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    Publicado em 28 de Julho às 18:03:17

    Ambev (ABEV3) | Análise 2T22: Receita cresce, custos crescem

    A Ambev divulgou o seu resultado do 2T22 com algumas surpresas positivas. A maior cervejaria do Brasil conseguiu aumentar o volume de vendas assim como a receita líquida e EBITDA no trimestre, superando por pouco as nossas estimativas para a empresa. Apesar de que a margem EBITDA foi um pouco acima da nossa projeção de 24,8%, ainda é um número baixo (26,0%), refletindo uma queda sequencial e estável em relação ao 2T21. Pensamos que a Ambev ainda sofrerá com margens dado o ambiente de consumo desafiador e custos elevados, e seguimos com nossa recomendação de VENDER para a ABEV3, com preço alvo de R$ 12,00.

    Muito impulsionada pelo aumento de 10% a/a de volume de vendas no Brasil, a receita liquida da Ambev chegou a R$ 18 bilhões no 2T22, representando um crescimento de 14,5% em relação ao mesmo período do ano passado e 5,6% acima da nossa expectativa. Apesar do ambiente inflacionário, o segmento core (produtos de principal valor da empresa, como Skol, Brahma, Antarctica) teve boa performance com menos restrições e mais encontros sociais em relação ao ano passado, além de que a Ambev seguiu com uma forte estratégia de marketing e expansão de sua plataforma digital BEES –  a empresa formou uma parcerias com o Grupo Pão de Açúcar, o que aumentou o nível de produtos da Ambev disponíveis para clientes do GPA que possuem a plataforma BEES.

    As unidades de negócio CAC (América Central e Caribe) e Canada tiveram fraca performance, e a LAS (América Latina do Sul) chegou a crescer porém artificialmente dado a forte volatilidade cambial na Argentina. Quando olhamos para o EBITDA consolidado, a Ambev atingiu R$ 4,6 bilhões no trimestre (retirando R$ 1,2 bilhão do EBITDA reportado, por conta de créditos fiscais que beneficiaram a empresa), o que foi 11% acima do número que esperávamos e 15% de crescimento a/a. Para a margem EBITDA, a Ambev ficou estável a/a em 26,0%, e 1,2 p.p. acima da nossa estimativa. O lucro líquido da companhia também surpreendeu, representando R$ 3 bilhões no trimestre e um aumento expressivo de 76% em relação ao 2T21. Na comparação sequencial (em relação com o 1T22), vimos uma queda em todas as principais linhas, porém isso já era esperado por conta da sazonalidade – o primeiro trimestre do ano é melhor em termos de vendas para cervejarias (época de verão, réveillon, carnaval etc).

    Apesar de algumas surpresas positivas nos números reportados, vale lembrar que a base de comparação é relativamente mais fácil, dado que o 2T21 foi um período mais impactado pela COVID-19 do que o momento atual. Além disso, pensamos que as margens da Ambev (mesmo que foram um pouco melhor do que esperávamos) ainda estão em patamares baixos quando se leva em conta o potencial de rentabilidade da empresa e a média histórica dela. O ciclo de alta da taxa SELIC ainda está em atuação, o que pode desacelerar o consumo brasileiro. A alta inflação e preços elevados de commodities devem seguir pressionando os custos da companhia no curto/médio prazo.

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