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    Publicado em 15 de Maio às 23:28:46

    Marfrig (MRFG3) | Resultado 1T23: um trimestre complicado…

    Seguimos com a recomendação de MANTER para MRFG3. A Marfrig entregou um trimestre fraco, pouco abaixo de nossas expectativas. O resultado refletiu o impacto do alto custo do gado nos EUA, a suspensão de exportações de carne bovina brasileira à China, e o momento difícil pelo qual a BRF passa.

    Embora tenhamos perspectivas melhores para o segmento da América do Sul para os próximos trimestres, dado ciclo do gado favorável e suspensão das restrições de exportações à China, não aguardamos melhorias relevantes no curto e médio prazo, para América do Norte e BRF.

    Assim, seguimos com nossa recomendação de MANTER e preço-alvo de R$ 10,00 para as ações da Marfrig.

    Análise dos resultados

    Como mencionado, este foi um trimestre difícil para a Marfrig. A companhia reportou números fracos (ex-BRF), tendo entregado uma receita líquida de R$ 18,6b (-16,6% a/a), 4,0% abaixo de nossas expectativas, e um EBITDA de R$ 935m (-66,0% a/a), 6,3% abaixo de nossas projeções.

    Assim, a empresa alcançou uma margem EBITDA de 5,0%, uma forte compressão de 7,3 p.p. a/a e de 0,6 p.p. t/t, acentuadamente impactada pelo custo elevado do gado nos EUA.

    A companhia encerrou o trimestre com um dívida líquida de R$ 40,2b, avanço de 4,0% t/t, apresentando uma elevada alavancagem de 3,50x Dívida Líquida/EBITDA UDM.

    Quando se exclui os efeitos da consolidação de resultados da BRF, a companhia também apresenta um alto patamar de alavancagem, com uma relação Dívida Líquida/EBITDA UDM de 3,55x, consequência de dificuldades operacionais e margens consideravelmente apertadas na América do Norte.

    América do Norte

    O segmento América do Norte seguiu sendo fortemente prejudicado pela inversão do ciclo do gado nos EUA. A unidade entregou uma receita de R$ 13,4b, recuo de 15,5% a/a e 16,4% t/t, e um EBITDA de R$ 527m, forte declínio de 77,9% a/a e 29,8% t/t.

    Assim, a margem EBITDA alcançou 3,9%, uma considerável compressão de 11,1 p.p. a/a e 0,8 p.p. t/t. Neste trimestre, este segmento representou 42,2% da receita líquida consolidada e 35,2% do EBITDA consolidado.

    América do Sul

    O segmento América do Sul teve seu top-line negativamente impactado pela suspensão de exportação de carne bovina brasileira à China. No entanto, as operações da região conseguiram apresentar uma margem sólida devido a redução do custo do gado no Brasil.

    Desta forma, foi entregue uma receita de R$ 5,2b, declínio de 19,2% a/a e 21,1% t/t, e um EBITDA de R$ 408m, recuo de 0,5% a/a e 22,9% t/t. Assim, o segmento alcançou uma margem EBITDA de 7,8% (+1,5 p.p. a/a e -0,2 p.p. t/t).

    As operações na América do Sul foram responsáveis por 16,4% da receita líquida consolidada e 27,2% do EBITDA consolidado.

    Olhando adiante

    Esperamos uma ligeira expansão de margens no segmento América do Norte nos próximos dois trimestres, dado barbecue season, e resultados melhores na América do Sul ao longo do ano, dado ciclo favorável e retomada de exportações à China. Para BRF, não esperamos grandes surpresas positivas.

    Devemos seguir observando uma Marfrig alavancada este ano, com sua alavancagem permanecendo próxima de 3,50x Dívida Líquida/EBITDA UDM. No entanto, a venda de ativos non-core da BRF, se concretizada, deve ajudar a reduzir este alto patamar de endividamento.

    Por não esperarmos melhorias operacionais relevantes nos principais segmentos da companhia, América do Norte e BRF, nos curto e médio prazos, mantemos a cautela e reiteramos nossa recomendação de MANTER.

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