Cielo (CIEL3): Recurperação em andamento
Assim como comentamos na iniciação de cobertura, esperamos um 3T21 positivo para Cielo com a recuperação de volumes e lucratividade em função da retomada econômica. Em termos operacionais, portanto, devemos ter uma dinâmica de melhora de TPV t/t e a/a. No entanto, com um ambiente que permanece competitivo, dado postura agressiva de ganho de marketshare de players como a Getnet, devemos observar uma continuidade da pressão de preços, o que faz com que receitas avancem menos do que o volume.
Um aspecto que pode ajudar a receita no 3T21, mesmo com pressão de preços, é a melhora de mix. Esperamos que a retomada econômica impulsione produtos bancários, a exemplo de cartão de crédito, cujas taxas praticadas são mais elevadas do que as do débito. Seguindo uma tendência recente do setor de adquirência, a penetração do receba rápido deve seguir crescendo, o que tem sido almejado pelos players visando evitar que recebíveis de cartões sejam disponibilizados nas centrais de recebíveis e possam ser antecipados por concorrentes.
No que se refere a subsidiárias, a Cateno deve ter uma recuperação de volumes t/t e a/a, assim como esperamos para as respectivas linhas de cartões de bancões (a Cateno faz parte do segmento de cartões do Banco do Brasil). Por fim, do lado negativo, a captação a mercado que a Cielo faz para obter recursos para o Receba Rápido deve pressionar o lucro dada a elevação da Selic mais rápida do que o esperado. No entanto, seguimos esperando lucro crescendo t/t e a/a tanto no 3T21 quanto no 4T.
A nossa expectativa de gradativa recuperação de volumes e valuation excessivamente descontado, a 3,57x P/L 22, justificam a nossa recomendação de COMPRAR. Ademais, uma eventual venda da Merchant-e, que acreditamos que deve permanecer jogando contra resultados neste trimestre, e fechamento de capital podem ser catalisadores para destravar o preço da ação. Para saber mais sobre a recomendação acesse a iniciação de cobertura.
Valid (VLID3): Melhorando a recomendação para COMPRAR
Estamos otimistas com o resultado do 3T21 da Valid em função da melhora da pandemia com o ritmo de vacinação, que em nossa visão beneficiará a emissão de documentos, represada desde a primeira onda de Covid com o fechamento dos “Poupa Tempo” e Dentrans. Impulsionada pela emissão principalmente das CNH’s, que possuem prazo de validade para serem renovadas, esperamos volumes de documentos emitidos recordes. Por estarem com um mix mais voltado para CNH’s, que acreditamos representarem cerca de 40% do EBITDA em anos regulares, devemos ver uma melhora considerável de margem no 2S21, devendo aumentar para patamares normalizados somente em 2022.
Em decorrência da grande competição no setor financeiro, a emissão de cartões deve manter-se aquecida, cuja linha de negócio correspondente da Valid teve um crescimento de 28,5% a/a no 1T21 e de 70,3% a/a no 2T21. Contudo, no 2T trimestre muito mais associado a base de comparação fraca por conta da primeira onda da pandemia em 2020. No que se refere aos negócios digitais da empresa, que incluem certificado digital e estacionamento digital, temos visto um crescimento próximo a 40% a/a no 1S21, que esperamos que se mantenha.
O lucro da Valid deverá ainda ter um empurrãozinho com o empréstimo que fez para a filial da Espanha e que no 2T21 jogou contra o resultado pela apreciação cambial do real. No 3T21 tivemos um depreciação do real, o que na nossa visão deverá gerar o efeito contrário.
Considerando as dinâmicas positivas de curto prazo, que se somam a estratégia mais sólida de diversificação de receitas ante o que vinha sendo apresentado pelo managment anterior, acreditamos que a conjuntura justifica mudarmos a recomendação de MANTER para COMPRAR. Apesar de haver risco de execução dado o time novo, trocado em meio a pandemia, as ações tomadas recentemente, a exemplo de otimização da estrutura fabril, reperfilamento da dívida e apresentação de um novo planejamento estratégico sinalizam que a Valid está mais preparada para desafios de impulsionar suas receitas.