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    Publicado em 10 de Maio às 00:51:32

    BB Seguridade (BBSE3) | 1T22: O pior tri do ano já foi bom 

    O lucro de BB Seg de R$ 1,18b veio em linha com a nossa expectativa e 11% acima da expectativa de mercado, crescendo 20,7% a/a e retraindo 3,8% t/t. Na nossa avaliação o resultado foi positivo e finalmente marca o início de um ano favorável para a BB Seg, que deve se beneficiar da melhora do resultado financeiro de suas subsidiárias e da queda da sinistralidade. Crescimento de lucro tão desejado já que desde 2015 o lucro da BB Seg gira em torno de R$ 4b ao ano. Nossa tese se sustenta na alta correlação entre crescimento de lucro e desempenho de suas ações e acreditamos que em 2022, pela primeira vez depois de muitos anos, a seguradora pode saltar para a faixa dos R$ 5b de lucro por ano.  

    No 1T, a sinistralidade ainda veio pressionada na Brasilseg, em função dos impactos da seca no sul e no centro-oeste no seguro rural. No entanto, já vimos uma melhora considerável no resultado financeiro das demais subsidiárias. A Brasilprev foi beneficiada pelo menor descasamento entre IGP-M e IPCA, que deve continuar a se fechar ao longo do ano. Já a Brasilcap e Brasilseg vem se beneficiando do expressivo aumento da Selic média, que saiu de 4-5% em 2021 podendo fechar o ano entre 12-13%. 

    Ao valuation de 9,9x P/L 22 e cenário favorável para o ano, reiteramos a recomendação de COMPRAR. Esperamos um crescimento robusto de lucro, na faixa dos 30,1% em 22. 

    Brasilseg: sob efeito da sinistralidade rural 

    No 1T o lucro da operação de seguros subiu 7% a/a e caiu 34,3% t/t. O crescimento anual se deve principalmente ao melhor resultado financeiro, que avançou 134% a/a e 218% t/t. A retração t/t é resultado da já esperada alta sinistralidade do seguro rural. Os sinistros cresceram 44,6% a/a e 68,3% t/t, resultado da seca que afetou as regiões sul e centro-oeste. O índice de sinistralidade atingiu 50,87%, alta de 22,89 pp t/t e 12,1 pp a/a. O resultado poderia ser bem pior não fosse o resultado de resseguro que absorveu grande parte desses custos. A leitura negativa fica para o IRB, para onde grande parte do resseguro da BB Seg é destinado.  

    Os prêmios emitidos seguiram crescendo bem, com avanço de 18,8% a/a e queda de 12,1% t/t. Dentre os destaques de crescimento anual estão: (i) os prêmios do rural, que cresceram 44,9% a/a em função da alta dos custos de produção; (ii) os prêmios do vida, cujo avanço foi de 8,4% a/a decorrente principalmente da renovação de apólices, e; (iii) residencial e empresarial, que cresceram 31,4% e 13,7% a/a respectivamente em decorrência do melhor desempenho comercial. O prestamista seguiu sendo destaque negativo, caindo 11,4% a/a. 

    A queda t/t nos prêmios emitidos está relacionada principalmente a sazonalidade do 1T, que tradicionalmente apresenta um desempenho comercial mais fraco. Para o ano, seguimos otimistas para o resultado de Brasil Seg, dada expectativa de normalização da sinistralidade, melhor resultado financeiro e bom desempenho comercial. O melhor resultado financeiro é fruto da elevação da Selic média, que deve atingir 12-13% no ano (vs. 4-5% em 2021). 

    Brasilprev: puxada pelo melhor resultado financeiro 

    O destaque do trimestre foi a unidade de previdência privada. O lucro da Brasilprev subiu 57,3% a/a e caiu 25,5% t/t. A alta anual é fruto do melhor resultado financeiro, crescimento das reservas e elevação da taxa média de gestão. O resultado financeiro atingiu R$ 193,2m em comparação a R$ 25,1m negativos no 1T21. As reservas da Brasilprev vem crescendo 4,7% a/a, mas ainda abaixo do guidance de 9%-13%. Já a taxa média de gestão teve uma melhora de 0,2 pp, decorrente do aumento das alocações em fundos multimercado, cuja taxa de administração é mais elevada. 

    A queda do lucro t/t é resultado principalmente da queda do resultado financeiro de 30,8% t/t. Acreditamos que a queda do resultado financeiro seja consequência de um novo descasamento do IPCA e IGP-M. Como o IGP-M indexa boa parte dos passivos da Brasilprev e o IPCA indexa os ativos, quando o a variação do IGP-M é maior que da do IPCA, há uma perda no resultado financeiro. 

    Seguimos otimistas para o ano da Brasilprev, em função principalmente da expectativa de continuidade da redução do descasamento entre IPCA e IGP-M. Contudo, a captação liquida negativa no trimestre e menor aumento da taxa média de gestão podem ser pontos de atenção. A captação liquida no trimestre foi negativa em R$ 475m, que sendo a seguradora é explicada pelas saídas de recursos para compra de imóveis, pagamentos de despesas e dívidas. A taxa média de gestão pode ter menor crescimento, dada elevação da taxa Selic atrair investimentos para renda fixa, cujos produtos têm uma taxa de administração menor.  

    Brasilcap: revertendo prejuízo do 4T 

    O lucro da Brasicap cresceu 10% a/a e reverteu o prejuízo de R$ 126m no 4T. A melhora t/t foi impulsionado pela recuperação do resultado financeiro, impactado pela marcação a mercado de títulos pré-fixados no 4T. No ano, a alta da Selic também beneficiou o resultado financeiro, com avanço de 23,3% a/a. A arrecadação vem crescendo 25% a/a e 23,3% t/t.  

    BB Corretora: seguindo dinâmicas de receitas 

    O lucro da BB Corretora cresceu 13,6% a/a e 4,1% t/t. O crescimento anual se deve a subida das receitas de corretagem (10,4% a/a), decorrente do bom desempenho comercial, principalmente no seguro rural. A margem operacional também foi beneficiada pelo mix mais concentrado em produtos de maior comissionamento.  

    No trimestre, as receitas de corretagem da BB Corretora caíram 2,7%, impactadas pela sazonalidade do 1T. A queda nas receitas foi compensada pela redução das despesas gerais e administrativas. 

    Guidance: mantida boa perspectiva para o ano 

    Algumas linhas do resultado vieram fora do guidance, mas a BB Seg manteve as sinalizações para o ano. O resultado operacional não decorrente de juros da BB Seguridade cresceu 7,7% a/a, abaixo da faixa entre 12 e 17% sinalizada no guidance. O resultado abaixo do guidance é fruto da sinistralidade mais pressionada no rural no 1T, mas que deverá arrefecer ao longo do ano.  

    As reservas para previdência cresceram 4,1% a/a, abaixo da faixa entre 9 e 13% do guidance. Contudo, a companhia ainda julga que ao longo dos próximos trimestre a taxa convirja para o intervalo. 

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