A Ambev divulgou nesta quinta-feira (27) os resultados referentes ao 3T22. A divisão Brasil apresentou um bom desempenho, com um crescimento da receita e do EBITDA de mais de dois dígitos, porém o cenário das operações internacionais continua a ser um fator preocupante, devido à alta dos preços das commodities e ao ambiente inflacionário desafiador, nos levando a continuar com a nossa recomendação de vender, com o preço alvo de R$ 12,00.
A receita líquida atingiu R$20.588 bilhões chegando a aumentar 11,3% a/a, esse aumento é impulsionado principalmente pelo melhor desempenho da ROL/hl, que seria um indicador a receita operacional em relação ao volume de vendas em hectolitros. O EBITDA de R$ 5,6 bilhões apresentou um crescimento de 2,4% a/a estando um pouco abaixo do que esperávamos e em linha com o mercado, porém acabou sendo afetado devido a volatilidade do cenário macroeconômico. O lucro líquido foi de R$ 3.230 bilhões com um resultado de acima das nossas expectativas, entretanto ainda apresentou uma forte queda de -14% comparado ao ano anterior. As operações brasileiras apresentaram bons resultados principalmente nas bebidas não alcoólicas (NAB), vimos um destaque especialmente nas bebidas energéticas obtiveram um lucro de quase 50%.
As unidades de negócio CAC (América Central e Caribe) tiveram fraca performance em consequência da inflação alta e do declínio do volume, que caiu 18,7%, liderados pela República Dominicana e Panamá. Na LAS (América Latina do Sul) o EBITDA teve um crescimento contínuo com uma alta do volume de 4,5%, com um bom desempenho da Argentina, ainda que o cenário macro seja desafiador. Na frente ESG, o qual os executivos deram bastante foco durante o call de resultados, a empresa pretende investir mais em garrafas retornáveis para diminuir os gastos com embalagens e também creem que a copa do mundo será um fator importante para o aumento do faturamento geral. Com as margens abaixo das nossas expectativas acreditamos que os patamares continuam baixos levando em conta o potencial de rentabilidade da empresa e a média histórica dela. Na nossa visão, os custos da companhia devem seguir pressionados no curto/médio prazo, devido a alta da inflação, preços elevados das commodities, entre outros fatores comentados no relatório. Seguimos mais conservadores quanto a valorização da ação ABEV3.