Novamente, alta competição!
O leilão realizado nessa sexta-feira, 30 de junho, foi novamente marcado pela alta competição e agressividade dos players participantes – algo que os leilões passados vinham apresentando e já adiantávamos que poderia acontecer. A melhora do cenário macroeconômico, como a expectativa de queda da SELIC podem ter sido fatores que levaram os competidores à oferecerem maiores deságios. Para esse leilão, o deságio médio ficou em 50,1%, representando uma relação RAP/investimento de 8%, com R$15 Bilhões de investimento total esperado.
Das empresas que temos sob cobertura, Eletrobras (via Furnas), Engie e Transmissão Paulista foram vencedoras do processo. Sob o lote específico vencido por cada uma delas, percebemos que: I) os deságios foram abaixo da média e II) Taxas internas de retorno razoáveis, sob premissas muito conservadoras (não consideramos antecipação de entrada operacionais, possíveis benefícios fiscais SUDAM/SUDENE etc).
Destaques do leilão
A ISA CTEEP (TRPL4) arrematou 2 lotes, com deságios de 41,8% e 50,4%. O lote 7, que apresentou o menor deságio, teve sua RAP estabelecida em R$376 milhões, já o lote 9 teve sua RAP estabelecida em R$15 milhões. Em nossas premissas iniciais, estamos considerando uma eficiência de investimentos necessários de 20% a menos, com relação ao divulgado pela ANEEL, não estamos considerando possíveis benefícios fiscais (SUDAM/SUDENE), não estamos considerando eventuais sinergias operacionais com outras linhas que a empresa já possui, assim como não estamos considerando possíveis adiantamentos de entrada operacional das linhas – algo que a empresa recorrentemente consegue entregar. Partindo desse cenário, encontramos uma TIR nominal de 7,7% e 6,2%, respectivamente ao lote 7 e 9, número que consideramos razoáveis levando em consideração o histórico operacional da empresa e eventuais alavancas de valor a serem exploradas em tais projetos.
A Eletrobras, através de sua subsidiária de Furnas, arrematou o lote 4, com deságio de 45,8% e RAP de R$126 milhões. Utilizando as mesmas premissas citadas acima, encontramos uma TIR nominal de 7,5%. Pelo tamanho do lote, relativo ao tamanho da empresa, consideramos um número razoável, mas que no final não impactará o valuation da empresa.
Como ponto inesperado, destacamos a Engie, que arrematou um dos maiores lotes do leilão, após presenças mais tímidas nos eventos anteriores. O lote 5 foi arrematado com deságio de 42,8% e RAP de R$436 milhões. Novamente, utilizando as mesmas premissas, encontramos uma TIR nominal de 7,0%.
É importante lembrar que os valores estimados nessa análise levam em conta números regulatórios, podendo variar conforme a operadora da linha consiga performar acima (ou abaixo) das estimativas da ANEEL. Para ilustrar potenciais melhoras operacionais, fizemos uma analise de sensibilidade em função da eficiência de alocação de investimentos, levando em conta as variações da TIR e do VPL dos lotes.