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    Publicado em 23 de Setembro às 06:31:38

    Banco do Brasil (BBAS3) | BB Day 2022: “ROE de 20% é sustentável”

    Fomos ao BB Day 2022. O Banco do Brasil (BB) promoveu ontem (dia 22) um encontro entre seus principais executivos com analistas e investidores. O Presidente do BB (Fausto Ribeiro) e outros membros da diretoria (ESG, varejo, atacado, agro, governo, risco e crédito, finanças, tecnologia e pessoas) compartilharam perspectivas de longo-prazo, estratégia, desafios e resultados do banco. Dentre os principais pontos destacados estão: sustentabilidade nos resultados, governança, aumento do apetite de risco de crédito e proximidade com o cliente.

    Apesar do desempenho das ações do BB terem superado a dos seus pares esse ano, acreditamos que os executivos continuam incomodados com o desconto de valuation que ainda existe, a despeito do banco ter entregue melhora relevante de rentabilidade e de crescimento de lucro nesses últimos trimestres.

    Assista ao vídeo do BB Day 2022

    Sustentabilidade nos Resultados: ROE de 20% veio para ficar

    O management reiterou que o BB fechou a distância de rentabilidade entre ele e seus pares privados. Por muitos anos, o banco rodou com uma rentabilidade bem abaixo de seus rivais incumbentes de quase 10 pp de diferença. Hoje, o banco está mais capitalizado, com menor inadimplência e mais provisionado (alto índice de cobertura) que a média de seus rivais. Apesar da jornada ter levado vários anos, o BB conseguiu melhorar seu retorno sobre patrimônio (ROE) de forma sustentável, afirmou o CEO Fausto, através do controle de custo, melhora do mix de crédito, gestão e controle da inadimplência, aumento seletivo do apetite por produtos com maior risco mas com maior retorno (exemplo, cartão de crédito para não correntistas) e um ciclo virtuoso conquistado com a melhora da satisfação do cliente que acaba trazendo mais negócios.

    Governança: Importante tema em ano de eleição

    Em meio aos riscos que a eleição presidencial pode trazer, principalmente em relação a uma mudança do alto escalão do banco, Fausto citou que o banco procurou se blindar mais ao longo dos anos. Além da lei das Estatais que protege o minoritário (implementada após o programa Bom-Para-Todos do BB que ajudou a derrubar sua rentabilidade) o banco conta com as seguintes blindagens:

    • Plano Diretor: planejamento estratégico de longo prazo (5 anos) que tem que ser seguido independente da nova presidência do banco, evitando qualquer medida mais drástica no rumo traçado.
    • Conselho e Comitês: conselho de administração composto por 50% de membros independentes, além de dois serem minoritários. A questão de minoritários é de importância para blindagem do banco, visto que esses tendem a não tomar medidas que possam afetar o próprio retorno. Decisões importantes são todas feitas de forma colegiada, nunca de forma individual. Existência de vários comitês decisórios internos que impedem medidas maléficas ao banco.
    • Elegibilidade da Estrutura Organizacional: abaixo da posição de diretores estatutários só podem ocupar os cargos funcionários de carreira do banco (técnicos).

    Risk-on: Tomar mais risco, mas com melhor rentabilidade

    Na nossa visão, o BB sempre teve uma facilidade natural na captação de recursos (funding, depósito) por conta da percepção de solidez que uma estatal de 214 anos traz. Mas, do outro lado do balanço (ativo), o BB sempre teve uma dificuldade de rentabilizar a parte do crédito. Pois bem, isso tem mudado.

    O BB vem aumentado seu apetite e tolerância a produtos com mais risco e rentabilidade (exemplo, cartão de crédito mar aberto) através de melhoramentos nos seus modelos de crédito com introdução de indicadores e dados de propensão ao consumo, series históricas comportamental e de interesses, renda presumida, geolocalização, comportamento positivo, dados econômicos, uso de analytics, datalake, inteligencia artificial, entre outros. Com isso, as ofertas ficam mais assertivas com mais qualidade de crédito (menor inadimplência) e mix mais rentável.

    Com isso, apesar do mix de carteira mais defensiva, já que o banco é líder no crédito consignado, o BB vem estruturalmente diminuindo a inadimplência em certas linhas como na carteira agro que caiu de 3% para um patamar abaixo de 0,5%.

    Proximidade com o Cliente: Um banco para cada cliente

    Como não deveria ser diferente, agora, todos os bancos estão com os holofotes no cliente. O BB quer atender o cliente aonde for necessário da melhor forma possível. Para tanto o banco procura capacitar o seu pessoal com ferramentas adequadas com ênfase em tecnologia. O banco destacou o uso da jornada omnichannel, com a facilidade de troca de ambiente de acordo com a vontade do cliente. Além da busca de maior relação com a faixa mais nova da população, principalmente com estratégias voltadas aos gamers e universitários. O foco em gestão do cliente resultou em uma evolução de 8 pontos no NPS, com performance na zona de qualidade pela primeira vez.

    Tecnologia: Continua sendo a bola da vez

    Na equação entre pessoas, parte física (agências) e tecnologia, claramente essa última é onde o banco deve colocar mais esforços e investir nos próximos anos. Apesar de ter inovado em várias frentes, o banco acha que ainda está atrás de seus pares no investimento em tecnologia. Naturalmente, o físico (agência) se torna menos relevante daqui para frente, se adaptando e ficando mais leve (com menos pessoas), mas embarcado com mais tecnologia. A questão de pessoas deve se adequar a essas tendências, com investimentos maiores em pessoal de tecnologia ao longo do tempo.

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