T20 e 8,7% acima da nossa expectativa. Contudo, suas margens sofreram por conta de pressão nos custos de produção. O mercado gostou muito do resultado e a ação fechou o dia com uma valorização de 9,7%. Também achamos que o resultado foi positivo, porém seguimos com a nossa recomendação de MANTER, com um preço alvo de R$ 18,00.

    Olhando para o EBITDA, a cervejaria reportou R$ 5,5 bilhões, um avanço de 7,9% em relação ao mesmo período do ano passado, porém, sua margem EBITDA foi comprimida em -2,9 p.p. para 29,6%, justamente por conta da pressão nos custos da empresa. Os avanços da empresa se devem a um forte desempenho comercial e a retomada da economia, com a volta de encontros sociais (que significam maior consumo de cerveja) com mais frequência. Em especial, o segmento Cerveja Brasil (que é também o principal segmento da Ambev, somando 42% da receita total) teve um crescimento robusto de 16,2% a/a, 10,4% acima do que esperávamos.

    Análise do resultado

    Cerveja Brasil

    Forte crescimento no volume de vendas de 7,5% a/a para 23,5 milhões de hectolitros impulsionado por inovações (que compõe mais de 20% da receita no segmento) e reabertura da economia. A força comercial da Ambev no Brasil levou a um destaque no crescimento de receitas para o trimestre. Suas iniciativas digitais também agregaram positivamente para o resultado, com o BEES sendo utilizado por mais de 85% dos seus clientes e o Zé Delivery recebendo mais de 15 milhões de pedidos no trimestre.

    A Margem EBITDA foi em linha com o que esperávamos, chegando a 26,1%. O Brasil ainda está em uma situação macroeconômica desafiadora, com inflação em alta e câmbio desvalorizado, o que afeta negativamente as margens da empresa. Além disso, os preços das principais commodities utilizadas para a produção de cerveja (alumínio e trigo) estão em forte alta. É justamente por conta dessas razões que optamos por ser mais conservadores na nossa recomendação.

    NAB Brasil (não alcoólico)

    Para o segmento não alcoólico, observamos uma situação semelhante ao segmento Cerveja Brasil. Vemos um avanço de 22,4% a/a de receita. Porém uma compressão de -20,8% e de -10,9 p.p. de EBITDA e Margem EBITDA, respectivamente. O segmento não é muito relevante para a empresa (6,8% da receita total).

    CAC (América Central e Caribe)

    Fomos surpreendidos positivamente pelo segmento CAC em termos de receita e EBITDA com os números reportados a 13,1% e 11,2% acima de nossas expectativas, respectivamente. O desempenho nos principais países do segmento (República Dominicana, Panamá e Guatemala) tiveram boa recuperação da COVID-19. As cervejas Corona e Michelob Ultra são as mais consumidas na região e tiveram crescimento de volume.

    LAS (América Latina do Sul)

    O segmento LAS foi acima das nossas expectativas em todos os aspectos (receita, EBITDA e margem EBITDA) como pode ser visto na tabela acima. Estávamos mais pessimistas principalmente por conta da situação macroeconômica frágil na Argentina (que é um dos principais países que compõe a receita do segmento) porém vimos avanços nos resultados. O LAS avançou seu EBITDA em 65,7% a/a no 3T21, chegando a R$ 1,3 bilhões, além de aumentar a sua margem EBITDA para 31,7%, crescimento de 4,5 p.p. em relação ao 3T20.

    Canadá

    Enquanto vimos avanços de receita em todos os outros segmentos da Ambev, a receita do Canadá ficou estável em R$ 2,9 bilhões (0,2% a/a) e um pouco abaixo do que esperávamos (-1,8%). O segmento ainda sofre para ter crescimento mais robusto por conta de restrições da COVID-19 no país. Olhando para frente, vemos uma oportunidade para a Ambev aumentar os seus investimentos e consequentemente o seu market share (participação de mercado) nesse segmento.

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