Diante de um cenário desafiador para o mercado de carne bovina nos EUA, que é de onde vem a maioria da receita da JBS (cerca de 60%), vimos um trimestre com queda sequencial de margem e de EBITDA. Contudo, isso pode ser explicado pela base comparativa muito forte do mesmo período no trimestre anterior, quando vimos um superciclo de gado e uma demanda muito forte.
O momento no mercado americano é mais desafiador, com o ambiente econômico mais fraco e custos operacionais elevados. Já no Brasil, vemos um cenário favorável, com alta disponibilidade de gado e uma demanda crescente por carne suína, de frango e processados. Como a JBS possui uma plataforma multiproteínas global, o frigorífico consegue se aproveitar dos ciclos positivos ao redor do mundo, trazendo maior estabilidade de receita e exposição a vários mercados. Vimos também geração de caixa livre positiva no trimestre, de R$ 3,2 bilhões, além de alavancagem controlada em 1,8x dívida líquida/EBITDA em dólar. Apesar de que no curto prazo acreditamos que a companhia possa sofrer com suas operações nos EUA, acreditamos no potencial da companhia de continuar criando valor aos acionistas e se aproveitando de sua escala enorme. Continuamos com a recomendação de COMPRAR para a JBS, com nosso preço-alvo em R$ 50,00.
Analisando a receita da companhia, vimos um recorde histórico em um trimestre para a JBS, que reportou R$ 98 bilhões, avanço de 7% em relação ao mesmo período do ano passado, e em linha com a nossa estimativa. Esse número foi muito puxado pela ótima performance da companhia no Brasil através da Seara e da JBS Brasil, onde vimos aumentos de preços de venda e de volumes de venda. Para o EBITDA, a companhia atingiu R$ 9,5 bilhões no trimestre, o que foi em linha com a nossa expectativa e a do mercado, e representa uma queda de 32% na comparação a/a. Contudo, conforme mencionamos acima, a base comparativa muito forte do 3T21 distorce a análise dado que os números do ano passado destoaram do normal. Como o resultado veio majoritariamente em linha com as nossas estimativas e com as do mercado, não há nenhuma mudança na nossa tese por ora.