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    Publicado em 11 de Agosto às 04:00:35

    Banco do Brasil (BBAS3) | Resultado 2T22: ROE e lucro do Itaú por 40% do preço

    Entregando um lucro e rentabilidade aos níveis do Itaú – considerado como o benchmark entre os bancões – o Banco do Brasil (BB) definitivamente resolveu provar que não vai ser a eleição presidencial que vai atrapalhar sua trajetória de melhora de lucro, e por consequência, incitando um fechamento do grande desconto de valuation. O BB negocia a 0,7x PBV vs. Itaú a 1,6x PBV. Com um lucro recorrente de R$ 7,8b e um ROE 20,2%, o BB finalmente chega no topo do ranking depois de um bom tempo rodando com uma rentabilidade bem aquém dos seus pares privados. O lucro ajustado cresceu 55% a/a e 18% t/t, batendo nossas expectativas em 16,3% e superando o consenso em 19.3%.

    Mas o mais surpreendente foi que além de vir com o mesmo lucro nominal e ROE do Itaú, o BB está melhor capitalizado e ainda consta com um maior colchão de cobertura para crédito duvidoso. O forte resultado fez com que o banco melhorasse seu guidance para o ano de 2022, assim como antecipamos na nossa prévia do 2T22. A nova faixa de lucro do guidance 2022 saltou de R$ 23b-26b para R$ 27b-30b. Estávamos acima do consenso com R$ 27b de lucro para o BB em 2022 e acreditamos que o mercado deva migrar em mais de 10% as estimativas para o meio do novo guidance de R$ 28,5b.

    NII: forte crescimento com melhora na margem financeira

    O NII atingiu 17b no 2T, crescendo 11,2% t/t e 18,6% a/a. O NII foi beneficiado pela receita de operações de crédito, que avançou 9,6% t/t e 45% a/a, e pelas receitas de tesouraria, que cresceu 27,2% t/t e 136,2% a/a. As receitas de operações de crédito foram impulsionadas pelo crescimento e reprecificação da carteira de crédito, que cresceu 3,2% t/t e 15,2% a/a. Já o avanço da receitas de tesouraria foram resultado do crescimento das receitas de investimentos em títulos de renda fixa.

    Parte do crescimento das receitas foi compensado pela elevação do custo de funding, dada elevação da Selic. A linha de funding comercial cresceu 16,4% t/t e 205,7% a/a. Já o funding institucional cresceu 8,1% t/t e 17,4% a/a. Apesar da alta expressiva do funding, já vimos uma melhora na margem financeira (NIM) no trimestre, que cresceu 30 bps t/t e 20 bps a/a, quebrando a tendência de baixa que vínhamos observando ao longo de 2021.

    Fee: forte crescimento com melhora na margem financeira

    As receitas de tarífas cresceram 4,3% t/t e 8,9% a/a. No trimestre, o avanço já era esperado principalmente pela sazonalidade do 1T, que gera easy comps (base comparativa mais fraca). No ano, o crescimento foi influênciado pela melhor performance comercial nos segmentos de gestão de ativos, seguros e crédito.

    Outras receitas e despesas: beneficiada por Previ e remuneração de passivos

    As outras receitas e despesas foram de -R$ 51m no 2T (vs. -R$ 266m no 1T e -R$ 1,28b no 2T21). O resultado continuou a ser beneficiado pela Previ, que contribuiu em R$ 553m, assim como no 1T (vs. R$ 116m no 2T21). Além disso, a remuneração dos passivos judiciais foi beneficiada com o aumento da Selic, também contribuindo para a linha.

    Despesas administrativas totais: se preparando para o 2S

    As despesas administrativas totais subiram 2,3% t/t e 6,6% a/a, influenciadas principalmente pela elevação de 5% t/t e 12,4% a/a das despesas de pessoal. A linha foi influenciada pelo dissídio de salários do ano passado, pressionado pela elevada inflação. Dada continuidade da inflação elevada, esperamos que o dissídio deste ano também pressione despesas no 2S.

    Mesmo com crescimento das despesas de pessoal, as despesas totais seguem controladas, com crescimento abaixo da inflação. O controle vem em grande parte de outras despesas administrativas, que caiu 0,4% t/t e 1,3% a/a. Mediante despesas sob controle e crescimento robusto de receita, o BB tem ganho eficiência. A razão entre custos e receitas caiu para 33,2% (-1,5 pp t/t e -3,5 pp a/a).

    PDD: forte crescimento com melhora na margem financeira

    As provisões cresceram 2,3% t/t e 6,5% a/a, consideravelmente abaixo do crescimento da carteira. O BB vem se beneficiando do mix mais conservador, que melhora (abaixa) o NPL, e níveis confortáveis de cobertura. O NPL 90d atingiu 2% no 2T (+0,11 pp t/t e 0,14 pp a/a), patamar confortável se comparado ao NPL de 2,7% da indústria. Em contrapartida, a cobertura (90d) está em 271% (vs, 214,8 da indústria), caindo 26 pp t/t e 54,9 pp a/a.

    Capital: Nível robusto pode ampliar o payout mais à frente

    O nível de capital do BB segue robusto. O capital principal (tier 1) está em 15,41%, ante 8% exigidos pelo regulador. O resultado forte para o ano deve continuar beneficiando o capital. O soft guidance do managmente até então é de que mesmo ao nível atual de capital o banco não deve aumentar o payout para o ano, mantendo-o em 40%. No entanto, com continuidade das boas dinâmicas, é provável que o BB eleve o payout mais adiante.

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