A Genial Investimentos foi convidada para participar do evento do Brazil Journal Negócios em Saúde, que trouxe convidados dos mais altos níveis de liderança de diversas entidades do sistema de saúde. Dentre eles destacamos: o presidente da ANS, Paulo Rebello, o presidente da Associação Brasileira dos Planos de Saúde e VP da United Health, Renato Casarotti, a CEO do Grupo Fleury, Jeanne Tsutsui, o VP médico da Rede D’Or, Leandro Tavares, a presidente do conselho da Pague Menos, Patriciana Rodrigues, e outros.
Os temas debatidos nos 3 painéis foram: “como estancar a crise do setor de saúde?”, “dá para ser mais eficiente e atender bem?”, e “a gestão da saúde”. Os debates foram gravados e os vídeos de todos os painéis serão disponibilizado na página do Brazil Journal a partir do dia 04/10/2023. Nesse relatório elencamos os principais pontos abordados em cada um dos painéis e nossas conclusões.
Nossas principais conclusões:
O evento trouxe a visão de diversos agentes da cadeia de saúde e abriu espaço para um debate rico em conteúdo. As principais conclusões que tiramos do evento são: integração entre os players é importante para manutenção da sustentabilidade do setor, o diagnóstico precoce e o acompanhamento de pacientes com doenças crônicas deve ser utilizado como ferramenta de equilíbrio dos gastos com saúde, e que a tecnologia pode fomentar a eficiência operacional e financeira das entidades da cadeia de saúde.
Painel 1: Como estancar a crise do setor de saúde
No primeiro painel, o presidente da ANS, Paulo Rebello e o presidente da ABRAMGE e VP da United Health Renato Casarotti trouxeram suas visões sobre a crise do setor de saúde. Foram levantados pontos relevantes sobre o papel da prevenção de doenças, com identificação precoce do possível problema sendo uma ferramenta importante para as operadoras de planos de saúde. Ainda mais, Casarotti comentou sobre a gestão de doenças crônicas, citando como os gastos com cuidado de pacientes autistas tem superado os custos de terapias oncológicas, que geralmente são as terapias mais custosas para as operadoras.
Por fim, vale destacar os comentários sobre a revisão da lei dos planos de saúde, proposta pelo Deputado Duarte Jr. em setembro de 2023. Paulo Rebello deixou claro que a discussão sobre o assunto é necessária e que a Agência já estudava a norma de reajuste dos planos coletivos, buscando trazer mais transparência ao reajuste. Casarotti concordou com a necessidade de maior transparência, citando o ponto da sinistralidade-alvo dos contratos, a sinistralidade que a operadora espera que o contrato tenha, que afeta diretamente o reajuste final mas é pouco discutida no cenário brasileiro.
Painel 2: dá para ser mais eficiente e atender bem
No segundo painel, Jeane Tsutsui, CEO do Grupo Fleury, Leandro Tavares, VP médico da Rede D’Or, e Patriciana Rodrigues, presidente do conselho da Pague Menos, discutiram sobre eficiência e atendimento no setor de saúde. Foram levantados pontos sobre a integração dos players do setor, uma vez que todos participam da jornada do paciente, e devem trabalhar juntos para sustentar os gastos com saúde. A tecnologia seria um passo importante nessa direção, com compartilhamento de dados dos pacientes, dentro das normas da LGPD, para que modelos de risco compartilhado e estratificação de riscos sejam empregados nas entidades do setor. No que tange a questão dos dados dos pacientes, foram levantados pontos sobre como esses dados seriam armazenados e qual agente seria responsável pelo repositório, partindo do público ou privado, mas não houve concordância entre os participantes nesse caso.
Painel 3: a gestão da saúde
No último painel, Daniel Greca, diretor do Sírio Libanês, José Luiz Gomes do Amaral, presidente da APM e Ítalo Martins, fundador e CEO da Fiibo, discutiram sobre a gestão da saúde no Brasil. Um ponto interessante levantado no debate foi a questão do envelhecimento da população. Como a projeção de nossa pirâmide etária dita que o Brasil terá cada vez mais idosos, os participantes focaram na questão de adaptação do nosso sistema de saúde, que deve busca soluções sustentáveis em escala para atender a maior parte da população. Foi ressaltado novamente, que uma parte do problema está na falta de tratamento e acompanhamento de doenças, que geram complicações e oneram o sistema de saúde.