A Hapvida reportou resultados positivos no 1T24. Continuamos a ver sinais de uma recuperação operacional, fruto das estratégias de reajuste agressivo no ticket-médio da companhia e de foco no controle de custos e despesas. A sinistralidade caixa é um dos destaques positivos do trimestre, que alcança 68% em um trimestre sem sazonalidade positiva. Ainda mais, observamos a geração de caixa livre e diminuição do endividamento da companhia como os principais pontos a serem destacados nesse trimeste.
A receita líquida de R$ 6,99b (+3,9% a/a e +0,8% t/t) foi impulsionada por um crescimento do ticket médio em 10,3% a/a, mesmo em um cenário de redução líquida na base de beneficiários de planos de saúde. O controle nos custos e despesas produziu um crescimento importante no EBITDA Ajustado para R$ 1,02b. Com isso, a última linha do balanço, o lucro líquido, cresce para R$ 506m no 1T24.
A Hapvida apresenta mais uma vez sinais claros de recuperação operacional, com crescimento da receita líquida mesmo com redução de beneficiários e retorno da sinistralidade caixa a patamares praticamente em linha com período pré-pandemia. Ainda assim, buscamos consistência nos sinais positivos para os próximos trimestre, o que nos leva a reiterar nossa recomendação de MANTER com preço-alvo de R$ 5,00.
Receita Líquida: ticket impulsiona!
A Hapvida registrou receita líquida de R$ 6,99b (+3,9% a/a e +0,8% t/t) no 1T24. Esse crescimento acontece mesmo com uma contração líquida do total de beneficiários em planos de assistência médica (-11k vidas orgânicas). Isso é explicado pela estratégia de recomposição de ticket-médio da companhia, que vem acontecendo nos últimos trimestres. O ticket dos planos de saúde cresceu +10,6% na comparação anual, ficando muito acima da inflação no período. Olhamos com bons olhos o crescimento da receita líquida, fruto do reajuste agressivo de preços nos seus contratos. Com isso, a Hapvida consegue eliminar contratos deficitários, mantendo um nível saudável de vendas.
Custos e despesas: quase pré-pandemia!
Um dos principais pontos positivos desse resultado foi a redução na sinistralidade caixa para 68% (-4,3 p.p. a/a e -1,3p.p. t/t) no 1T24. As iniciativas como: maior foco em verticalização, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, padronização de protocolos e otimização da rede de prestadores estão se mostrando certeiras e continuam a reduzir o custo de sinistro. Esse movimento ocorreu mesmo em um trimestre sem grandes sazonalidades positivas, mas a companhia comentou em seu relatório de resultados que podemos observar impactos da epidemia de dengue na quantidade de consultas, exames e internações no resultado do 2T24. Foi destacado, também, que grande parte desses custos foi na rede própria, o que é positivo. Mesmo com a possibilidade de impactos de casos de dengue, acreditamos que o índice de sinistralidade continuará sua trajetória de normalização em 2024.
Em resultados passados colocamos como um ponto de atenção o índice de despesas administrativas, que alcançou 8,9% (-0,5 p.p. a/a e +0,2 p.p. t/t) no 1T24. Apesar do leve aumento na comparação trimestral, estamos observando boa diligência da companhia em relação esse indicador.
Endividamento e fluxo de caixa: impressionante!
Em nossa visão, o principal ponto positivo do resultado do 1T24 de Hapvida foi a geração de caixa e a subsequente redução do indicador de dívida líquida/EBITDA que alcançou 1,13x (vs. 2,32x a/a e 1,38 t/t). Houve alguns vetores positivos para esse produto, primeiramente tivemos redução da dívida bruta em R$ 536m vs. 4T23, o que levou a redução da dívida líquida. Segundamente, houve expansão do EBITDA dos últimos 12 meses em R$ 393m (+11,3% t/t). Juntando esses efeitos, temos uma redução da dívida líquida/EBITDA em -0,24x t/t. Vale ressaltar também a geração de caixa livre de R$ 614m no trimestre, fruto da expansão da receita líquida e redução dos custos, que gerou um EBITDA Ajustado de R$ 1,02b.
Lucro líquido: consistente!
As iniciativas de reajuste forte no preço dos planos de saúde, somadas ao controle de custos e despesas, levou a um lucro líquido ajustado no período de R$ 506m (+53% t/t). Avaliamos o resultado de Hapvida como positivo! Continuamos a ver sinais de recuperação operacional e financeira da companhia, com as estratégias escolhidas rendendo frutos para a retomada operacional observada. Ainda assim, continuamos com nossa recomendação de MANTER, esperando mais sinais consistentes da melhora operacional da Hapvida.