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    Publicado em 05 de Novembro às 03:44:01

    BB Seguridade (BBSE3) | Resultado 3T24: Rural segura o sinistro, mas deixa prêmio escapar

    No 3T24, a BB Seguridade reportou um lucro líquido de R$ 2,26 bilhões, com crescimento de 21,1% t/t e 10,1% a/a, superando nossas estimativas em 8,7% e o consenso de mercado em 11,3%. O trimestre foi impulsionado principalmente pelo baixo nível de sinistralidade na seguradora, pelo forte desempenho financeiro da unidade de previdência e pelas reversões de provisões complementares também em previdência. No lado negativo, o fraco desempenho dos prêmios emitidos levou a seguradora a revisar para baixo seu guidance de crescimento de prêmios. 

    A expansão do lucro foi impulsionada por uma boa dinâmica de despesas com sinistros na seguradora, com retração de -18,1% t/t e -18,0% a/a, especialmente no segmento Rural. Além disso, o resultado financeiro no segmento de previdência superou as expectativas, com expansão de 98% t/t, devido à aceleração do IPCA (indexador dos ativos dos planos tradicionais) no período. 

    O lucro foi ajudado por reversões de provisão complementares (PCC), causada por reavaliações na base de beneficiários dos planos de previdência e pela abertura da curva ETTJ-SUSEP, no montante de R$ 222,6 milhões, o que levou a linha de “variação de outras provisões técnicas” da BrasilPrev para um resultado positivo de R$ 164,8 milhões. 

    Mesmo excluindo o montante de recuperações de provisão no trimestre (R$ 222,6 milhões) do resultado da previdência, o lucro líquido consolidado do grupo ainda teria apresentado uma expansão interessante de +15,7% t/t e +5,2% a/a, chegando a R$ 2,16 bilhões. 

    Do lado negativo, os prêmios emitidos da seguradora apresentaram uma queda de 4,6% a/a neste trimestre, apesar da boa expansão t/t impulsionada pela sazonalidade no segmento Rural. Esse desempenho contribuiu para a revisão para baixo do guidance de crescimento de prêmios. 

    Com o resultado em linha com nossas estimativas, reiteramos nossa recomendação de COMPRAR com preço-alvo de R$ 46,00. Vemos as ações como um papel defensivo com um dividend yield interessante e consistente em 10,4% 2024e, além de múltiplos atrativos, negociando apenas 8,4x P/L 2024e e 7,5x P/L 2025e.   

    BB Seguridade (BBSE3) | Resultado 3T24: BrasilPrev impulsiona lucro t/t 

    Guidance: Prêmios revisados para baixo.

    No consolidado do 9M24, o resultado operacional não decorrente de juros superou o intervalo do guidance (5% a 10%), alcançando 11,7%. As reservas de previdência também superaram as expectativas, atingindo 12,1%, levemente acima do guidance de 8% a 12%.

    No entanto, os prêmios emitidos pela Brasilseg mostraram novamente um desempenho fraco nesse trimestre, o que levou a companhia a reduzir a faixa do guidance de crescimento de prêmios de 8%-13% para 0%-3%. No acumulado 9M24, a companhia praticamente andou de lado no crescimento de prêmios, atingindo +1,0% a/a. No ano, o desempenho comercial também foi negativamente impactado pelo desempenho mais fraco no seguro agrícola, devido ao anúncio tardio do Plano Safra e possivelmente também influenciado pelos eventos no Rio Grande do Sul.

    Brasil Seg (unidade de seguros): Sinistralidade baixa impulsionou lucro

    A unidade de Seguros registrou um lucro líquido de R$ 1,18 bilhão, aumento de +18,3% t/t e +12,6% a/a. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pela redução das despesas de sinistros com resseguros, que retraíram -18,1% t/t e -18,0% a/a. Como consequência, a sinistralidade com resseguros caiu -6,71pp t/t e -7,15pp a/a, alcançando 29,93%. Essa melhora compensou a queda no resultado financeiro na comparação anual (+0,2% t/t e -18,2% a/a)

    Não observamos uma dinâmica positiva para os prêmios nesse trimestre. Apesar da expansão no seguro Prestamista (+9,2% a/a), que deve continuar a se destacar pelo aumento da penetração no estoque e originação de crédito consignado no Banco do Brasil, observamos contrações relevantes no segmento Rural (-7,2% a/a) e Vida (-3,5% a/a). O prêmio ganho expandiu pouco (+0,3% t/t e +1,6% a/a), e pode continuar a ser pressionado pela redução no ritmo de vendas (prêmio emitido) evidenciada no novo guidance.

    Sinistralidade

    O índice de sinistralidade, considerando resseguros, foi de 29,9% (-6,71 pp t/t e -7,15 pp a/a). Essa melhora foi impulsionada principalmente pela redução na sinistralidade do segmento Rural (-7,99 pp t/t e -4,68 pp a/a), em especial no segmento agrícola (-19 pp a/a), que registrou uma reversão de provisão. Além disso, os segmentos de Penhor Rural (-11 pp a/a) e Vida Produtor Rural (-6,4 pp a/a) também contribuíram para essa redução, compensando o aumento significativo na sinistralidade do segmento Prestamista (-0,25 pp t/t e +11,17 pp a/a), que foi impactado por um maior volume de reprocessamento de avisos.

    BrasilSeg (Seguradora): Forte avanço nos prêmios emitidos t/t

    Brasil Prev (unidade de previdência): Com reversão de provisão

    A unidade de previdência apresentou um lucro líquido de R$ 596 milhões, refletindo um forte crescimento de +71,7% t/t e +12,9% a/a em relação ao lucro recorrente, e um aumento expressivo de +173,9% t/t em relação ao lucro contábil. O trimestre foi impactado positivamente por reversões de PCC (provisão complementares de cobertura) referente a reavaliação da base de beneficiários dos planos de previdência e pela abertura da ETTJ-SUSEP, que somam R$ 222,6 milhões (R$ 166,5m + R$ 59m – R$ 2,9m), levando a linha de “variação de outras provisões técnicas” para R$ 165 milhões. O impacto no lucro do grupo de aproximadamente R$ 100 milhões.

    As movimentações de provisão que levaram ao aumento da linha de “variação de outras provisões técnicas” foram:

    • R$ 166,5 milhões revertidos devido à atualização da base de beneficiários e dos fluxos de concessão de benefícios, incorporando na projeção os fluxos de caixa de pagamento para refletir o impacto da deflação do IGP-M na atualização dos planos (PCC-PMBC).
    • R$ 59,0 milhões revertidos em função da abertura da curva ETTJ-SUSEP, utilizada para trazer a valor presente os fluxos projetados dos planos de previdência (PCC-PMBAC).
    • R$ 2,9 milhões de provisões adicionais devido à atualização da base de participantes (PCC-PMBAC)

    O resultado do 2T24 foi impactado negativamente pelas provisões complementares de cobertura (PCC), no valor líquido de -R$ 129 milhões, o que foi necessário para o enquadramento da vertical na Circular 678/2022 da SUSEP. Consideramos esse impacto como não-recorrente, pois foi provocado por uma mudança regulatória (fator externo), o que reduziu o lucro contábil para R$ 217 milhões no período. Agora que a BrasilPrev já está alinhada à nova regulação, devemos incorporar as movimentações de provisões exigidas pela Circular no resultado.

    No trimestre, além do efeito positivo em das variações técnicas, o resultado foi beneficiado pela retomada t/t do Resultado Financeiro (+98,0% t/t) e pelo crescimento das Receitas com Tarifas (+6,0% t/t e +11,4% a/a), apesar da redução da taxa média de gestão (-0,01pp t/t e -0,03pp a/a).

    BrasilPrev (Previdência): Resultado financeiro e reversão de previsões ajudam o lucro 

    Brasil Cap (unidade de capitalização): Forte expansão da arrecadação t/t e a/a

    A arrecadação com títulos de capitalização registrou um crescimento expressivo de +17,7% t/t e +6,4% a/a, impulsionado pelo aumento no ticket médio dos títulos. A receita líquida com esses títulos também expandiu, atingindo R$ 188 milhões (+25,1% t/t e +5,3% a/a).

    A unidade de capitalização reportou no trimestre lucro líquido de R$ 70 milhões, com leve queda de -2,2% t/t e -4,4% a/a.

    A retração anual foi principalmente influenciada pela contração de -0,6 pp na margem financeira, reflexo da redução na taxa média Selic. Esse impacto foi parcialmente compensado por uma menor alíquota efetiva de impostos, que subiu para 39,3% (vs 37,5% no 2T24) devido ao reconhecimento de créditos tributários.

    BrasilCap (Capitalização): Leve queda de lucro no trimestre

    BB Corretora (Broker): Resultado financeiro impulsiona lucro no trimestre

    A BB Corretora reportou um sólido avanço no lucro líquido no trimestre, com expansão de +8,6% t/t e +9,1% a/a, totalizando R$ 863 milhões. O crescimento anual do lucro foi impulsionado principalmente pelo aumento de +9,7% a/a nas receitas de corretagem, refletindo um maior volume de prêmios emitidos. Além disso, houve uma melhora de 0,5 pp a/a na margem operacional, favorecida por um mix de produtos mais rentável.

    O resultado financeiro, por outro lado, contribui modestamente na comparação anual, registrando um crescimento de +2,8% a/a, impulsionado pela expansão do saldo médio de ativos, mais do que compensando a retração da taxa média da Selic no ano.

    Já na comparação trimestral, a forte evolução do lucro foi dada principalmente pelo avanço do resultado financeiro (+22,4% t/t) e pelas receitas de corretagem (+6,5% t/t).

    BB Corretora (Corretora): Forte expansão do lucro t/t e a/a

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